domingo, 28 de março de 2021

Maracujá-doce

·     Nome científico: Passiflora alata Curtis

·         Família: Passifloraceae

·         Nomes populares: Maracujá-de-colher, maracujá-doce, flor-da-paixão

·         Usos: Planta medicinal, PANC e alimentar

O termo passiflora, em latim, significa flor da paixão, mas, diferente do que muitos pensão, o significado para o termo vem da Paixão de Cristo, pois historicamente os colonizadores Cristãos buscavam nas terras descobertas do Novo Mundo um sinal de presença do Cristo nestas paragens, e encontrou no formato desta linda planta tudo que precisavam: na cor roxa de suas pétalas o próprio sofrimento do Cristo, nas estames da flor o formato da coroa de espinhos, nas folhas a forma das lanças que o feriram. E assim a denominaram do latim passio (Paixão) e floris (flor). Já o termo ‘MARACUJÁ’ vem do Tupi-guarani e significa: alimento dentro da cuia.

É uma planta de múltiplas funções, dentro da culinária como planta alimentícia, ganhou o mundo com seu sabor extremamente aromático, com seus frutos suculentos e saborosos. Como PANC, Planta Alimentícia não Convencional, usa-se uma parte que normalmente não seria utilizada, o que chamamos de Parte não Convencional da Planta, no caso aqui, as cascas dos frutos. Estes depois de higienizados, separa-se a polpa e a utiliza para as finalidades convencionais: sucos, musses, etc. ou congela. Com as cascas já higienizadas e sem a polpa, são levadas à fervura até que estejam moles, então separa-se a casca externa e utiliza-se somente a parte branca, esta pode ser processada para obter pectina para a confecção de geleias, ou deixa-las inteiras e ferver com suco de maracujá e açúcar e confeccionar o doce de casca de maracujá. Também pode-se retirar a casca externa com a faca e leva-los à desidratação a 50 ºC por 12 h até que estejam bem secos, processar para fazer farinha de maracujá. Esta tem uso como fonte de fibra para enriquecer a alimentação e controle de diabetes e colesterol.

As indicações como planta medicinal da Passiflora alata, o nosso maracujá doce, e outras espécies de maracujá como o Passiflora edulis e o Passiflora incarnata, as quais trataremos em outras postagens, são praticamente as mesmas: Nervosismo, insônia, sedativo, antiespasmódico e ansiolítico.

Quanto aos princípios ativos o principal marcador é a isovitexina, no entanto há relatos e estudos que esta substância é encontrada em menor quantidade nas variedades desenvolvidas para a produção de frutos comerciais. A seleção artificial, visando frutos maiores e maior produção, foi feita em detrimento ás defesas da planta.  

Fotos: Maracujá-doce; N. C. Passiflora alata Curtis. Acervo pessoal: José Carlos Bueno







sexta-feira, 19 de março de 2021

Algodoeiro

  • Nome científico: Gossypium spp
  • Família: Malvaceae
  • Usos: Medicinal, têxtil, alimentar (óleo).

Minha avó sempre tinha um pé de algodão em casa. O algodoeiro é uma planta que acompanha a humanidade por milênios, substituto às plantas têxteis mais complexas e difíceis de extrair, cardar e fiar, e também à lã, mais cara e quente. O algodão começou sua jornada junto ao homem quando este dominou o tear manual, por volta de 3000 anos atrás. Na natureza é uma planta perene mais alta e robusta. Comercialmente, desenvolveu-se variedades anuais, e menores, principalmente para facilitar a colheita mecânica. O algodoeiro (das várias espécies o Gossypium hirsutum L. é a mais cultivada com quase 90% da produção mundial), é uma das mais importantes culturas não alimentares do mundo, dando origem a produtos que vão desde ataduras e gases para a medicina, quanto fraldas para o bebe. Seu tecido, apesar da concorrência dos sintéticos, ainda tem aquele ar contemporâneo, e nos traz aquela sensação saudável de frescor. Das suas sementes são produzidos óleo comestível e para a produção de margarinas, gordura vegetal e outros produtos.

Em termos botânicos, a espécie cultivada no Brasil é o Gossypium hirsutum L., destas temos duas raças principais, uma semi-perene mais cultivada no Nordeste e nos quintais das casas, a marie galante, e outra, a latifolium, que dá origem as variedades anuais para os cultivos comerciais. É um arbusto ou subarbusto, pouco ramificado de até 2 m de altura, possui folhas largas, simples, palmadas e pubescentes. Flores amarelas, bastante vistosas, com brácteas denteadas. O fruto é uma capsula deiscente (ou seja, se abre sozinha), possui pequenas sementes pretas, coberta por longas fibras, geralmente brancas.

Como planta medicinal, seus principais usos são: como medicação caseira para a disenteria e hemorragia uterina, as folhas são empregadas popularmente também amassadas como cicatrizante. O chá das raízes para a falta de memória, amenorréia, distúrbios da menopausa e impotência sexual. Flores e frutos ainda verdes podem ser utilizados em casos de micoses friccionando localmente.

Fotos: Algodão, Gossypium hirsutum L.. Acervo pessoal José Carlos Bueno: março/2021 – Bueno Brandão - MG

Fotos: Algodão, Gossypium hirsutum L.. Acervo pessoal José Carlos Bueno: março/2021 – Bueno Brandão - MG

Fotos: Algodão, Gossypium hirsutum L.. Acervo pessoal José Carlos Bueno: março/2021 – Bueno Brandão - MG

Fotos: Algodão, Gossypium hirsutum L.. Acervo pessoal José Carlos Bueno: março/2021 – Bueno Brandão - MG

Fotos: Algodão, Gossypium hirsutum L.. Acervo pessoal José Carlos Bueno: março/2021 – Bueno Brandão - MG


 

domingo, 7 de março de 2021

Chapéu-de-couro

  • Nome científico: Echinodorus macrophyllus (kunth) Micheli
  • Família: Alistamaceae   
  • Nomes populares: chapéu-de-couro, chá-de-campanha, chá-do-brejo, chá-de-pobre, congonha-do-brejo, chá-mineiro
  • Usos: medicinal, PANC e ornamental.

Aspectos etnobotânicos: Nos dois levantamentos que fizemos no Sul de Minas Gerais, na região de montante do Rio Mogi Guaçu, um deles feito junto à população e o outro junto aos profissionais de saúde, o Echinodorus grandiflorus Mitch, chapéu-de-couro, é citado como planta medicinal de uso e conhecimento. Planta de vegetação espontânea em várzeas e beira de lagoas, é bastante conhecida e utilizada, deve-se apenas tomar o cuidado de observar as condições das águas onde ela cresce: colher plantas para uso longe de fontes contaminantes ou poluidoras, como esgotos por exemplo.

Sempre importante acreditar que a natureza fornece o medicamento no local onde está a pessoa que dela precisa, esta é a interconexão da natureza, à qual o homem inegavelmente faz parte. Cuidemos da natureza, e esta cuidará de nós.

De forma botânica podemos caracterizar esta espécie como uma herbácea ou subarbusto aquático de 1 a 2 metros, de vida perene. Não tem caule aéreo e suas folhas desenvolvem diretamente dos rizomas. As folhas fortemente nervadas possuem de 10 a 40 cm. As flores brancas, bastante atrativas, são reunidas em panículas eretas de 7-14 verticilos florais.

A planta é considerada daninha em mananciais aquáticos, eventualmente pode ser cultivada como ornamental em parques com espelho d’água. Seu uso como medicinal na etnobotânica local informa uso como chá para problemas de rim e urina, também para depuração do sangue e ácido úrico. Na bibliografia encontramos como diurético, depurativo do organismo, tônica, doenças da pele, sífilis, moléstias do fígado, e afecções renais. Entre outras aplicações.

Como PANC, seu uso se concentra como chá, onde o seu nome popular chá-de-campanha indica que já fora utilizado como fonte de bebida durante as viagens por este sertão do Brasil. Hoje em dia existe produtos industrializados, inclusive refrigerantes, com o extrato da planta. Sua infusão dá origem a uma bebida refrescante e revigorante.

Definições:

PANC: https://plantas-rodadeconversa.blogspot.com/p/panc-plantas-alimenticias-nao.html

Planta Medicinal: https://plantas-rodadeconversa.blogspot.com/p/plantas-medicinais.html








Destaque

Almeirão-roxo

💜 Almeirão-roxo: a PANC que une sabor e saúde! Conheça os segredos desta planta poderosa, suas propriedades medicinais, receitas nutritiva...