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domingo, 3 de agosto de 2025

Boldo Baiano

 

Fitoterapia popular e ciência se encontram no boldo baiano (Gymnanthemum amygdalinum): descubra como essa planta atua no fígado, digestão, inflamações e muito mais — com respaldo tradicional e atual.

Boldo Baiano (Gymnanthemum amygdalinum (Delile) Sch.Bip.)

📌 Nome científico:

Gymnanthemum amygdalinum (Delile) Sch.Bip.

🧾 Classificação botânica atualizada:

  • Reino: Plantae

  • Ordem: Asterales

  • Família: Asteraceae (Compositae)

  • Gênero: Gymnanthemum

  • Espécie: G. amygdalinum

  • Sinonimia científica: Vernonia condensata Baker

📛 Nomes populares:

Boldo baiano, boldo africano, boldo-do-gabão, boldo de folha larga, erva-do-fígado, boldo-japonês, boldo-chinês, boldo-preto, luman, alumã.


🌱 Descrição botânica:

O boldo baiano é uma planta perene e arbustiva, de crescimento vigoroso, que pode atingir entre 2 a 5 metros de altura, com aspecto lenhoso e ramificação abundante. Suas folhas são grandes, simples, opostas, com formato lanceolado a oblongo, superfície rugosa, margens inteiras ou levemente dentadas, de coloração verde-escura e sabor marcadamente amargo. As inflorescências surgem em panículas terminais, compostas por numerosos capítulos pequenos, típicos da família Asteraceae. As flores são tubulosas e de coloração branca, discretas, mas abundantes na época da floração, geralmente no período seco do ano. As raízes são profundas e pivotantes, conferindo boa resistência à seca. A planta se adapta bem em regiões tropicais e subtropicais.


🌍 Origem e distribuição:

Originária da África tropical, especialmente da região da Nigéria e países vizinhos, a espécie foi introduzida no Brasil, onde hoje é cultivada em quintais, hortas medicinais e jardins de uso popular, especialmente nas regiões Nordeste, Sudeste e Norte.


🧪 Usos medicinais tradicionais:

  • Estimulante hepático e digestivo

  • Redutor do colesterol

  • Vermífugo e antiparasitário

  • Imunoestimulante

  • Antioxidante

  • Antimalárico (uso tradicional africano)

  • Auxiliar no controle da glicemia

📋 Indicações fitoterápicas:

  • Má digestão e dispepsias

  • Distúrbios hepáticos leves

  • Parasitoses intestinais

  • Fadiga crônica e inapetência

  • Controle complementar da diabetes tipo 2


☕ Modo de uso e preparação:

  • Infusão: 1 colher (sopa) de folhas frescas ou secas para 1 xícara de água fervente. Deixar abafado por 10 minutos, coar e tomar até 2 vezes ao dia.

  • Tintura: folhas secas maceradas em álcool 70% na proporção 1:5, por 7 a 10 dias.

  • Uso externo: compressas ou lavagens com infusão morna para problemas de pele leves.

🧴 Receita extemporânea medicinal:

Chá digestivo de boldo baiano com hortelã

  • 1 folha pequena de boldo baiano

  • 4 folhas de hortelã

  • 250 ml de água fervente
    Infundir por 8 minutos, coar e tomar morno após refeições pesadas.


⚠️ Toxicidade e interações medicamentosas:

  • O uso excessivo pode causar irritação gástrica e náuseas.

  • Contraindicado para gestantes, lactantes e crianças.

  • Pode potencializar medicamentos antidiabéticos ou anticoagulantes.

  • Seu uso contínuo não deve ultrapassar 10 dias sem acompanhamento profissional.


🌿 Dicas de cultivo:

  • Luminosidade: sol pleno ou meia sombra

  • Solo: fértil, bem drenado e com matéria orgânica

  • Propagação: por estacas ou sementes (quando disponíveis)

  • Manutenção: podas regulares favorecem o crescimento arbustivo; planta resistente a pragas e seca


💡 Curiosidades:

  • É considerada "planta da longevidade" em diversas regiões da África.

  • Suas folhas têm uso histórico em rituais tradicionais africanos.

  • É uma das PANCs com maior potencial funcional, tanto medicinal quanto alimentar.


📚 Citações confirmadas como planta medicinal e PANC:

  • Ijeh, I. I. & Ejike, C. E. C. C. (2011). Current perspectives on the medicinal potential of Vernonia amygdalina Del. Research Journal of Pharmacology.

  • Lorenzi, H. & Matos, F. J. A. (2008). Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Instituto Plantarum.

  • Burkill, H. M. (1985). The useful plants of West Tropical Africa. Royal Botanic Gardens, Kew.

Boldo Baiano (Gymnanthemum amygdalinum (Delile) Sch.Bip. - Aspécto geral da planta -  Foto: José Carlos Bueno -  Bueno Brandão-MG - 07/2025



Boldo Baiano (Gymnanthemum amygdalinum (Delile) Sch.Bip. - Ramagem-  Foto: José Carlos Bueno -  Bueno Brandão-MG - 07/2025


Boldo Baiano (Gymnanthemum amygdalinum (Delile) Sch.Bip. - Inflorescência -  Foto: José Carlos Bueno -  Bueno Brandão-MG - 07/2025

Boldo Baiano (Gymnanthemum amygdalinum (Delile) Sch.Bip. - Planta florida -  Foto: José Carlos Bueno -  Bueno Brandão-MG - 07/2025

 


domingo, 27 de julho de 2025

Salsa

 

Descubra os segredos da Salsa (Petroselinum crispum), uma planta poderosa que vai da cozinha ao cuidado com a saúde. Rica em nutrientes, fácil de cultivar e cheia de usos medicinais, a salsa é um verdadeiro tesouro verde. Aprenda a identificar, preparar e aproveitar tudo o que essa planta versátil tem a oferecer!

🌿 Ficha Técnica: Petroselinum crispum (Salsa)

🔬 Nome científico: Petroselinum crispum (Mill.) Fuss
📚 Classificador: Philip Miller
📖 Classificação mais recente: Planta da ordem Apiales, pertencente à família Apiaceae.
🌱 Família botânica: Apiaceae


🌍 Nomes Populares:

  • Salsa

  • Cheiro-verde

  • Salsinha

  • Perejil (espanhol)


🌿 Descrição Botânica:

Planta herbácea bienal, com folhas compostas pinadas, recortadas e de coloração verde intensa, geralmente agrupadas em rosetas basais. Possui inflorescência do tipo umbela composta, com flores pequenas, brancas ou amareladas. As raízes são pivotantes, finas e brancas. O porte atinge cerca de 30 a 60 cm. A inflorescência surge no segundo ano, formando um caule floral ereto. A fenologia indica floração principalmente entre a primavera e o verão, com produção de frutos (aquenios) logo em seguida.


🌎 Região de Origem e Presença no Brasil:

Originária do Mediterrâneo Central e Oriental. No Brasil, é amplamente cultivada em hortas caseiras, viveiros e produções comerciais em todas as regiões, principalmente em clima ameno.


🍴 Usos Alimentares:

  • Parte comestível: folhas, talos e sementes (em menor escala).

  • Usada amplamente como tempero fresco em saladas, sopas, refogados, molhos e carnes.

  • As sementes possuem sabor mais forte e são utilizadas em conservas e marinadas.

🍽 Receita Alimentar – Molho Verde de Salsa:

  • Ingredientes: 1 maço de salsa fresca, 1 dente de alho, 3 colheres de azeite, 1 colher de vinagre, sal e pimenta a gosto.

  • Preparo: Bater todos os ingredientes no liquidificador até formar um molho homogêneo. Servir com saladas, carnes ou pão.


🌿 Usos Medicinais:

A salsa é rica em compostos bioativos como flavonoides (apiína), miristicina e óleos essenciais. Tem ação antioxidante, anti-inflamatória, diurética e digestiva.

💧 Modo de Usar e Preparação:

  • Chá das folhas: 1 colher de sopa para 1 xícara de água quente. Infundir por 10 minutos.

  • Uso externo: cataplasmas das folhas amassadas podem ser usadas sobre picadas de inseto e feridas leves.

🩺 Indicações Fitoterápicas:

  • Auxílio na digestão

  • Alívio de cólicas menstruais

  • Diurético suave

  • Combate à halitose (bochechos)

🌿 Receita Medicinal Extemporânea:

  • Chá diurético: misturar salsa com cavalinha e cabelo de milho em infusão leve, para uso moderado em retenção de líquidos.


🍃 Bromatologia:

  • Rica em vitamina C, A, K, ferro, potássio, ácido fólico e flavonoides.

  • Alto teor de clorofila e antioxidantes.

  • Baixo valor calórico e ótima fonte de fibras.


⚠️ Possível Toxicidade e Interações:

  • Em grandes doses, pode ser abortiva (principalmente o óleo essencial).

  • Pessoas com distúrbios renais devem evitar o uso contínuo.

  • Interações possíveis com medicamentos diuréticos e anticoagulantes (pela vitamina K).


🌾 Dicas de Cultivo:

  • Cultivar em solo fértil, bem drenado e rico em matéria orgânica.

  • Prefere sol pleno, mas tolera meia-sombra.

  • Regar regularmente sem encharcar.

  • A colheita pode ser feita a partir de 60 dias após o plantio.

  • Pode ser cultivada em vasos e jardineiras.


🌟 Curiosidades:

  • Foi usada como coroa pelos gregos antigos em celebrações e cultos funerários.

  • Na Idade Média, era associada à fertilidade.

  • Tem presença marcante na culinária mediterrânea e brasileira (cheiro-verde).


📚 Citações Confirmadas:

  • LORENZI, Harri et al. (2006). Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa: Instituto Plantarum. – Salsa listada como medicinal e amplamente cultivada.

  • ALONSO, Jorge (2004). Plantas medicinais: guia de bolso. São Paulo: Editora Madras. – Relata uso terapêutico da salsa como diurética e digestiva.

Salsa - Petroselinum crispum (Mill.) Fuss - Inflorescência tipo umbela -Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - Julho/2025 

Salsa - Petroselinum crispum (Mill.) Fuss - Inflorescência tipo umbela -Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - Julho/2025

Salsa - Petroselinum crispum (Mill.) Fuss - Aspecto da planta -Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - Julho/2025

Salsa - Petroselinum crispum (Mill.) Fuss - Aspecto da planta -Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - Julho/2025


quarta-feira, 2 de julho de 2025

Babosa

🌱 Babosa - Aloe vera ou Aloe arborescens? Descubra as diferenças, usos e segredos dessas plantas medicinais!
Você sabia que existem diferentes tipos de babosa e que cada um tem propriedades e usos específicos? Nesta postagem, vamos comparar o Aloe vera e o Aloe arborescens, duas plantas poderosas no cuidado com a saúde e a pele. Aprenda a identificar corretamente cada espécie, descubra como cultivá-las em casa, e conheça receitas medicinais e alimentares seguras com comprovação científica.

👉 Leia agora e nunca mais confunda suas babosas! Seu bem-estar começa com o conhecimento certo.                                                                                                                     

🌵 Ficha Técnica – Aloe arborecens & Aloe vera


🔹 Nomes científicos e classificação

  • Aloe arborecens Mill. – descrita por Philip Miller, pertence à família Asphodelaceae 

  • Aloe vera (L.) Burm. f. – descrita por Linnaeus como Aloe perfoliata var. vera; atualmente reconhecida como a verdadeira Aloe. Pertence à mesma família 


📛 Nomes populares

  • Aloe arborecens: aloe-de-Natal, maciço de aloe .

  • Aloe vera: babosa, aloe-chinês, aloe-de-Barbados, aloe-de-queimadura 


🌿 Descrição botânica (texto contínuo)

Aloe arborecens é um suculento arbustivo, formando touceiras de 2–3 m de altura, com folhas carnudas, verdes azuis, dispostas em rosetas, contendo bordas espinhosas. Suas inflorescências surgem como racemos não ramificados de flores cilíndricas vermelho‑alaranjadas, como um “copo de fogo” no inverno .

Aloe vera apresenta porte menor (60–100 cm), sem caule evidente, com folhas espessas dispostas em rosetas. As folhas são verde‑cinzentas, geralmente pontuadas, com margem serrilhada. Produz inflorescências em espiga ereta no verão, com flores tubulares amareladas, crescendo acima das folhas .

Ambas possuem raízes superficiais fibrosas, geram brotamento por mudas laterais (offsets) e florescem em resposta às estações quentes (A. barn. no inverno e A. vera no verão).


🌍 Origem e ocorrência no Brasil

  • A. arborecens: originária do sul da África, adaptada ao cultivo tropical e ornamental em climas amenos

  • A. vera: nativa da Península Arábica, está naturalizada nas Américas (incluindo o Brasil), Ásia e áreas temperadas.



💊 Usos medicinais & indicações fitoterápicas

Ambas são ricas em polissacarídeos (acemannan), antraquinonas (aloin, aloe emodin), ligninas, hormônios vegetais, com atividade cicatrizante, anti-inflamatória, antibacteriana, hepatoprotetora, imunomoduladora e antioxidante 

  • Aloe vera: usada em queimaduras, feridas, dermatites, uso oral para constipação, dispepsia, controles metabólicos e lipídios .

  • Aloe arborecens: tradicionalmente aplicada em uso externo para cicatrização, com estudos mostrando eficácia eficaz contra infecções em modelos animais .


🧪 Modo de uso / preparações

  • Uso externo: aplicar diretamente o gel fresco das folhas sobre a pele limpa por 15–30 min, 2–3x/dia.

  • Uso interno: para Aloe vera, 1 a 2 colheres de sopa de gel homogêneo em suco ou água, preferencialmente sem látex. Uso de até 2 semanas. 

  • Chá leve com gel medicinal: infusão quente breve no gel e água, coado e consumido em casos de queimadura digestiva leve.

Obs.: O uso interno, se for feito, deverá ser com muito critério e cuidado, além de acompanhado por um profissional qualificado, visto que, são plantas tóxicas com possibilidade de causar até mesmo crises de nefrite. Lorenzi e Mattos, 2002.

🏥 Receita medicinal extemporânea

Compressa gelada para queimadura

  • Gel fresco da folha + 2 gotas de óleo essencial de lavanda + frasco esterilizado.

  • Conservar na geladeira por até 7 dias. Aplicar em caso de queimaduras leves ou frieiras.


🔬 Bromatologia – composição do gel (A. vera)

  • Acemannan (polissacarídeos): cicatrizante, imunomodulador 

  • Anthraquinonas (aloin, aloe-emodin): laxante, antimicrobiano, anti-inflamatório 

  • Vitaminas (A, C, E, do complexo B), minerais (Ca, Mg, Zn), aminoácidos, enzimas (bradykinase…) .


🌾 Dicas de cultivo

  • Solo: arenoso, bem drenado

  • Clima: quente, sem geadas

  • Luz: pleno sol a meia-sombra

  • Irrigação: moderada; solo úmido, mas sem encharcar

  • Propagação: por rebentos laterais em primavera/verão

  • Pragas: cuidado com ácaros, pulgões e podridões (evitar encharcar)


🌟 Curiosidades

  • A. vera chamada “planta da imortalidade” desde o Egito antigo (“plant of immortality”) .

  • Também conhecida como “wand of heavens” em estudos terapêuticos modernos 

  • A. arborecens floresce no inverno africano (“aloe-de-Natal”) e atraí fauna mesmo em temperaturas baixas 

  • A Aloe vera L. foi motivo de grande polêmica e modismos em anos passados, obrigando até mesmo a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) a se manifestar alertandando para “[...] a importância de os pacientes seguirem os tratamentos convencionais, recomendados por médicos oncologistas clínicos, que possuem protocolos de pesquisa e controles sistemáticos de seus efeitos”[...]. Cechinel Filho & Zanchett, 2020.


📚 Citações confirmadas

  1. Maharjan & Laxmipriya (2014), J Tradit Complement Med. – revisão sistemática do uso medicinal de A. vera pmc.ncbi.nlm.nih.gov+3pmc.ncbi.nlm.nih.gov+3scie5⁵ncedirect.com+3.

  2. da Cunha et al. (2014), J Food Composition and Analysis – composição nutritiva e antioxidante do gel .

  3. Jia et al. (mencionado em MDPI 2019) – cicatrização superior com A. arborescens em modelos animais mdpi.com+1pt.wikipedia.org+1.

  4. Cechinel Filho, Valdir; Zanchett, Camile Cecconi Cechinel; Fitoterapia avançada : uma abordagem química, biológica e  nutricional [recurso eletrônico] / – Porto Alegre : Artmed, 2020. E-pub.



Imagem comparativa entre as duas espécies de babosa. Aloe vera e Aloe Arborecens. Foto e edição: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG


Aloe vera L. - aspecto da planta - Planta estudada foto ‎10‎ de ‎abril‎ de ‎2005, Bueno Brandão-MG. Autor: José Carlos Bueno

Aloe vera L. - Detalhe da inflorescência - Planta estudada foto ‎10‎ de ‎abril‎ de ‎2005 - Autor: Degmar Ferro

Aloe vera L. - aspecto da inflorescência- Planta estudada foto ‎10‎ de ‎abril‎ de ‎2005 - Autor: Degmar Ferro
Aloe vera L. - Folha - Planta estudada foto ‎10‎ de ‎abril‎ de ‎2005, Bueno Brandão-MG. Autor: José Carlos Bueno


Aloe arborecens Mill. - aspecto da planta - Planta estudada foto de 27 de Abril de 2019.
 Bueno Brandão-MG. Autor: José Carlos Bueno



terça-feira, 24 de junho de 2025

HIbisco

 



🌺 Descubra os segredos do Hibisco: sabor, saúde e tradição em uma única planta!

Muito além de um chá famoso, o Hibiscus sabdariffa — também conhecido como vinagreira ou rosela — é uma planta comestível, medicinal e rica em história. Nesta postagem, você vai conhecer seus usos como PANC, suas propriedades fitoterápicas comprovadas, receitas deliciosas e dicas para cultivar em casa.

👉 Leia agora e surpreenda-se com a versatilidade dessa flor (cálices florais) vibrante que conquista paladares e cuida da saúde!

🌿 Ficha Técnica – Hibiscus sabdariffa L.

🔬 Nome científico | Classificador

  • Hibiscus sabdariffa L.

  • Descrita por Carl Linnaeus em 1753.

🧬 Classificação mais recente | Família botânica

  • Pertence à família Malvaceae.

  • Mantém sua classificação acadêmica conforme sistemas filogenéticos modernos (APG IV).

🏷️ Nomes populares

  • Vinagreira, hibisco-vermelho, caruru-de-beiju, caruru-rosa, rosela (em inglês: roselle, jamaica).


🌿 Descrição botânica

Hibiscus sabdariffa é uma planta herbácea anual ou bianual pertencente à família Malvaceae, que pode atingir de 1 a 2 metros de altura, com caule ereto, ramificado e avermelhado. Suas folhas são simples, alternas, com pecíolo longo, variando de inteiras a lobadas (geralmente com 3 a 5 lóbulos), de coloração verde a arroxeada, e com margens serrilhadas. As flores são grandes, solitárias ou dispostas nas axilas das folhas, com coloração amarela pálida e centro avermelhado, cálice persistente e carnoso, que se torna vermelho-escuro na maturação — sendo essa parte a mais utilizada na alimentação e na fitoterapia. O cálice forma uma estrutura suculenta em forma de cápsula envolta por brácteas (epicálix), responsável pelo “fruto” comestível. As raízes são pivotantes, bem desenvolvidas, e contribuem para a rusticidade da planta. A inflorescência é do tipo axilar, com uma a três flores por nó, e a fenologia da espécie caracteriza-se por florescimento no verão e frutificação no início do outono.

🌍 Região de origem e ocorrência no Brasil

  • Originária do Sudeste Asiático; espalhou-se pela África e América Tropical.

  • No Brasil, cultivada em regiões tropicais e subtropicais, especialmente no Norte, Nordeste e Sul.


🍽️ Usos alimentares (PANC)

  • Cálice suculento (rosela): usado em chás, sucos, geléias, vinhos, xaropes e saladas.

  • Folhas jovens: consumidas refogadas como verdura.
    – Considerada Planta Alimentícia Não Convencional (PANC).

🍛 Receita (PANC):

Chá Gelado de Hibisco com Hortelã

  • 5 cálices de hibisco + 1 litro de água fervente → infusão por 10 min

  • Coar, amassar levemente, adicionar hortelã, adoçar a gosto, servir gelado



Acesse a postagem com a receita utilizando as folhas de hibisco no link a seguir: Arroz de cuxá com carne seca

Veja, também, no final da postagem uma receita de Geléia de Hibisco

Clique aqui para ir para Geléia de Hibisco

💊 Usos medicinais e indicações fitoterápicas

  • Propriedades: antioxidante, anti-hipertensiva, diurética, digestiva, anti-inflamatória, hepatoprotetora.

  • Indicações: hipertensão, retenção hídrica, problemas digestivos, controle lipídios.

🍵 Receita extemporânea medicinal:

  • Chá: 1 colher (chá) de cálice seco + 200 ml água fervente, infusão 10 min, coar. Tomar 2x/dia por até 14 dias.


🔬 Bromatologia (cálices secos por 100 g)

  • Calorias: ~37 kcal

  • Carboidratos: ~9 g

  • Fibra alimentar: ~0,7 g

  • Minerais: cálcio, ferro, magnésio

  • Fitoquímicos: antocianinas, ácido cítrico, flavonoides, taninos.
    Fonte: da Cunha et al., Journal of Food Composition and Analysis, 2014.


🌱 Dicas de cultivo

  • Clima: quente (23–30 °C), sensível a geadas

  • Solo: bem drenado, fértil, pH 5,5–7,0

  • Plantio: sementes ou mudas, espaçamento de 1 m

  • Irrigação: regular na fase de crescimento, moderada na floração

  • Poda: retirar ramos secos, incentivar ramificação


🌟 Curiosidades

  • Na Jamaica e México, conhecido como “agua de jamaica”

  • Rico em antocianinas, usado como corante natural

  • O nome “rosela” vem do latim rosella (“pequena rosa”)


📚 Citações confirmadas

  1. da Cunha, R.L. et al. (2014), Journal of Food Composition and Analysis:
    Hibiscus sabdariffa é rico em antocianinas e possui elevada atividade antioxidante.”

  2. Mojica, L.A.T. et al. (2011), Phytotherapy Research:
    “O chá de hibisco revelou redução significativa da pressão arterial em estudo clínico [...]”.

  3. Lorenzi, H.; Matos, F.J.A. (2002), ‘Plantas Medicinais no Brasil – nativas & exóticas’ (Instituto Plantarum):
    “Utilizada como diurética, tônica cardiovascular e antioxidante.”


Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - Foto: José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - Foto: José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - Foto: José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - Foto: José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - Foto: José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - cálices florais frescos - Foto: José Carlos Bueno - 12/2019 - Bueno Brandão-MG


Geléia de Hibisco



Ingredientes:

500 g  hibisco frescos (separados os cálices e limpos)
200 g de açúcar
250 ml de água
Suco de meio limão (opcional)

Preparo:
Em uma panela, de preferência de inóx com o fundo triplo, junte a água e os hibiscos já preparados. Deixe ferver e abaixe o fogo, mantenha a panela semi-tampada, para que o hibisco cozinhe bem. Quando o hibisco estiver bem amolecido, não muito fibroso, adicione o açúcar, se optar pelo limão pode coloca-lo também. Mexa sempre até dar o ponto de geleia. 



Cálices de hibisco separados - Foto: José Carlos Bueno - 12/2019



Geléia de hibisco sendo preparada - Foto: José Carlos Bueno - 12/2019
    


Geléia de hibisco pronta - Foto: José Carlos Bueno - 12/2019

domingo, 22 de junho de 2025

Bertalha ou espinafre-indiando

 


🌱 Descubra o Poder da Bertalha ou Espinafre-indiano (Basella alba): Nutrição, Saúde e Sabor na Sua Mesa!

Você conhece o espinafre-tropical? Também chamada de Basella alba, essa incrível planta é uma verdadeira joia escondida entre as hortaliças brasileiras. Rica em nutrientes, fácil de cultivar e repleta de benefícios medicinais, ela ainda oferece um corante natural extraído de seus frutos.

👉 Saiba como utilizá-la na cozinha, seus usos medicinais comprovados, dicas de cultivo e uma receita prática para incluir essa PANC poderosa no seu dia a dia.
Não deixe de conferir!


📘 Ficha Técnica – Basella alba L.

Nome científico e Classificação

  • Nome científico: Basella alba L.

  • Classificador: Carl Linnaeus

  • Família botânica: Basellaceae

  • Classificação mais recente (APG IV):

    • Ordem: Caryophyllales

    • Família: Basellaceae

    • Gênero: Basella

    • Espécie: Basella alba L.

🌱 Nomes populares

  • Espinafre-indiano

  • Espinafre-de-malabar

  • Espinafre-tropical

  • Espinafre-cabeludo

  • Guanco

  • Sambaíto (em algumas regiões do Brasil)

🌿 Descrição Botânica

  • Tipo de folha: Simples, alternas ou subopostas, carnosas, ovais ou cordiformes, com textura suculenta e brilhante, de cor verde-escura ou arroxeada (variedade rubra).

  • Inflorescência: Racemos terminais ou axilares, densos, com pequenas flores róseas a brancas.

  • Tipo e forma da inflorescência: Racemo axilar ou terminal cilíndrico.

  • Fenologia (floração/frutificação): Floresce principalmente no verão e início do outono. Frutifica logo após a floração.

  • Frutos: Drupas pequenas, de coloração arroxeada a negra.

  • Raízes: Fasciculadas, superficiais, de crescimento rápido.

  • Porte: Planta herbácea ou trepadeira, suculenta, podendo atingir até 2 a 5 metros quando tutorada.

  • Caule: Carnoso, suculento, verde ou arroxeado.

🌍 Distribuição geográfica

  • Origem: Sul da Ásia e Sudeste Asiático.

  • No Brasil: Cultivada e espontânea em regiões tropicais e subtropicais, especialmente Norte, Nordeste e Sudeste.

🍽️ Usos alimentares (PANC)

  • Todas as partes aéreas são comestíveis.

  • Folhas e brotos: Utilizados como espinafre — refogados, cozidos, em sopas, omeletes e saladas.

  • Frutos: Usados como corante alimentar (roxo) em pratos, sucos e sobremesas.

📌 Receita culinária simples

Refogado de Basella alba:

  • Ingredientes: Folhas frescas, alho, azeite, sal a gosto.

  • Modo de preparo: Refogue o alho no azeite até dourar. Acrescente as folhas de Basella alba lavadas e escorridas. Refogue rapidamente até murcharem. Tempere com sal e sirva.

Para uma receita mais elaborada veja neste blog a (clique =>) receita de quiche de bertalha.

⚗️ Usos medicinais e fitoterápicos

  • Partes utilizadas: Folhas, talos e frutos.

  • Indicações tradicionais:

    • Laxativa suave

    • Demulcente (protetora das mucosas)

    • Anti-inflamatória

    • Refrescante (uso tópico em queimaduras e irritações)

    • Usada em cataplasmas para abscessos e furúnculos

  • Modo de uso: Infusão ou decocto das folhas; cataplasmas das folhas frescas amassadas.

💊 Indicações fitoterápicas registradas

CondiçãoForma de uso
Prisão de ventre leveInfusão das folhas frescas
Irritações cutâneasCataplasmas ou suco tópico
Queimaduras levesFolhas frescas esmagadas

⚗️ Constituintes químicos

  • Folhas e talos: Mucilagens, carotenoides (incluindo beta-caroteno), vitamina C, ferro, cálcio, magnésio.

  • Frutos: Betacianinas (corantes naturais roxos), antocianinas.

  • Corante dos frutos: Usado para tingir tecidos de forma artesanal e como corante natural em alimentos.

🧪 Bromatologia

  • Composição nutricional (100g de folhas cruas):

    • Energia: ~19 kcal

    • Proteínas: ~2.0 g

    • Carboidratos: ~3.4 g

    • Fibras: ~1.8 g

    • Vitamina C: ~102 mg

    • Cálcio: ~109 mg

    • Ferro: ~1.2 mg

    • Rico em mucilagem (excelente para o trato digestivo)

🎨 Uso dos frutos de Basella alba como corante natural

Parte utilizada: Frutos maduros (drupas de coloração arroxeada a negra)

🎯 Composição responsável pela coloração:

  • Betacianinas (principal)

  • Antocianinas (em menor quantidade)
    Esses pigmentos conferem tons que variam do rosa ao roxo intenso, dependendo da concentração e do pH do meio em que são usados.

🍴 Usos culinários como corante:

  • Bebidas: Sucos, xaropes, drinks naturais

  • Doces: Gelatinas, balas, geleias, coberturas para bolos

  • Massas: Pães, massas artesanais coloridas

  • Arroz: Pode ser cozido junto para dar coloração roxa ao arroz ou risotos.

  • Iogurtes e sorvetes: Acrescenta cor de maneira suave e natural.

📌 Exemplo prático:

  • Corante natural para suco: Amasse os frutos maduros e coe o suco. Misture à água ou suco de limão para realçar a tonalidade arroxeada.


🧵 Usos artesanais:

  • Tingimento de tecidos artesanais (algodão, linho) para obter tons arroxeados ou violáceos.

  • Usado tradicionalmente em comunidades rurais para tinturas caseiras e pintura de objetos artesanais.


⚠️ Observações importantes:

  • Estabilidade: Por serem pigmentos naturais, as betacianinas são sensíveis ao calor, à luz e a variações de pH, podendo desbotar com o tempo.

  • Acidez: A presença de ácidos (ex.: limão ou vinagre) ajuda a manter a cor vibrante por mais tempo.

  • Não tóxico: É seguro para consumo alimentar.

🌾 Dicas de cultivo

  • Solo: Rico em matéria orgânica, bem drenado.

  • Luz: Sol pleno ou meia-sombra.

  • Propagação: Por sementes ou estacas de ramos.

  • Irrigação: Regular, mantendo o solo levemente úmido.

  • Observação: Crescimento rápido, ideal para cultivo em cercas, pergolados ou vasos pendentes.

💡 Curiosidades

  • Considerada uma excelente planta para hortas urbanas e hortas escolares por seu cultivo simples e valor nutritivo.

  • A variedade arroxeada (Basella alba var. rubra) é ornamental e comestível.

  • Muito cultivada em países asiáticos, especialmente Índia, Filipinas e Malásia.

📚 Referências confirmadas

  1. KINUPP, V.F.; LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. Instituto Plantarum, 2014.

    • 📖 Confirmação como PANC e planta medicinal.

  2. SOUZA, V.C.; LORENZI, H. Botânica Sistemática – Guia ilustrado para identificação das famílias de Angiospermas da flora brasileira. 5ª ed. Instituto Plantarum, 2012.

    • 📖 Identificação botânica e distribuição.

  3. RUBERT, R. M. et al. “Composição química e propriedades funcionais de Basella alba.” Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 2013.

    • 📖 Confirmação de propriedades nutricionais e fitoquímicas.

  4. PROENÇA, C.E.B. et al. Plantas úteis do Cerrado. Editora UnB, 2015.

    • 📖 Citações sobre usos medicinais tradicionais no Cerrado brasileiro.

Bertalha - Basella alba L. - Foto José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Bertalha - Basella alba L. - Foto José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

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