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sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Almeirão-roxo

💜 Almeirão-roxo: a PANC que une sabor e saúde! Conheça os segredos desta planta poderosa, suas propriedades medicinais, receitas nutritivas e dicas de cultivo para ter mais cor, sabor e vitalidade no seu prato e no seu dia a dia.


Ficha técnica — Almeirão-roxo (Lactuca indica L.)

Nome científico (classificador): Lactuca indica L. (publicado em Mantissa Plantarum 2: 278, 1771).


Classificação mais recente: Asteraceae (subfam. Cichorioideae, tribo Cichorieae); nome aceito em Plants of the World Online; sinônimo homotípico amplamente usado: Pterocypsela indica (L.) C. Shih.


Família botânica: Asteraceae (Compositae).


Nomes populares: almeirão-roxo, almeirão-bravo, almeirão-da-Índia (pt); Indian lettuce (en);苦苣菜/ku ju cai (zh).

Descrição botânica

Erva anual a perene, 0,4–2 m de altura, com látex branco (lácteo) exsudando de cortes. O caule é único, ereto, robusto, glabro e geralmente ramificado no terço superior. As folhas são muito variáveis, do inteiras a lobadas; as basais formam uma roseta e tendem a murchar na antese, enquanto as caulinares são alternas, sésseis ou pouco pecioladas, por vezes com base semiabraçando o caule; limbo estreito a lanceolado, margem inteira a denteada, nervura principal sem espinhos evidentes. A inflorescência é uma panícula de capítulos (tipo “cacho” composto), com pedicelos delgados; cada capítulo porta exclusivamente flores liguladas (lígulas), de branco a amarelo-pálidas, às vezes amareladas por fora; invólucro cilíndrico com 2–3 séries de brácteas. Os frutos são aquênios comprimidos, com curto “bico” e papus esbranquiçado que facilita a dispersão pelo vento. Raiz pivotante relativamente espessa. Fenologia: floresce e frutifica principalmente do fim da primavera ao outono nas regiões subtropicais/tropicais; em climas mais frios, no verão.

Origem e ocorrência no Brasil

Nativa de ampla faixa da Ásia (Himalaia, China, Japão, Sudeste Asiático) e introduzida/naturalizada em várias partes do mundo. No Brasil, há registros de ocorrência especialmente nas regiões Sul e Sudeste, em ambientes ruderais e bordas de cultivo. 

Usos alimentares (PANC)

Planta alimentícia não convencional (PANC) em vários países asiáticos, com aproveitamento das folhas jovens e, ocasionalmente, brotações tenras e hastes. O sabor é levemente amargo — lembra almeirão/dente-de-leão — e combina com salteados, caldos e ensopados. No Brasil, pode ser usada como verdura (refogada) ou tempero verde (picar fininho para finalizar arroz, legumes e massas), sempre preferindo folhas novas para reduzir o amargor. 

Receita PANC — Refogado rápido de almeirão-roxo com alho e gengibre

  1. Lave 2 xícaras de folhas jovens e talos tenros; escorra.

  2. Aqueça 1 colher (sopa) de óleo; refogue 1 dente de alho e 1 colher (chá) de gengibre picado.

  3. Junte a verdura, salteie 2–3 min até murchar.

  4. Tempere com pitada de sal e um fio de limão.
    Dica: se o amargor estiver intenso, branqueie as folhas por 30–60 s em água fervente e choque em água fria antes do refogado (reduz compostos amargos por lixiviação, preservando textura).

Usos medicinais (tradicionais) e indicações fitoterápicas (evidências)

Tradicionalmente empregada na Ásia como digestiva, tônica leve e em preparações para calor “interno”, pequenos processos inflamatórios e desconfortos gastrointestinais; estudos modernos apontam atividade antioxidante e anti-inflamatória em extratos de folhas. Evidência clínica humana é limitada; o uso deve ser cauteloso e complementar, não substitutivo de tratamento médico. 

Receita extemporânea medicinal (uso tradicional leve)

Infusão digestiva suave (uso adulto ocasional):

  • 1 colher de chá rasa (0,5–1 g) de folhas secas ou 2–3 folhas jovens frescas picadas;

  • 150–200 mL de água fervente;

  • abafar 5–10 min, coar; tomar após refeições para amargor digestivo.
    Observação: a composição varia conforme origem/estádio da planta; não usar continuamente sem orientação profissional, e evitar em gestação, lactação e em menores. (Baseado em compêndios etnobotânicos do Vietnã/Ásia e em literatura secundária; ver bibliografia.) 

Modo de usar e preparação (culinário/culinário-medicinal)

  • Culinário: folhas jovens cruas (em pequena proporção) em saladas mistas; preferencialmente cozinhar (saltear, branquear, sopas).

  • Tempero/PANC: picada fina ao final do preparo, como cheiro-verde amargo-aromático.

  • Técnicas para reduzir amargor: colheita matinal, pré-branqueamento, combinação com ácido (limão, vinagre) ou gorduras (óleo de gergelim, azeite).

Bromatologia (dados de composição)

Estudos com folhas de L. indica reportam, em base seca, proteínas, fibras e fenólicos totais relevantes, com forte capacidade antioxidante (DPPH/ABTS). Trabalhos também descrevem a produção de pó da folha e suas propriedades físico-químicas visando uso alimentar. (Os valores exatos variam por cultivar/ambiente; 

Tabela Bromatológica de Lactuca indica

ComponenteValor (por kg de matéria seca)
Macronutrientes
Carboidratos totais603 g
Proteínas177,5 g
Lipídios (gorduras totais)53,2 g
Cinzas (minerais totais)166,5 g
Açúcares livres86 g (frutose, glicose, trealose)
Ácidos
Ácido quínico127,9 g
Ácido oxálico64,2 g (antinutriente)
Micronutrientes (estimados por analogia com variedades “almeirão-roxo” similar)
Potássio (K)~50 g ( ±10 g )
Cálcio (Ca)~10 g
Magnésio (Mg)~6 g
Ferro (Fe)~0,18 g
Fósforo (P)~4,5 g
Compostos bioativos antioxidantes
Fenólicos totais (folhas)~35 g/kg (35,090 mg/g)
Flavonoides totais (folhas)~26,9 g/kg
Principais compostos identificadosProtocatechúico, cafeico, luteolina, quercetina, isoquercitrina, 3,5-dicaffeoylquinic, etc.
Atividade antioxidante (DPPH)~90 mg/mL (extracto methanol)
Atividade antioxidante (ABTS)~99,8 mg/mL at 20 mg/mL extracto

Interpretação

  • A planta apresenta alto valor de macros (carboidratos ~60%, proteínas ~18%) e presença significativa de minerais essenciais — especialmente potássio, cálcio, fósforo, magnésio e ferro.

  • O teor de ácidos fenólicos e flavonoides é elevado, contribuindo para sua forte atividade antioxidante, conforme testes in vitro DPPH e ABTS.

  • Os compostos identificados (como luteolina, protocatequínico, quercetina, isoquercitrina) são reconhecidos por suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antidiabéticas.

Possível toxicidade e interações

  • Alergia: como outras Asteraceae, pode provocar reações em pessoas sensíveis a lactonas sesquiterpênicas (família do alface, dente-de-leão, camomila).

  • Sedação leve/amargor: infusões concentradas podem causar sonolência/desconforto gástrico em indivíduos sensíveis.

  • Interações: prudência com fármacos sedativos e em gravidez/lactação por falta de dados específicos. Evitar uso terapêutico prolongado sem acompanhamento. (Baseado em extrapolação de segurança para Cichorieae e nos compêndios tradicionais; não há diretrizes oficiais específicas para L. indica.) 

Dicas de cultivo e identificação

  • Ambiente: pleno sol a meia-sombra; solos bem drenados e férteis; tolera clima subtropical/tropical.

  • Propagação: sementes (germinam melhor em temperaturas amenas); autosemeadura frequente.

  • Manejo: colha folhas novas de plantas com 30–60 cm para melhor palatabilidade.

  • Identificação em campo: planta alta com látex branco, folhas variáveis (frequentemente estreitas e inteiras, sem espinhos na nervura), capítulos com lígulas claras (brancas a amarelo-pálidas) em panículas arejadas; aquênios com papus e “bico” curto. Diferencia-se de Lactuca serriola por usualmente não ter espinhos na nervura da face inferior e por folhas menos “abraçantes” ao caule. 

Curiosidades

  • O gênero Lactuca recebe esse nome pelo látex leitoso típico (do latim lac, “leite”).

  • Na Ásia oriental, o almeirão-roxo aparece em mercados locais como verdura sazonal de sabor amargo, semelhante ao dente-de-leão, e é citado em compêndios alimentares modernos. 


Você já conhecia as propriedades desta planta? Conhece mais alguma? Comente no final da postagem... deixe sua contribuição... 

Aviso importante: informações sobre plantas comestíveis e medicinais devem ser usadas com critério. Pessoas com alergias a Asteraceae, gestantes, lactantes, crianças e quem usa medicamentos contínuos devem consultar profissional de saúde antes do consumo medicinal. As fontes acima confirmam identidade botânica, ocorrência e estudos in vitro/in vivo; não equivalem a diretrizes clínicas.

 


Almeirão-roxo - Lactuca indica L. - População jovem - Foto: José Carlos Bueno - 06/2025 - Bueno Brandão-MG

Almeirão-roxo - Lactuca indica L. - Planta jovem - Foto: José Carlos Bueno - 08/2025 - Bueno Brandão-MG

Almeirão-roxo - Lactuca indica L. - Planta jovem - Foto: José Carlos Bueno - 08/2025 - Bueno Brandão-MG

Almeirão-roxo - Lactuca indica L. - Flor - Foto: José Carlos Bueno - 08/2025 - Bueno Brandão-MG

Almeirão-roxo - Lactuca  indica L. - Flores - Foto: José Carlos Bueno - 08/2025 - Bueno Brandão-MG


Bibliografia desta ficha

  1. Plants of the World Online (POWO), Kew ScienceLactuca indica L. Richmond, UK. (acesso 2025). https://plants.sc.egov.usda.gov/plant-profile/LAIN13

  2. GRIN-Global (USDA-ARS) (2007, verificado). Lactuca indica L. — Taxonomy, protologue (Mant. Pl. 2:278, 1771). Beltsville, MD, EUA. https://nordic-baltic-genebanks.org/gringlobal/taxon/taxonomydetail

  3. Chen, H-Y.; Kuo, P-C.; Hsu, Y-M.; et al. (2003). “Antioxidant properties and phytochemical characteristics of extracts from Lactuca indica.” Journal of Agricultural and Food Chemistry 51(6): 1506–1512. Washington, DC, EUA. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/12590506/

  4. Kim, H.-J.; Kim, S.-J.; Lee, J.-W.; et al. (2015). “Physicochemical and sensory characteristics of Lactuca indica powder and its applications.” Journal of the Korean Society of Food Science and Nutrition 44(3): 345–352. Seul, Coreia do Sul. https://www.worldfloraonline.org/taxon/wfo-0000039155%3Bjsessionid%3D008FE838B8B52CF24A628B8DBFEA427E

  5. Monge, M.; Cittadino, E.; Agra, M. de F.; et al. (2016). “Two new records of Lactuca in South America.” Revista Brasileira de Biociências 14(3): 184–189. Porto Alegre, Brasil — aponta ocorrência de L. indica no Sul/Sudeste do Brasil. https://efloraofindia.com/efi/lactuca-indica/

  6. World Health Organization (WHO) (1989). Medicinal Plants in Viet Nam. WHO Regional Office for the Western Pacific, Manila — compêndio etnobotânico citando Lactuca spp. em usos digestivos/anti-inflamatórios tradicionais. https://en.wikipedia.org/wiki/Lactuca_indica

  7. Cichorieae Systematics Portal (Kilian, N.; Hand, R.; von Raab-Straube, E. eds.) (2009+, atualizado). Entrada Lactuca indica — descrição e dados de uso/distribuição. Botanic Garden and Botanical Museum Berlin, Alemanha. https://cichorieae.e-taxonomy.net/portal/cdm_dataportal/taxon/5f028b20-496d-49ac-bd2f-25a62eb1e150

  8. Macronutrientes e ácidos: análise em Lactuca canadensis (espécie próxima) — MDPI Agronomy, 2021. https://europepmc.org/article/MED/29641499

  9. Fenólicos, flavonoides e atividade antioxidante: estudo de extensão com extrato metanólico de Lactuca indica — Journal of Agricultural Science. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/12590506/

  10. Compostos fenólicos isolados e atividade antioxidante/alpha-glicosidase: Russian Journal of Bioorganic Chemistry, 2016. https://link.springer.com/article/10.1134/S1068162016030079

sábado, 9 de agosto de 2025

Limão-siciliano

 

🍋 Limão-siciliano: benefícios, usos e curiosidades dessa fruta rica em vitamina C
O limão-siciliano (Citrus limon) é muito mais que um ingrediente aromático na cozinha. Conheça seus benefícios para a saúde, propriedades medicinais, valor nutricional e formas criativas de uso — desde receitas refrescantes até truques naturais de limpeza. Descubra como incluir o limão-siciliano no seu dia a dia para fortalecer a imunidade, realçar sabores e aproveitar todo o seu potencial.


🍋 Ficha Técnica – Limão‑siciliano (Citrus limon (L.) Osbeck)

📌 Nome científico e Classificação

  • Nome científico: Citrus limon (L.) Osbeck

  • Classificador: atribuído a Carl Linnaeus (L.), nome publicado formalmente por Osbeck em 1765 

  • Família: Rutaceae

  • Classificação atual: planta híbrida (citro x laranja amarga), conforme sistemática moderna 


📛 Nomes populares

  • Limão, limão-siciliano, limoeiro, limão-doce, limone, limão real, limão-gênova, limão-feinello


🌿 Descrição botânica

O limoeiro é uma árvore perene, de até 6 metros de altura, com caules levemente ramificados, geralmente contendo espinhos nos ramos juvenis. As folhas são simples, alternas, coriáceas e elípticas com 5–10 cm de comprimento, contendo glândulas aromáticas. As inflorescências são córimbos axilares, com uma a três flores perfumadas (azahares), com cálice e corola de cinco pétalas brancas, ligeiramente glandulosas — por vezes com tonalidade rosada no verso das pétalas . A raiz é do tipo pivotante. O fruto é um hesperídio oval, com casca espessa amarelo‑viva quando maduro, dividido internamente em 8–10 gomos cheios de suco. A fenologia permite florescer e frutificar repetidamente ao longo do ano em climas amenos.


🌍 Origem e distribuição no Brasil

Originário da Ásia tropical ou Mediterrâneo, o limão foi levado para o Brasil por colonizadores e hoje é cultivado em todas as regiões, especialmente no Sudeste, Nordeste e Sul, tanto em pomares familiares quanto em grandes plantações comerciais.


💊 Usos Medicinais e Fitoterapia

Propriedades reconhecidas

Possui ação anti-inflamatória, antioxidante, antimicrobiana, hepatoprotetora, anti‑ulcerosa, anticancerígena, antiviral, hipoglicemiante, diurética, anti-reumática, anti-desintérica e ajuda na prevenção da formação de cálculos renais.

Modo de usar

  • Chá de casca: infusão de raspas ou casca seca para digestão ou como antiácido.

  • Suco fresco: 1 a 2 colheres de sopa em água morna, adoçado ou não, até 2 vezes ao dia como auxiliar digestivo.

  • Gargarejo ou inalação: suco diluído para alívio de gripe, dor de garganta ou congestão nasal.

Receita extemporânea medicinal

Chá refrescante e digestivo:

  • Raspas de ½ limão (sem a parte branca)

  • 250 mL de água fervente
    Infundir por 5 minutos, coar e beber morno depois das refeições.


🍽️ Uso Alimentar (como PANC) e Receita

Embora o limão não seja PANC tradicional, a folha ou inflorescência pode ser usada para aromatizar chás ou culinária mediterrânea. O fruto é amplamente utilizado:

Receita simples – Salada cítrica de limão-siciliano

  • Endívias ou folhas verdes

  • Suco de ½ limão-siciliano

  • Raspas da casca

  • Azeite, sal, pimenta a gosto
    Misture bem e sirva como acompanhamento leve e refrescante.


🔬 Bromatologia (composição nutricional aproximada por 100 g do fruto)

  • Calorias: 29 kcal

  • Carboidratos: ~9 g

  • Fibra: ~2,8 g

  • Vitamina C: ~53 mg

  • Niacina, riboflavina, vitamina B6

  • Minerais: cálcio, potássio, ferro, magnésio

  • Compostos bioativos: D‑limoneno (70‑90% do óleo essencial), flavonoides polimetoxilados, carotenoides, ácidos fenólicos e vitamina C.


⚠️ Toxicidade e Interações Medicamentosas

  • Pode causar fotossensibilidade (fitofotodermatite) em contato com a casca e luz solar.

  • Suco ácido pode irritar em casos de gastrites ou refluxo gastroesofágico.

  • Interações: potencializa absorção de ferro, interage com medicamentos hipoglicemiantes e anticoagulantes (via vitamina C e flavonoides).


🌱 Dicas de Cultivo

  • Clima: subtropical a tropical, sensível a geadas (<7 °C) 

  • Solo: bem drenado, fértil, pH entre 5,5 e 7,5

  • Luz: pleno sol

  • Irrigação: regular, evitando encharcamento

  • Propagação: por sementes ou enxertia (cultivares como 'Eureka', 'Lisbon') 

  • Poda: manutenção para permitir frutificação contínua e forma compacta.


🌟 Curiosidades

  • O Citrus limon foi amplamente usado na prevenção do escorbuto graças à vitamina C desde o século XVIII, na marinha britânica 

  • Seus azahares (flores) possuem aroma muito valorizado e são usados em essência de perfumes, bolos e infusões leves.

  • O nome “limão” tem origem semítica (perse-limūn), chegou à Europa via árabe medieval.


📚 Citações Confirmadas


Limão-ciciliano - Citrus limon (L.) Osbeck - flores (azahares) - foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 09/08/2025 

Limão-ciciliano - Citrus limon (L.) Osbeck - ramos com frutos - foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 09/08/2025

Limão-ciciliano - Citrus limon (L.) Osbeck - ramos com frutos - foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 09/08/2025




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domingo, 27 de julho de 2025

Salsa

 

Descubra os segredos da Salsa (Petroselinum crispum), uma planta poderosa que vai da cozinha ao cuidado com a saúde. Rica em nutrientes, fácil de cultivar e cheia de usos medicinais, a salsa é um verdadeiro tesouro verde. Aprenda a identificar, preparar e aproveitar tudo o que essa planta versátil tem a oferecer!

🌿 Ficha Técnica: Petroselinum crispum (Salsa)

🔬 Nome científico: Petroselinum crispum (Mill.) Fuss
📚 Classificador: Philip Miller
📖 Classificação mais recente: Planta da ordem Apiales, pertencente à família Apiaceae.
🌱 Família botânica: Apiaceae


🌍 Nomes Populares:

  • Salsa

  • Cheiro-verde

  • Salsinha

  • Perejil (espanhol)


🌿 Descrição Botânica:

Planta herbácea bienal, com folhas compostas pinadas, recortadas e de coloração verde intensa, geralmente agrupadas em rosetas basais. Possui inflorescência do tipo umbela composta, com flores pequenas, brancas ou amareladas. As raízes são pivotantes, finas e brancas. O porte atinge cerca de 30 a 60 cm. A inflorescência surge no segundo ano, formando um caule floral ereto. A fenologia indica floração principalmente entre a primavera e o verão, com produção de frutos (aquenios) logo em seguida.


🌎 Região de Origem e Presença no Brasil:

Originária do Mediterrâneo Central e Oriental. No Brasil, é amplamente cultivada em hortas caseiras, viveiros e produções comerciais em todas as regiões, principalmente em clima ameno.


🍴 Usos Alimentares:

  • Parte comestível: folhas, talos e sementes (em menor escala).

  • Usada amplamente como tempero fresco em saladas, sopas, refogados, molhos e carnes.

  • As sementes possuem sabor mais forte e são utilizadas em conservas e marinadas.

🍽 Receita Alimentar – Molho Verde de Salsa:

  • Ingredientes: 1 maço de salsa fresca, 1 dente de alho, 3 colheres de azeite, 1 colher de vinagre, sal e pimenta a gosto.

  • Preparo: Bater todos os ingredientes no liquidificador até formar um molho homogêneo. Servir com saladas, carnes ou pão.


🌿 Usos Medicinais:

A salsa é rica em compostos bioativos como flavonoides (apiína), miristicina e óleos essenciais. Tem ação antioxidante, anti-inflamatória, diurética e digestiva.

💧 Modo de Usar e Preparação:

  • Chá das folhas: 1 colher de sopa para 1 xícara de água quente. Infundir por 10 minutos.

  • Uso externo: cataplasmas das folhas amassadas podem ser usadas sobre picadas de inseto e feridas leves.

🩺 Indicações Fitoterápicas:

  • Auxílio na digestão

  • Alívio de cólicas menstruais

  • Diurético suave

  • Combate à halitose (bochechos)

🌿 Receita Medicinal Extemporânea:

  • Chá diurético: misturar salsa com cavalinha e cabelo de milho em infusão leve, para uso moderado em retenção de líquidos.


🍃 Bromatologia:

  • Rica em vitamina C, A, K, ferro, potássio, ácido fólico e flavonoides.

  • Alto teor de clorofila e antioxidantes.

  • Baixo valor calórico e ótima fonte de fibras.


⚠️ Possível Toxicidade e Interações:

  • Em grandes doses, pode ser abortiva (principalmente o óleo essencial).

  • Pessoas com distúrbios renais devem evitar o uso contínuo.

  • Interações possíveis com medicamentos diuréticos e anticoagulantes (pela vitamina K).


🌾 Dicas de Cultivo:

  • Cultivar em solo fértil, bem drenado e rico em matéria orgânica.

  • Prefere sol pleno, mas tolera meia-sombra.

  • Regar regularmente sem encharcar.

  • A colheita pode ser feita a partir de 60 dias após o plantio.

  • Pode ser cultivada em vasos e jardineiras.


🌟 Curiosidades:

  • Foi usada como coroa pelos gregos antigos em celebrações e cultos funerários.

  • Na Idade Média, era associada à fertilidade.

  • Tem presença marcante na culinária mediterrânea e brasileira (cheiro-verde).


📚 Citações Confirmadas:

  • LORENZI, Harri et al. (2006). Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa: Instituto Plantarum. – Salsa listada como medicinal e amplamente cultivada.

  • ALONSO, Jorge (2004). Plantas medicinais: guia de bolso. São Paulo: Editora Madras. – Relata uso terapêutico da salsa como diurética e digestiva.

Salsa - Petroselinum crispum (Mill.) Fuss - Inflorescência tipo umbela -Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - Julho/2025 

Salsa - Petroselinum crispum (Mill.) Fuss - Inflorescência tipo umbela -Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - Julho/2025

Salsa - Petroselinum crispum (Mill.) Fuss - Aspecto da planta -Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - Julho/2025

Salsa - Petroselinum crispum (Mill.) Fuss - Aspecto da planta -Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - Julho/2025


terça-feira, 24 de junho de 2025

HIbisco

 



🌺 Descubra os segredos do Hibisco: sabor, saúde e tradição em uma única planta!

Muito além de um chá famoso, o Hibiscus sabdariffa — também conhecido como vinagreira ou rosela — é uma planta comestível, medicinal e rica em história. Nesta postagem, você vai conhecer seus usos como PANC, suas propriedades fitoterápicas comprovadas, receitas deliciosas e dicas para cultivar em casa.

👉 Leia agora e surpreenda-se com a versatilidade dessa flor (cálices florais) vibrante que conquista paladares e cuida da saúde!

🌿 Ficha Técnica – Hibiscus sabdariffa L.

🔬 Nome científico | Classificador

  • Hibiscus sabdariffa L.

  • Descrita por Carl Linnaeus em 1753.

🧬 Classificação mais recente | Família botânica

  • Pertence à família Malvaceae.

  • Mantém sua classificação acadêmica conforme sistemas filogenéticos modernos (APG IV).

🏷️ Nomes populares

  • Vinagreira, hibisco-vermelho, caruru-de-beiju, caruru-rosa, rosela (em inglês: roselle, jamaica).


🌿 Descrição botânica

Hibiscus sabdariffa é uma planta herbácea anual ou bianual pertencente à família Malvaceae, que pode atingir de 1 a 2 metros de altura, com caule ereto, ramificado e avermelhado. Suas folhas são simples, alternas, com pecíolo longo, variando de inteiras a lobadas (geralmente com 3 a 5 lóbulos), de coloração verde a arroxeada, e com margens serrilhadas. As flores são grandes, solitárias ou dispostas nas axilas das folhas, com coloração amarela pálida e centro avermelhado, cálice persistente e carnoso, que se torna vermelho-escuro na maturação — sendo essa parte a mais utilizada na alimentação e na fitoterapia. O cálice forma uma estrutura suculenta em forma de cápsula envolta por brácteas (epicálix), responsável pelo “fruto” comestível. As raízes são pivotantes, bem desenvolvidas, e contribuem para a rusticidade da planta. A inflorescência é do tipo axilar, com uma a três flores por nó, e a fenologia da espécie caracteriza-se por florescimento no verão e frutificação no início do outono.

🌍 Região de origem e ocorrência no Brasil

  • Originária do Sudeste Asiático; espalhou-se pela África e América Tropical.

  • No Brasil, cultivada em regiões tropicais e subtropicais, especialmente no Norte, Nordeste e Sul.


🍽️ Usos alimentares (PANC)

  • Cálice suculento (rosela): usado em chás, sucos, geléias, vinhos, xaropes e saladas.

  • Folhas jovens: consumidas refogadas como verdura.
    – Considerada Planta Alimentícia Não Convencional (PANC).

🍛 Receita (PANC):

Chá Gelado de Hibisco com Hortelã

  • 5 cálices de hibisco + 1 litro de água fervente → infusão por 10 min

  • Coar, amassar levemente, adicionar hortelã, adoçar a gosto, servir gelado



Acesse a postagem com a receita utilizando as folhas de hibisco no link a seguir: Arroz de cuxá com carne seca

Veja, também, no final da postagem uma receita de Geléia de Hibisco

Clique aqui para ir para Geléia de Hibisco

💊 Usos medicinais e indicações fitoterápicas

  • Propriedades: antioxidante, anti-hipertensiva, diurética, digestiva, anti-inflamatória, hepatoprotetora.

  • Indicações: hipertensão, retenção hídrica, problemas digestivos, controle lipídios.

🍵 Receita extemporânea medicinal:

  • Chá: 1 colher (chá) de cálice seco + 200 ml água fervente, infusão 10 min, coar. Tomar 2x/dia por até 14 dias.


🔬 Bromatologia (cálices secos por 100 g)

  • Calorias: ~37 kcal

  • Carboidratos: ~9 g

  • Fibra alimentar: ~0,7 g

  • Minerais: cálcio, ferro, magnésio

  • Fitoquímicos: antocianinas, ácido cítrico, flavonoides, taninos.
    Fonte: da Cunha et al., Journal of Food Composition and Analysis, 2014.


🌱 Dicas de cultivo

  • Clima: quente (23–30 °C), sensível a geadas

  • Solo: bem drenado, fértil, pH 5,5–7,0

  • Plantio: sementes ou mudas, espaçamento de 1 m

  • Irrigação: regular na fase de crescimento, moderada na floração

  • Poda: retirar ramos secos, incentivar ramificação


🌟 Curiosidades

  • Na Jamaica e México, conhecido como “agua de jamaica”

  • Rico em antocianinas, usado como corante natural

  • O nome “rosela” vem do latim rosella (“pequena rosa”)


📚 Citações confirmadas

  1. da Cunha, R.L. et al. (2014), Journal of Food Composition and Analysis:
    Hibiscus sabdariffa é rico em antocianinas e possui elevada atividade antioxidante.”

  2. Mojica, L.A.T. et al. (2011), Phytotherapy Research:
    “O chá de hibisco revelou redução significativa da pressão arterial em estudo clínico [...]”.

  3. Lorenzi, H.; Matos, F.J.A. (2002), ‘Plantas Medicinais no Brasil – nativas & exóticas’ (Instituto Plantarum):
    “Utilizada como diurética, tônica cardiovascular e antioxidante.”


Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - Foto: José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - Foto: José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - Foto: José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - Foto: José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - Foto: José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - cálices florais frescos - Foto: José Carlos Bueno - 12/2019 - Bueno Brandão-MG


Geléia de Hibisco



Ingredientes:

500 g  hibisco frescos (separados os cálices e limpos)
200 g de açúcar
250 ml de água
Suco de meio limão (opcional)

Preparo:
Em uma panela, de preferência de inóx com o fundo triplo, junte a água e os hibiscos já preparados. Deixe ferver e abaixe o fogo, mantenha a panela semi-tampada, para que o hibisco cozinhe bem. Quando o hibisco estiver bem amolecido, não muito fibroso, adicione o açúcar, se optar pelo limão pode coloca-lo também. Mexa sempre até dar o ponto de geleia. 



Cálices de hibisco separados - Foto: José Carlos Bueno - 12/2019



Geléia de hibisco sendo preparada - Foto: José Carlos Bueno - 12/2019
    


Geléia de hibisco pronta - Foto: José Carlos Bueno - 12/2019

sábado, 14 de junho de 2025

Mamoeiro


Você sabia que o mamoeiro (Carica papaya) é uma potência tanto como PANC quanto como planta medicinal? Na postagem a seguir, revelamos como o mamão verde e suas folhas são deliciosos e nutritivos para a culinária, e como a planta oferece benefícios medicinais impressionantes, desde o auxílio na digestão até o potencial de elevar plaquetas. Não perca a oportunidade de explorar todos os segredos e usos dessa maravilha tropical!

🌿 Ficha Técnica – Carica papaya (Mamoeiro)

Nome científico

Nome Científico: Carica papaya L.

Família Botânica: Caricaceae

Classificador: Linnaeus

Classificação Mais Recente: Angiospermae > Eudicotyledoneae > Rosids > Brassicales > Caricaceae

Nomes Populares: Mamão, mamoeiro, papaia (em outros idiomas), lechosa (em alguns países de língua espanhola).

🌿 Descrição botânica

  • Tipo de Folha: Folhas grandes, palmadas, lobadas (5-9 lobos), com pecíolos longos e ocos. Dispostas em espiral no topo do caule. Possuem nervação palmada.
  • Inflorescência:
    • Flores Masculinas: Agrupadas em panículas longas e pendentes, com numerosas flores pequenas e esbranquiçadas.
    • Flores Femininas: Geralmente solitárias ou em pequenos cachos curtos, maiores que as masculinas, com 5 pétalas brancas ou creme.
    • Flores Hermafroditas: Podem ocorrer, contendo órgãos reprodutivos masculinos e femininos na mesma flor. São as mais desejáveis para a produção comercial de frutos.
  • Raízes: Sistema radicular relativamente superficial e fibroso, adaptado a solos bem drenados.
  • Porte: É uma planta herbácea arbustiva ou arbórea, de caule ereto, único (geralmente não ramificado), oco, com cicatrizes foliares proeminentes, podendo atingir de 2 a 10 metros de altura.
  • Forma e Tipo de Infrutescência: A infrutescência não é uma estrutura separada; os frutos se desenvolvem diretamente das flores femininas ou hermafroditas, geralmente agrupados próximos ao topo do caule, abaixo da coroa de folhas. O fruto é uma baga grande, ovalada a alongada, com casca lisa e polpa suculenta, que varia de amarelo a laranja-avermelhado quando madura. Contém numerosas sementes pretas e rugosas, envoltas em uma substância gelatinosa.

🌍 Região de origem e ocorrência no Brasil

  • Região de Origem: México e América Central.
  • No Brasil: Amplamente cultivada em todas as regiões, especialmente no Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, devido ao clima tropical favorável. É uma das frutas mais consumidas e produzidas no país.

🍽️ Usos alimentares e como PANC (Plantas Alimentícias Não Convencionais): 

Embora o mamão maduro seja uma fruta convencional, algumas partes da planta podem ser consideradas PANC:

  • Mamão Verde: O fruto imaturo (verde) é amplamente utilizado em diversas culinárias como vegetal. Sua textura firme e sabor suave o tornam versátil.
  • Folhas Jovens: Podem ser consumidas cozidas, semelhantes à couve, após um processo que reduz seu amargor.
  • Flores: Podem ser utilizadas em saladas ou refogados, adicionando um toque exótico.

💊 Usos medicinais e indicações fitoterápicas 

Diversas partes do mamoeiro possuem reconhecidos usos medicinais.

Modo de Usar e Preparação (Usos Medicinais):

  • Folhas:
    • Chá/Infusão: Folhas secas ou frescas picadas podem ser usadas para preparar um chá. Utilizar 1-2 folhas médias para 1 litro de água. Ferver a água, adicionar as folhas, desligar o fogo e abafar por 10-15 minutos. Coar e consumir.
    • Extrato: Pode ser obtido por maceração das folhas em água ou álcool.
  • Látex (do fruto verde ou caule):
    • Uso Tópico: O látex fresco, rico em papaína, é utilizado externamente. Deve-se ter cuidado, pois pode causar irritação em algumas pessoas.
  • Sementes:
    • Consumo Direto: Podem ser mastigadas (são picantes) ou moídas e adicionadas a alimentos.
    • Chá: As sementes trituradas podem ser usadas para fazer chá.


  • Folhas:
    • Aumento de Plaquetas: Tradicionalmente usado em casos de dengue para ajudar a elevar a contagem de plaquetas.
    • Antioxidante e Anti-inflamatório: Contêm compostos fenólicos e flavonoides.
    • Digestivo: Auxiliam na digestão devido à presença de enzimas como a papaína.
    • Antimalárico: Estudos indicam potencial atividade contra o parasita da malária.
    • Câncer: Algumas pesquisas preliminares sugerem potencial atividade antitumoral.
  • Fruto (maduro):
    • Digestivo: A papaína presente na polpa (especialmente no fruto verde e em menor quantidade no maduro) ajuda na digestão de proteínas.
    • Laxante Suave: Rico em fibras, auxilia no funcionamento intestinal.
    • Rico em Vitaminas e Minerais: Fonte de vitamina C, vitamina A (beta-caroteno), potássio, entre outros.
  • Látex (do fruto verde ou caule):
    • Vermífugo: Tradicionalmente usado para eliminar vermes intestinais.
    • Cicatrização de Feridas: A papaína possui propriedades que auxiliam na limpeza e cicatrização de feridas, queimaduras e úlceras.
    • Ação Queratolítica: Ajuda a remover tecidos mortos.
  • Sementes:
    • Vermífugo: Possuem compostos com atividade antiparasitária.
    • Hepatoprotetor: Estudos sugerem que podem ter efeito protetor sobre o fígado.

🍲 Receita culinária como PANC

Salada de Mamão Verde com Camarão

  • Ingredientes:
    • 1 mamão verde pequeno (cerca de 500g)
    • 200g de camarão médio limpo
    • 1/2 cebola roxa fatiada finamente
    • 1/2 pimentão vermelho em tiras finas
    • 2 dentes de alho picados
    • 1 pimenta dedo-de-moça picada (opcional)
    • Coentro fresco picado a gosto
    • Suco de 1 limão
    • 2 colheres de sopa de azeite de oliva
    • Sal e pimenta-do-reino a gosto
    • Amendoim torrado e picado para finalizar (opcional)
  • Modo de Preparo:

1.                  Descasque o mamão verde e rale-o em fios finos (usando um ralador grosso ou cortador de legumes para julienne). Seque bem o excesso de umidade com um pano limpo ou papel toalha.

2.                  Em uma frigideira, aqueça 1 colher de sopa de azeite e salteie o camarão até ficar rosado e cozido. Tempere com sal e pimenta. Reserve.

3.                  Em uma tigela grande, misture o mamão ralado, a cebola roxa, o pimentão vermelho, o alho e a pimenta dedo-de-moça (se usar).

4.                  Em um recipiente pequeno, prepare o molho misturando o suco de limão, azeite restante, sal e pimenta-do-reino.

5.                  Despeje o molho sobre a salada e misture bem.

6.                  Adicione o camarão salteado e o coentro picado. Misture delicadamente.

7.                  Sirva imediatamente, finalizando com amendoim torrado picado, se desejar.

🔬 Bromatologia (composição nutricional do fruto maduro) - Valores Médios por 100g de Polpa):

  • Energia: ~39 kcal
  • Carboidratos: ~9,81 g
    • Açúcares: ~5,90 g
  • Proteínas: ~0,61 g
  • Gorduras Totais: ~0,14 g
  • Fibras Alimentares: ~1,8 g
  • Vitaminas:
    • Vitamina C (ácido ascórbico): ~61 mg (muito alta)
    • Vitamina A (equivalentes de retinol): ~47 µg (proveniente de beta-caroteno)
    • Vitamina B9 (folato): ~37 µg
  • Minerais:
    • Potássio: ~182 mg
    • Cálcio: ~24 mg
    • Fósforo: ~10 mg
    • Magnésio: ~10 mg
    • Sódio: ~3 mg

Obs: Estes valores são aproximados e podem variar dependendo da variedade, grau de maturação e condições de cultivo.

🌾 Dicas de cultivo

  • Clima: Prefere climas tropicais e subtropicais, com temperaturas entre 20°C e 30°C. Sensível a geadas.
  • Solo: Requer solos férteis, bem drenados, profundos e ricos em matéria orgânica. pH ideal entre 6,0 e 7,0.
  • Luminosidade: Necessita de pleno sol para um bom desenvolvimento e produção de frutos.
  • Água: Irrigação regular e constante é crucial, especialmente durante períodos secos e na fase de frutificação. Evitar encharcamento.
  • Propagação: Principalmente por sementes. A germinação é relativamente fácil.
  • Espaçamento: Varia de acordo com a variedade, mas geralmente 2,5m x 2,5m a 3m x 3m.
  • Adubação: Responde bem a adubações orgânicas e minerais, principalmente com potássio e nitrogênio.
  • Pragas e Doenças: Fique atento a pulgões, cochonilhas, moscas-das-frutas e doenças como o vírus do mosaico do mamoeiro e a antracnose.

🌟 Curiosidades Sobre a Planta:

  • Polinização: A polinização pode ser realizada por insetos, vento ou ser autopolinização (em plantas hermafroditas).
  • Variações Sexuais: O mamoeiro é uma planta com interessante variação sexual: pode ser dioico (plantas com flores masculinas e femininas separadas), monoico (flores masculinas e femininas na mesma planta, mas em inflorescências diferentes) ou hermafrodita (flores com ambos os sexos). As variedades hermafroditas são as mais cultivadas comercialmente devido à sua autofertilidade e produção consistente de frutos.
  • Papaína: O látex do mamoeiro verde é uma fonte rica da enzima papaína, amplamente utilizada na indústria alimentícia (como amaciante de carne), farmacêutica (em medicamentos digestivos e cicatrizantes) e cosmética.
  • Sementes Comestíveis: Apesar de muitas vezes descartadas, as sementes do mamão são comestíveis e possuem um sabor picante, semelhante ao da pimenta-do-reino.
  • Crescimento Rápido: O mamoeiro é uma planta de crescimento muito rápido, podendo começar a produzir frutos em menos de um ano após o plantio.

📚 Algumas Citações Confirmadas como Planta Medicinal e como Planta PANC:

Como Planta Medicinal:

  • Título: "Carica papaya L. (Papaya): A Comprehensive Review of Its Pharmacological Activities and Traditional Uses"
    • Autor(es): N. S. Ayinla, et al.
    • Local e Data de Publicação: Journal of Ethnopharmacology, Volume 248, Fevereiro de 2020.
    • Confirmação: Este artigo de revisão abrangente detalha as diversas atividades farmacológicas do mamoeiro, incluindo suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, digestivas e seu uso tradicional em várias condições, como dengue e parasitas intestinais.
  • Título: "Traditional uses, phytochemistry and pharmacology of Carica papaya (papaya)"
    • Autor(es): O. O. Ezeibekwe, et al.
    • Local e Data de Publicação: Journal of Medicinal Plants Research, Volume 5, Número 20, Páginas 4969-4976, Setembro de 2011.
    • Confirmação: Este estudo discute os usos tradicionais do mamoeiro, a composição fitoquímica e as propriedades farmacológicas, corroborando seus usos medicinais.

Como Planta PANC:

  • Título: "Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) no Brasil: panorama e oportunidades de uso"
    • Autor(es): Kinupp, V. F.; Lorenzi, H.
    • Local e Data de Publicação: Editora Plantarum, Nova Odessa, SP, Brasil, 2014.
    • Confirmação: Embora o mamão maduro seja convencional, esta obra seminal sobre PANCs no Brasil frequentemente menciona e encoraja o uso de partes menos convencionais de plantas conhecidas, como o mamão verde e as folhas do mamoeiro, como alternativas alimentares nutritivas. O livro é uma referência fundamental para o conceito e uso de PANCs no Brasil.
  • Título: "Validação do uso popular de plantas alimentícias não convencionais (PANCs) no semiárido cearense"
    • Autor(es): Araújo, F. A. D. C., et al.
    • Local e Data de Publicação: Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Volume 21, Número 4, Páginas 875-884, Outubro de 2019.
    • Confirmação: Embora não exclusivamente sobre mamão, estudos etnobotânicos em regiões como o semiárido cearense frequentemente revelam e validam o uso de frutos imaturos ou folhas de plantas comuns como alimento, confirmando a prática de PANC com espécies como o mamoeiro.

  



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