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sábado, 9 de agosto de 2025

Limão-siciliano

 

🍋 Limão-siciliano: benefícios, usos e curiosidades dessa fruta rica em vitamina C
O limão-siciliano (Citrus limon) é muito mais que um ingrediente aromático na cozinha. Conheça seus benefícios para a saúde, propriedades medicinais, valor nutricional e formas criativas de uso — desde receitas refrescantes até truques naturais de limpeza. Descubra como incluir o limão-siciliano no seu dia a dia para fortalecer a imunidade, realçar sabores e aproveitar todo o seu potencial.


🍋 Ficha Técnica – Limão‑siciliano (Citrus limon (L.) Osbeck)

📌 Nome científico e Classificação

  • Nome científico: Citrus limon (L.) Osbeck

  • Classificador: atribuído a Carl Linnaeus (L.), nome publicado formalmente por Osbeck em 1765 

  • Família: Rutaceae

  • Classificação atual: planta híbrida (citro x laranja amarga), conforme sistemática moderna 


📛 Nomes populares

  • Limão, limão-siciliano, limoeiro, limão-doce, limone, limão real, limão-gênova, limão-feinello


🌿 Descrição botânica

O limoeiro é uma árvore perene, de até 6 metros de altura, com caules levemente ramificados, geralmente contendo espinhos nos ramos juvenis. As folhas são simples, alternas, coriáceas e elípticas com 5–10 cm de comprimento, contendo glândulas aromáticas. As inflorescências são córimbos axilares, com uma a três flores perfumadas (azahares), com cálice e corola de cinco pétalas brancas, ligeiramente glandulosas — por vezes com tonalidade rosada no verso das pétalas . A raiz é do tipo pivotante. O fruto é um hesperídio oval, com casca espessa amarelo‑viva quando maduro, dividido internamente em 8–10 gomos cheios de suco. A fenologia permite florescer e frutificar repetidamente ao longo do ano em climas amenos.


🌍 Origem e distribuição no Brasil

Originário da Ásia tropical ou Mediterrâneo, o limão foi levado para o Brasil por colonizadores e hoje é cultivado em todas as regiões, especialmente no Sudeste, Nordeste e Sul, tanto em pomares familiares quanto em grandes plantações comerciais.


💊 Usos Medicinais e Fitoterapia

Propriedades reconhecidas

Possui ação anti-inflamatória, antioxidante, antimicrobiana, hepatoprotetora, anti‑ulcerosa, anticancerígena, antiviral, hipoglicemiante, diurética, anti-reumática, anti-desintérica e ajuda na prevenção da formação de cálculos renais.

Modo de usar

  • Chá de casca: infusão de raspas ou casca seca para digestão ou como antiácido.

  • Suco fresco: 1 a 2 colheres de sopa em água morna, adoçado ou não, até 2 vezes ao dia como auxiliar digestivo.

  • Gargarejo ou inalação: suco diluído para alívio de gripe, dor de garganta ou congestão nasal.

Receita extemporânea medicinal

Chá refrescante e digestivo:

  • Raspas de ½ limão (sem a parte branca)

  • 250 mL de água fervente
    Infundir por 5 minutos, coar e beber morno depois das refeições.


🍽️ Uso Alimentar (como PANC) e Receita

Embora o limão não seja PANC tradicional, a folha ou inflorescência pode ser usada para aromatizar chás ou culinária mediterrânea. O fruto é amplamente utilizado:

Receita simples – Salada cítrica de limão-siciliano

  • Endívias ou folhas verdes

  • Suco de ½ limão-siciliano

  • Raspas da casca

  • Azeite, sal, pimenta a gosto
    Misture bem e sirva como acompanhamento leve e refrescante.


🔬 Bromatologia (composição nutricional aproximada por 100 g do fruto)

  • Calorias: 29 kcal

  • Carboidratos: ~9 g

  • Fibra: ~2,8 g

  • Vitamina C: ~53 mg

  • Niacina, riboflavina, vitamina B6

  • Minerais: cálcio, potássio, ferro, magnésio

  • Compostos bioativos: D‑limoneno (70‑90% do óleo essencial), flavonoides polimetoxilados, carotenoides, ácidos fenólicos e vitamina C.


⚠️ Toxicidade e Interações Medicamentosas

  • Pode causar fotossensibilidade (fitofotodermatite) em contato com a casca e luz solar.

  • Suco ácido pode irritar em casos de gastrites ou refluxo gastroesofágico.

  • Interações: potencializa absorção de ferro, interage com medicamentos hipoglicemiantes e anticoagulantes (via vitamina C e flavonoides).


🌱 Dicas de Cultivo

  • Clima: subtropical a tropical, sensível a geadas (<7 °C) 

  • Solo: bem drenado, fértil, pH entre 5,5 e 7,5

  • Luz: pleno sol

  • Irrigação: regular, evitando encharcamento

  • Propagação: por sementes ou enxertia (cultivares como 'Eureka', 'Lisbon') 

  • Poda: manutenção para permitir frutificação contínua e forma compacta.


🌟 Curiosidades

  • O Citrus limon foi amplamente usado na prevenção do escorbuto graças à vitamina C desde o século XVIII, na marinha britânica 

  • Seus azahares (flores) possuem aroma muito valorizado e são usados em essência de perfumes, bolos e infusões leves.

  • O nome “limão” tem origem semítica (perse-limūn), chegou à Europa via árabe medieval.


📚 Citações Confirmadas


Limão-ciciliano - Citrus limon (L.) Osbeck - flores (azahares) - foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 09/08/2025 

Limão-ciciliano - Citrus limon (L.) Osbeck - ramos com frutos - foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 09/08/2025

Limão-ciciliano - Citrus limon (L.) Osbeck - ramos com frutos - foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 09/08/2025




Você já conhecia as propriedades desta planta? Deixe sua contribuição, comente no final da postagem:


domingo, 3 de agosto de 2025

Boldo Baiano

 

Fitoterapia popular e ciência se encontram no boldo baiano (Gymnanthemum amygdalinum): descubra como essa planta atua no fígado, digestão, inflamações e muito mais — com respaldo tradicional e atual.

Boldo Baiano (Gymnanthemum amygdalinum (Delile) Sch.Bip.)

📌 Nome científico:

Gymnanthemum amygdalinum (Delile) Sch.Bip.

🧾 Classificação botânica atualizada:

  • Reino: Plantae

  • Ordem: Asterales

  • Família: Asteraceae (Compositae)

  • Gênero: Gymnanthemum

  • Espécie: G. amygdalinum

  • Sinonimia científica: Vernonia condensata Baker

📛 Nomes populares:

Boldo baiano, boldo africano, boldo-do-gabão, boldo de folha larga, erva-do-fígado, boldo-japonês, boldo-chinês, boldo-preto, luman, alumã.


🌱 Descrição botânica:

O boldo baiano é uma planta perene e arbustiva, de crescimento vigoroso, que pode atingir entre 2 a 5 metros de altura, com aspecto lenhoso e ramificação abundante. Suas folhas são grandes, simples, opostas, com formato lanceolado a oblongo, superfície rugosa, margens inteiras ou levemente dentadas, de coloração verde-escura e sabor marcadamente amargo. As inflorescências surgem em panículas terminais, compostas por numerosos capítulos pequenos, típicos da família Asteraceae. As flores são tubulosas e de coloração branca, discretas, mas abundantes na época da floração, geralmente no período seco do ano. As raízes são profundas e pivotantes, conferindo boa resistência à seca. A planta se adapta bem em regiões tropicais e subtropicais.


🌍 Origem e distribuição:

Originária da África tropical, especialmente da região da Nigéria e países vizinhos, a espécie foi introduzida no Brasil, onde hoje é cultivada em quintais, hortas medicinais e jardins de uso popular, especialmente nas regiões Nordeste, Sudeste e Norte.


🧪 Usos medicinais tradicionais:

  • Estimulante hepático e digestivo

  • Redutor do colesterol

  • Vermífugo e antiparasitário

  • Imunoestimulante

  • Antioxidante

  • Antimalárico (uso tradicional africano)

  • Auxiliar no controle da glicemia

📋 Indicações fitoterápicas:

  • Má digestão e dispepsias

  • Distúrbios hepáticos leves

  • Parasitoses intestinais

  • Fadiga crônica e inapetência

  • Controle complementar da diabetes tipo 2


☕ Modo de uso e preparação:

  • Infusão: 1 colher (sopa) de folhas frescas ou secas para 1 xícara de água fervente. Deixar abafado por 10 minutos, coar e tomar até 2 vezes ao dia.

  • Tintura: folhas secas maceradas em álcool 70% na proporção 1:5, por 7 a 10 dias.

  • Uso externo: compressas ou lavagens com infusão morna para problemas de pele leves.

🧴 Receita extemporânea medicinal:

Chá digestivo de boldo baiano com hortelã

  • 1 folha pequena de boldo baiano

  • 4 folhas de hortelã

  • 250 ml de água fervente
    Infundir por 8 minutos, coar e tomar morno após refeições pesadas.


⚠️ Toxicidade e interações medicamentosas:

  • O uso excessivo pode causar irritação gástrica e náuseas.

  • Contraindicado para gestantes, lactantes e crianças.

  • Pode potencializar medicamentos antidiabéticos ou anticoagulantes.

  • Seu uso contínuo não deve ultrapassar 10 dias sem acompanhamento profissional.


🌿 Dicas de cultivo:

  • Luminosidade: sol pleno ou meia sombra

  • Solo: fértil, bem drenado e com matéria orgânica

  • Propagação: por estacas ou sementes (quando disponíveis)

  • Manutenção: podas regulares favorecem o crescimento arbustivo; planta resistente a pragas e seca


💡 Curiosidades:

  • É considerada "planta da longevidade" em diversas regiões da África.

  • Suas folhas têm uso histórico em rituais tradicionais africanos.

  • É uma das PANCs com maior potencial funcional, tanto medicinal quanto alimentar.


📚 Citações confirmadas como planta medicinal e PANC:

  • Ijeh, I. I. & Ejike, C. E. C. C. (2011). Current perspectives on the medicinal potential of Vernonia amygdalina Del. Research Journal of Pharmacology.

  • Lorenzi, H. & Matos, F. J. A. (2008). Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Instituto Plantarum.

  • Burkill, H. M. (1985). The useful plants of West Tropical Africa. Royal Botanic Gardens, Kew.

Boldo Baiano (Gymnanthemum amygdalinum (Delile) Sch.Bip. - Aspécto geral da planta -  Foto: José Carlos Bueno -  Bueno Brandão-MG - 07/2025



Boldo Baiano (Gymnanthemum amygdalinum (Delile) Sch.Bip. - Ramagem-  Foto: José Carlos Bueno -  Bueno Brandão-MG - 07/2025


Boldo Baiano (Gymnanthemum amygdalinum (Delile) Sch.Bip. - Inflorescência -  Foto: José Carlos Bueno -  Bueno Brandão-MG - 07/2025

Boldo Baiano (Gymnanthemum amygdalinum (Delile) Sch.Bip. - Planta florida -  Foto: José Carlos Bueno -  Bueno Brandão-MG - 07/2025

 


sábado, 26 de abril de 2025

Candeia

 

Candeia - Eremanthus erythropappus (DC.) McLeish - Foto: José Carlos Bueno - 12/2024 - Bueno Brandão-MG

🌿 Ficha Técnica – Eremanthus erythropappus (DC.) McLeish


📌 Nome Científico:

Eremanthus erythropappus (DC.) McLeish

📚 Classificador:

Originalmente descrita por Augustin Pyramus de Candolle (DC.), reclassificada por McLeish.

🌱 Família Botânica:

Asteraceae


🏷️ Nomes Populares:

  • Candeia

  • Candeinha

  • Pau-candeia

  • Árvore-da-candeia

  • Candeia-brava


🌳 Descrição Botânica:

Árvore de médio porte, com altura entre 6 a 15 metros. Possui tronco retilíneo, de casca espessa, fissurada e rica em óleo-resina aromática. As folhas são alternas, simples, lanceoladas a oblanceoladas, coriáceas, verdes na face superior e esbranquiçadas na inferior (indumento de tricomas). As flores são reunidas em inflorescências do tipo capítulo, de cor branco-amarelada. O fruto é um aquênio pequeno.


🌸 Fenologia:

  • Floração: De outubro a dezembro.

  • Frutificação: De dezembro a fevereiro.
    O ciclo reprodutivo é influenciado pelas chuvas da primavera-verão.


🌍 Região de Origem e Distribuição no Brasil:

Endêmica do Brasil, especialmente em regiões de altitude e campos rupestres dos estados de Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo e São Paulo.
Predomina em solos pobres, secos, pedregosos e em ambientes de Cerrado e Mata Atlântica, sendo uma espécie adaptada a climas mais frios.


💊 Usos Medicinais:

  • Óleo essencial da madeira: Rico em α-bisabolol (até 80%), com reconhecidas propriedades anti-inflamatórias, cicatrizantes, bactericidas, fungicidas e calmantes.

  • Indicações populares:

    • Tratamento de feridas, queimaduras, psoríase, eczemas, acne, inflamações de pele.

    • Alívio de irritações, coceiras e regeneração da pele lesionada.

    • Atua como antimicrobiano natural em cremes dermatológicos.


🧪 Modo de Usar e Preparação:

  • Óleo essencial puro: Aplicar diluído (em óleo vegetal carreador) sobre a pele em lesões ou inflamações.

  • Pomadas e cremes: Incorporado em bases dermatológicas em concentrações de 1% a 10% para uso tópico.

  • Infusão externa: Raspas da madeira fervidas em água para banhos de limpeza de feridas.

  • Compressas: Com óleo ou infusão sobre áreas inflamadas.

⚠️ Uso interno é desaconselhado sem acompanhamento médico.


🌸 Curiosidades:

  • A palavra "candeia" vem do uso tradicional da madeira como "tocha" natural, acesa para iluminação antes da eletricidade.

  • Eremanthus erythropappus é a principal fonte natural de α-bisabolol usado pela indústria cosmética global.

  • A espécie é protegida por legislação ambiental em Minas Gerais, sendo considerada ameaçada de extinção devido à extração intensa para óleo e madeira.

  • Plantios comerciais estão sendo desenvolvidos como forma sustentável de exploração.


📚 Citações como Planta Medicinal:

  • “A exploração de Eremanthus erythropappus para extração de α-bisabolol destaca-se como uma alternativa sustentável ao uso do bisabolol sintético.” — Silva et al., Revista Brasileira de Plantas Medicinais (2011)

  • “Estudos farmacológicos confirmam o potencial antimicrobiano do óleo essencial extraído da candeia.” — Pimenta et al., Brazilian Journal of Pharmacognosy (2010)

  • A UFLA publicou um manual para cultivo de candeia que pode ser acessado em:
    http://www.nucleoestudo.ufla.br/nemaf/candeia/manual_simplificado.pdf


Candeia - Eremanthus erythropappus (DC.) McLeish - Foto: José Carlos Bueno - 12/2024 - Bueno Brandão-MG

Candeia - Eremanthus erythropappus (DC.) McLeish - Foto: José Carlos Bueno - 12/2024 - Bueno Brandão-MG

Candeia - Eremanthus erythropappus (DC.) McLeish - Foto: José Carlos Bueno - 12/2024 - Bueno Brandão-MG - Detalhe das características da planta

Candeia - Eremanthus erythropappus (DC.) McLeish - Foto: José Carlos Bueno - 12/2024 - Bueno Brandão-MG - Pequena população em campo de altitude



domingo, 13 de abril de 2025

Figueira-da-Índia

Opuntia ficus-indica - Frutos maduros - Foto: José Carlos Bueno 04/2025 - Bueno Brandão-MG

📌Nome Científico:

Opuntia ficus-indica (L.) Mill.

📚 Classificador:

Carl Linnaeus (L.), posteriormente reclassificada por Philip Miller (Mill.)

🌿 Família Botânica:

Cactaceae


🏷️ Nomes Populares:

  • Palma

  • Figueira-da-Índia

  • Nopal (México)

  • Tuna

  • Cacto-opúncia

  • Palmatória


🌱 Descrição Botânica:

Planta perene, suculenta, arbustiva ou arborescente, com altura que pode variar de 1 a 5 metros. Possui cladódios (raquetes) verdes, achatados e ovalados, com espinhos ou glóquides (espinhos finos e curtos). Suas flores são grandes, de cor amarela ou alaranjada, e o fruto (figo-da-índia) é oval, carnoso e pode apresentar casca verde, amarela ou roxa.


🌍 Região de Origem e Distribuição no Brasil:

Originária do México e de regiões áridas da América Central. Atualmente, está amplamente distribuída em regiões semiáridas e tropicais de todo o mundo. No Brasil, é bastante comum no Nordeste (especialmente no semiárido como forragem), mas também é encontrada em outras regiões como planta ornamental e PANC.


🍽️ Usos Alimentares (Fruta e como PANC):

  • Fruto (figo-da-índia): consumido in natura ou utilizado no preparo de sucos, geleias, sorvetes, vinhos e licores. Tem sabor doce e refrescante.

  • Cladódios (raquetes jovens): consumidos como PANC, principalmente cozidos ou refogados, usados em saladas, conservas, omeletes e tortas.

  • Receita simples com a palma (cladódio):
    Salada de Nopal:

    • 1 cladódio de palma (jovem), limpo e cortado em tiras

    • 1 tomate picado, 1 cebola roxa em rodelas

    • Suco de 1 limão, azeite, sal, coentro
      Cozinhe o nopal em água com sal por 5-10 min até eliminar a baba. Escorra, lave com água fria e misture aos demais ingredientes. Sirva fria.


💊 Usos Medicinais:

  • Usada tradicionalmente como anti-inflamatória, antioxidante, antidiabética, cicatrizante e reguladora do colesterol.

  • Também indicada para gastrite, úlceras, constipação, e como hepatoprotetor.


🧪 Modo de Usar e Preparação:

  • Cladódios frescos: consumidos cozidos ou em suco para controle glicêmico e intestinal.

  • Suco de palma: 1 cladódio pequeno batido com água, limão e hortelã (opcional), coado e consumido em jejum.

  • Pó do fruto seco: usado na fitoterapia para controle de colesterol e triglicerídeos.

⚠️ Evitar consumo excessivo sem orientação médica, especialmente por pessoas com distúrbios digestivos.


🧬 Bromatologia e Propriedades Alimentícias:

  • Rico em fibras solúveis, mucilagens, antioxidantes (betalaínas, flavonoides), vitaminas A, C, E, e minerais como cálcio, potássio e magnésio.

  • Baixo teor calórico.

  • Os cladódios possuem alto teor de água e são usados também na alimentação animal.


🌸 Curiosidades:

  • A Opuntia foi uma das primeiras plantas domesticadas no México pelos astecas.

  • É um símbolo nacional do México (presente na bandeira).

  • Pode ser usada como cerca viva e na recuperação de solos degradados.

  • Tolerante à seca, é usada como estratégia alimentar em períodos de estiagem.

  • Também usada como base para produção de cosméticos naturais, especialmente para peles sensíveis.


📚 Citações como Planta Medicinal:

  • “A mucilagem dos cladódios possui ação gastroprotetora e laxativa suave.” — Lorenzi, H. & Matos, F.J.A., Plantas Medicinais no Brasil (2002)

  • “Estudos indicam potencial antidiabético da Opuntia ficus-indica, com melhora na sensibilidade à insulina.” — Frati et al., Archives of Medical Research (1990)

  • “A fruta da Opuntia é rica em antioxidantes naturais e tem sido avaliada como alimento funcional.” — Butera et al., Journal of Agricultural and Food Chemistry (2002)





Devido aos seus inúmeros espinhos seus frutos devem ser consumidos através de garfo e faca como no vídeo acima. 


Opuntia ficus-indica - Frutos maduros - Foto: José Carlos Bueno 04/2025 - Bueno Brandão-MG


Opuntia ficus-indica - Frutos imaturos e inflorescência- Foto: José Carlos Bueno 02/2025 - Bueno Brandão-MG


Opuntia ficus-indica - Inflorescência- Foto: José Carlos Bueno 02/2025 - Bueno Brandão-MG


Opuntia ficus-indica - Aspecto da planta adulta - Foto: José Carlos Bueno 02/2025 - Bueno Brandão-MG


Opuntia ficus-indica - Inflorescência - Foto: José Carlos Bueno 02/2025 - Bueno Brandão-MG


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domingo, 15 de setembro de 2024

Cafeeiro

 



Nome científico (classificador): Coffea arabica L.

Classificação mais recente:

  • Reino: Plantae
  • Divisão: Magnoliophyta
  • Classe: Magnoliopsida
  • Ordem: Gentianales
  • Família: Rubiaceae
  • Gênero: Coffea
  • Espécie: Coffea arabica

Família botânica: Rubiaceae

Sinonímia botânica: Não possui sinonímias amplamente utilizadas, pois Coffea arabica é o nome botânico mais reconhecido.

Nomes populares: Café, cafeeiro, café arábica

Descrição botânica: Coffea arabica é uma planta arbustiva ou pequena árvore que pode atingir de 2,5 a 4,5 metros de altura, mas é normalmente podada para facilitar a colheita. As folhas são ovais, brilhantes e de cor verde-escura, com bordas onduladas. As flores são brancas, pequenas e muito perfumadas, lembrando o jasmim. O fruto é uma drupa (cereja) que, quando madura, adquire uma coloração vermelha ou roxa, contendo normalmente duas sementes, conhecidas como grãos de café. As sementes são verdes antes do processamento e tornam-se marrons quando torradas.

Origem: Acredita-se que Coffea arabica seja nativa das regiões montanhosas da Etiópia e do sul do Sudão, mas a planta também é encontrada em algumas partes da Arábia, particularmente no Iêmen.

Usos medicinais: Em algumas tradições, o café tem sido utilizado para estimular o sistema nervoso central e combater a fadiga. Também é conhecido por suas propriedades diuréticas. Algumas pesquisas indicam que o consumo moderado de café pode ter efeitos antioxidantes, auxiliar na prevenção de doenças como Parkinson e diabetes tipo 2 e melhorar a saúde do fígado.

Toxicidade: Embora o café seja amplamente consumido, ele contém cafeína, que pode ser tóxica em doses excessivas. O consumo excessivo de café pode causar sintomas como ansiedade, insônia, taquicardia e problemas digestivos. A cafeína também pode levar à dependência em algumas pessoas.

Uso como bebida estimulante: O café é consumido em todo o mundo como uma bebida estimulante devido ao seu conteúdo de cafeína, um alcaloide que age como um estimulante do sistema nervoso central, ajudando a aumentar o estado de alerta e a reduzir a sensação de fadiga. A bebida é preparada a partir dos grãos torrados e moídos do fruto de Coffea arabica.

Histórico de utilização pela humanidade: O consumo de café tem uma longa história, datando de pelo menos o século 9, quando, de acordo com a lenda, pastores etíopes observaram que suas cabras ficavam mais enérgicas após consumir os frutos do cafeeiro. O café se popularizou no mundo islâmico durante o século 15, sendo cultivado no Iêmen e comercializado pelos árabes. A bebida se espalhou para a Europa no século 17, tornando-se extremamente popular em países como a Itália, França e Inglaterra, onde surgiram as primeiras casas de café. Durante o século 18, o cultivo do café se expandiu para as colônias europeias na América Latina, especialmente no Brasil, que se tornaria o maior produtor de café do mundo.

Cultivo: Coffea arabica prefere regiões tropicais com altitudes entre 600 e 2.000 metros, temperaturas amenas (entre 18°C e 24°C) e solos ricos em matéria orgânica, com boa drenagem. A planta requer chuvas regulares, mas não suporta encharcamento. O ciclo de crescimento e colheita é longo, com as cerejas do café levando de 7 a 9 meses para amadurecer. A propagação geralmente é feita por sementes ou mudas, e o cultivo inclui podas regulares para manter o tamanho da planta e facilitar a colheita. No Brasil, Colômbia, Etiópia e outros países produtores, Coffea arabica é uma cultura agrícola economicamente importante.

Curiosidades sobre a planta:

  1. Coffea arabica é responsável por cerca de 60-70% da produção mundial de café.
  2. É a espécie de café mais antiga cultivada, e sua produção exige condições mais específicas que outras espécies, como Coffea canephora (conhecida como robusta), que é mais resistente.
  3. A cafeína, presente nos grãos de Coffea arabica, atua como um pesticida natural, ajudando a proteger a planta contra insetos e pragas.
  4. A planta foi introduzida no Brasil no século 18 por Francisco de Melo Palheta, após uma expedição à Guiana Francesa.
  5. O café arábica geralmente tem um sabor mais suave e menos amargo do que o robusta, com notas aromáticas mais complexas.

Essa é uma planta de grande importância histórica, econômica e cultural, essencial para o cotidiano de milhões de pessoas ao redor do mundo!


Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG


Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 06/2024 – Bueno Brandão-MG


Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 06/2024 – Bueno Brandão-MG


Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG


Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

domingo, 30 de junho de 2024

Ipê-roxo

 

Nome científico: Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos

Família botânica: Bignoniaceae

Sinonímia botânica: Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl.

Nomes populares: Ipê-roxo, pau-d’arco-roxo, ipê-preto

Descrição botânica: Handroanthus impetiginosus é uma árvore caducifólia de médio a grande porte, podendo atingir de 8 a 30 metros de altura. Possui um tronco reto e cilíndrico, com casca espessa e rugosa de cor cinza-escura. As folhas são compostas, digitadas, geralmente com cinco folíolos de cor verde-escura. As flores são grandes, tubulares, de cor rosa a roxa, e aparecem em inflorescências terminais. Os frutos são cápsulas alongadas que se abrem para liberar sementes aladas.

Bioma de origem: Handroanthus impetiginosus é nativo das florestas tropicais e subtropicais das Américas, incluindo a Amazônia, o Cerrado, a Mata Atlântica e o Pantanal.

Usos medicinais: A casca do ipê-roxo é utilizada na medicina tradicional para preparar chás e infusões. É conhecida por suas propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, antifúngicas e antibacterianas. É usada no tratamento de problemas respiratórios, infecções, diabetes, úlceras e algumas doenças de pele.

Toxicidade: Embora o uso medicinal do ipê-roxo seja comum, é importante ressaltar que o consumo deve ser moderado e supervisionado por um profissional de saúde. A casca contém compostos que podem ser tóxicos em altas doses e causar efeitos adversos como náuseas e vômitos.

Uso paisagístico e ornamental: Handroanthus impetiginosus é amplamente utilizado no paisagismo devido às suas flores vistosas e coloridas que enfeitam a árvore durante a floração, geralmente no final do inverno e início da primavera. É uma escolha popular para praças, parques, avenidas e jardins devido à sua beleza e capacidade de atrair polinizadores como abelhas e beija-flores.

Cultivo: Handroanthus impetiginosus prefere solos bem drenados e férteis, sendo resistente a diferentes tipos de solo, incluindo os mais pobres. Gosta de sol pleno e é tolerante à seca, embora responda bem à irrigação regular. A propagação é feita por sementes, que devem ser plantadas logo após a coleta devido à curta viabilidade. A árvore pode crescer lentamente nos primeiros anos, mas acelera o crescimento com o tempo.

Curiosidades sobre a planta:

  1. Handroanthus impetiginosus é uma das árvores símbolos do Brasil, sendo muito apreciada por sua beleza e uso ornamental.
  2. A madeira do ipê-roxo é extremamente dura e resistente, sendo utilizada na construção civil, na fabricação de móveis e na construção naval.
  3. Em algumas regiões, a árvore é chamada de "pau-d’arco" devido à forma arqueada de seus galhos, que eram usados por povos indígenas para fazer arcos.
  4. A floração exuberante do ipê-roxo é um espetáculo visual que atrai turistas e amantes da natureza durante sua época de floração.





Ipê-roxo: Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos (Bignoniaceae) - detalhe da inflorescências - Foto: José Carlos Bueno - 06/2024 - Poços de Caldas-MG



Ipê-roxo: Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos (Bignoniaceae) - Aspecto da árvore florida - Foto: José Carlos Bueno - 06/2024 - Poços de Caldas-MG




Ipê-roxo: Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos (Bignoniaceae) - Detalhe do ramo florido - Foto: José Carlos Bueno - 06/2024 - Poços de Caldas-MG


segunda-feira, 27 de maio de 2024

Carambola



Nome científico: Averrhoa carambola L.
Família: Oxalidaceae
Nomes populares: Caramboleira, carambola, fruta-estrela, carambola-doce, camerunga

Descrição botânica: Averrhoa carambola é uma árvore perene, que pode atingir de 5 a 12 metros de altura. Possui folhas compostas, alternadas, com folíolos ovais e lisos. As flores são pequenas, de cor rosada a lilás, e dispostas em inflorescências. O fruto, conhecido como carambola, é oblongado, com cinco gomos pronunciados, e quando cortado transversalmente, tem forma de estrela. A casca do fruto é cerosa e de cor amarela a alaranjada quando madura.

Usos medicinais: Na medicina tradicional, diversas partes da caramboleira são utilizadas. As folhas e raízes são empregadas para tratar febres, dores de cabeça e infecções cutâneas. O suco do fruto é usado como diurético, e acredita-se que ele possa auxiliar na digestão e no tratamento de problemas hepáticos. A medicina caseira emprega, ainda, em várias regiões do país, suas folhas e frutos, como antiescorbútica, antidisentérica e estimulante do apetite.

Toxicidade: A carambola contém uma neurotoxina chamada caramboxina, que pode ser perigosa para pessoas com insuficiência renal ou predisposição a doenças renais. Esses indivíduos devem evitar o consumo da fruta, pois a toxina pode causar sintomas como confusão mental, fraqueza e, em casos graves, levar a convulsões e morte.

Uso alimentar e PANC: A carambola é amplamente consumida como fruta fresca. Pode ser utilizada em saladas, sucos, compotas, geleias e sobremesas. Além de seu uso como PANC (Planta Alimentícia Não Convencional), a carambola também é utilizada como guarnição decorativa em pratos devido à sua forma estelar atrativa.

Uso paisagístico e ornamental: Averrhoa carambola é valorizada no paisagismo por sua folhagem ornamental, flores atraentes e frutos exóticos. Ela é frequentemente plantada em jardins tropicais e subtropicais, tanto como árvore frutífera quanto ornamental.

Cultivo: A caramboleira cresce melhor em climas tropicais e subtropicais, preferindo solos bem drenados e ricos em matéria orgânica. Ela necessita de um local ensolarado e protegido de ventos fortes. A propagação é geralmente feita por sementes, mas também pode ser realizada por enxertia para garantir a qualidade dos frutos. A árvore começa a frutificar entre três a cinco anos após o plantio.

Curiosidades sobre a planta:

A carambola é conhecida por sua forma estelar quando cortada, o que a torna popular para decoração de pratos e bebidas.
O nome "Averrhoa" homenageia o polímata árabe Averróis, que foi uma figura importante na filosofia e ciência islâmica.
Além de ser apreciada como fruta fresca, a carambola é utilizada em algumas culturas para preparar vinhos e conservas.
Devido ao seu alto teor de ácido oxálico, a carambola pode interferir na absorção de cálcio e formar cristais de oxalato, o que é relevante para pessoas propensas a cálculos renais.



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Carambola Averrhoa carambola L. (Oxalidaceae) –Foto: Acervo pessoal de José Carlos Bueno – 05/2024


Carambola Averrhoa carambola L. (Oxalidaceae) –Foto: Acervo pessoal de José Carlos Bueno – 05/2024


Carambola Averrhoa carambola L. (Oxalidaceae) –Foto: Acervo pessoal de José Carlos Bueno – 05/2024


Carambola Averrhoa carambola L. (Oxalidaceae) –Foto: Acervo pessoal de José Carlos Bueno – 05/2024


Carambola Averrhoa carambola L. (Oxalidaceae) –Foto: Acervo pessoal de José Carlos Bueno – 05/2024


 





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