domingo, 6 de abril de 2025

Erva-de-santa-luzia

Euphorbia hirta - erva-de-santa-luzia 
Foto: José Carlos Bueno - 04/2025 - Inconfidentes-MG
 

Ficha Técnica – Euphorbia hirta L.

  • Nome Científico: Euphorbia hirta L.

  • Classificador: Carl Linnaeus

  • Família Botânica: Euphorbiaceae


Nomes Populares:

  • Erva-de-Santa-Luzia, Leiteira, Erva-dos-olhos, Erva-de-catarro, Tártago-peludo


Descrição Botânica:

Euphorbia hirta é uma planta herbácea anual, de pequeno porte, geralmente com hastes avermelhadas e recobertas por pelos. Suas folhas são opostas, elípticas ou lanceoladas, com bordas denteadas e frequentemente com manchas roxas. Produz pequenas flores amarelo-esverdeadas agrupadas nas axilas das folhas. Quando cortada, exsuda um látex branco característico (típico das euforbiáceas).


Região de Origem e Ocorrência no Brasil:

Originária de regiões tropicais da Ásia, África e América, Euphorbia hirta é considerada uma planta pantropical. No Brasil, ocorre de forma espontânea em todas as regiões, especialmente em áreas de clima quente e úmido, sendo comum em beiras de estradas, terrenos baldios e pastagens.


Usos Medicinais:

A planta é bastante conhecida na medicina popular por suas propriedades:

  • Expectorante

  • Antiasmática

  • Antibacteriana

  • Antiespasmódica

  • Antidiarreica

  • Anti-inflamatória

É tradicionalmente utilizada para tratar:

  • Asma e bronquite

  • Tosse com catarro

  • Diarreia e disenteria

  • Conjuntivite (uso externo com infusão)

  • Problemas urinários


Modo de Usar e Preparação:

Uso interno (chá):

  • ✳️ Indicação: problemas respiratórios, diarreia, infecções urinárias

  • Preparo: fazer infusão com 10 a 15 g das partes aéreas secas em 1 litro de água. Tomar 2 a 3 xícaras por dia.

Uso externo (lavagem ocular e de feridas):

  • ✳️ Indicação: conjuntivite, irritações oculares leves

  • Preparo: infusão leve das folhas (bem coada) para aplicação local com gaze ou compressas.

⚠️ Atenção: o uso do látex diretamente sobre a pele ou mucosas deve ser evitado, pois pode causar irritações. Gestantes, lactantes e crianças devem evitar o uso sem orientação médica.


🌺 Curiosidades:

  • É uma das plantas mais utilizadas na medicina tradicional da Índia (Ayurveda) e nas Filipinas para o tratamento da asma.

  • Em algumas culturas africanas, é usada para estimular a produção de leite materno (galactagoga).

  • Apesar de seu uso popular ser amplo, ainda há necessidade de mais estudos científicos para validar e padronizar suas aplicações farmacológicas com segurança.


Citações como planta medicinal:

  • “A Euphorbia hirta é amplamente utilizada nas Filipinas como antiasmática, sendo chamada popularmente de ‘asthma weed’.” — Duke, J.A. Handbook of Medicinal Herbs, CRC Press.

  • "Alguns constituintes ativos da E. hirta têm sido detectados, destacando-se a presença de flavonoides tais como a quercetina (Hallet & Parks, 1951; Liu et al., 2007), leucocianidina e xantoramnina (Newall et al., 2002), afazelina e miricitrina (Liu et al., 2007), o que condiz com o resultado encontrado na prospecção fitoquímica realizada neste trabalho. Estudo de Bhagwat et al. (2008) revelou a presença de esteroides, alcaloides, carboidratos, proteínas e compostos fenólicos (flavonoides, taninos e saponinas). A presença dessas substâncias pode justificar o uso da espécie como medicinal." -Estudo botânico, fitoquímico e fisico-químico de Euphorbia hirta L. (Euphorbiaceae) - M.V. Pinto et all - Rev. bras. plantas med. 16 (3 suppl 1) • 2014- https://www.scielo.br/j/rbpm/a/7mKS8f63PZ3WxhmCndVf4fH/ - Acesso06/04/2025

  • “Estudos demonstraram atividade antimicrobiana do extrato etanólico das folhas contra cepas bacterianas comuns.” — Revista Brasileira de Farmacognosia, 2008.



Euphorbia hirta - erva-de-santa-luzia 
Foto: José Carlos Bueno - 04/2025 - Inconfidentes-MG

Euphorbia hirta - erva-de-santa-luzia 
Foto: José Carlos Bueno - 04/2025 - Inconfidentes-MG

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Erva-baleeira

 

Erva-baleeira - Cordia verbenacea DC. (Boraginaceae) Imagem: Acervo de José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 05/2024

Erva-baleeira 


Nome científico (classificador):

  • Cordia verbenacea DC.

Classificação mais recente:

  • Reino: Plantae
  • Divisão: Magnoliophyta
  • Classe: Magnoliopsida
  • Ordem: Boraginales
  • Família: Boraginaceae
  • Gênero: Cordia
  • Espécie: Cordia verbenacea

Família botânica:

  • Boraginaceae

Sinonímia botânica:

  • Lithospermum fruticosum L.
  • Varronia verbenacea (DC.) Moldenke

Nomes populares:

  • Erva-baleeira, maria-preta, pimenteira, camaradinha, catinga-de-barão.

Descrição botânica:

Cordia verbenacea é um arbusto perene que pode atingir de 1 a 3 metros de altura, com ramos lenhosos e pubescentes (cobertos por pequenos pelos brancos). Suas folhas são simples, de formato oblongo-lanceolado, dispostas alternadamente ao longo dos ramos. As folhas possuem margens serrilhadas e são densamente cobertas por tricomas, conferindo-lhes um toque aveludado. Quando amassadas, exalam um aroma característico, devido aos óleos essenciais presentes. As flores são pequenas, de coloração branca a rosada, agrupadas em inflorescências do tipo espiga terminal. Os frutos são pequenas drupas globosas, inicialmente verdes e, quando maduros, adquirem uma cor arroxeada a preta.

Origem:

A erva-baleeira é nativa do Brasil e encontrada principalmente nos biomas da Mata Atlântica, especialmente em regiões litorâneas e áreas de restinga, desde o sul da Bahia até o Rio Grande do Sul.

Usos medicinais:

A erva-baleeira é amplamente utilizada na medicina popular brasileira por suas propriedades anti-inflamatórias e analgésicas. Estudos científicos demonstraram que seus extratos possuem compostos como o alfa-humuleno, que inibem processos inflamatórios. É indicada para o tratamento de dores musculares, reumatismo, artrite, contusões e inflamações em geral. Suas folhas são usadas na preparação de chás, cataplasmas e, mais recentemente, em produtos fitoterápicos comercializados em farmácias.

Toxicidade:

Embora seja amplamente utilizada para fins medicinais, a toxicidade de Cordia verbenacea não é bem documentada em humanos. No entanto, é recomendável evitar o uso prolongado ou em grandes quantidades, e sempre procurar orientação de um profissional de saúde. Nos animais, há relatos de que o consumo excessivo pode causar distúrbios digestivos.

Uso como PANC:

Embora não seja tradicionalmente utilizada como alimento, as folhas jovens podem ser usadas em pequenas quantidades como condimento em saladas ou chás, aproveitando suas propriedades aromáticas. No entanto, deve-se ter cautela, já que o uso alimentar ainda é pouco explorado.

Uso como planta ornamental:

Cordia verbenacea é uma planta de fácil cultivo e bastante rústica, sendo uma boa escolha para jardins de baixa manutenção. Suas folhas aveludadas e o hábito de crescimento compacto a tornam visualmente interessante, além de liberar um agradável aroma quando tocadas. Pode ser usada em cercas-vivas, bordaduras ou plantada isoladamente.

Histórico de utilização pela humanidade:

A erva-baleeira é utilizada há muito tempo por comunidades tradicionais do litoral brasileiro. Seu uso medicinal é conhecido entre pescadores e habitantes de áreas costeiras, que a empregam para tratar dores e inflamações. Seu nome popular, "erva-baleeira", supostamente está relacionado ao uso de suas folhas por pescadores de baleias, que a utilizavam para tratar contusões e dores causadas pelo trabalho pesado. Nos últimos anos, ganhou popularidade no mercado fitoterápico e é uma das plantas brasileiras com maior potencial de comercialização.

Cultivo:

Cordia verbenacea é uma planta rústica e de fácil cultivo, adaptando-se a uma ampla variedade de solos, desde arenosos até os mais argilosos. Prefere áreas ensolaradas, mas também cresce bem em meia-sombra. Tolerante a condições costeiras, resiste a ventos e solos pobres. A propagação é feita por sementes ou por estacas de galhos. As sementes devem ser semeadas logo após a colheita, pois perdem a viabilidade rapidamente. A planta se desenvolve melhor em regiões de clima tropical e subtropical, mas também pode ser cultivada em áreas de clima mais ameno.

Curiosidades sobre a planta:

  1. A erva-baleeira foi uma das primeiras plantas brasileiras a ser estudada sistematicamente por sua atividade anti-inflamatória. O laboratório brasileiro Aché lançou um medicamento fitoterápico chamado Acheflan®, à base de extrato de Cordia verbenacea, utilizado no tratamento de dores musculares e inflamações.
  2. O nome “erva-baleeira” está relacionado ao uso frequente por pescadores de baleias para tratar feridas e dores causadas pelo trabalho pesado.
  3. A planta é uma das poucas da família Boraginaceae adaptadas a ambientes litorâneos e arenosos, crescendo bem em áreas de restinga.
  4. As folhas possuem um aroma característico e agradável, semelhante ao de pimenta-do-reino, que é mais acentuado quando amassadas.

Erva-baleeira - Cordia verbenacea DC. (Boraginaceae) Imagem: Acervo de José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 05/2024

Erva-baleeira - Cordia verbenacea DC. (Boraginaceae) Imagem: Acervo de José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 05/2024

Erva-baleeira - Cordia verbenacea DC. (Boraginaceae) Imagem: Acervo de José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 05/2024

Erva-baleeira - Cordia verbenacea DC. (Boraginaceae) Imagem: Acervo de José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 05/2024

Erva-baleeira - Cordia verbenacea DC. (Boraginaceae) Imagem: Acervo de José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 05/2024

Erva-baleeira - Cordia verbenacea DC. (Boraginaceae) Imagem: Acervo de José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 05/2024

Erva-baleeira - Cordia verbenacea DC. (Boraginaceae) Imagem: Acervo de José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 05/2024



sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Ora-pro-nobis-de-flor-grande

 


Nome científico: Pereskia grandifolia Haw.

 

Classificação mais recente:

Reino: Plantae

Divisão: Magnoliophyta

Classe: Magnoliopsida

Ordem: Caryophyllales

Família: Cactaceae

Gênero: Pereskia

Espécie: Pereskia grandifolia

Família botânica: Cactaceae

 

Sinonímia botânica: Pereskia grandiflora DC.; Rhodocactus grandifolius

 

Nomes populares: Ora-pro-nóbis, groselha-do-mato, ora-pro-nobis-de-flor-grande, cacto-folha, groselha-da-américa, rosa-madeira, rosa-pau

 

Descrição botânica: Pereskia grandifolia é um cacto atípico com folhas, diferente da maioria das espécies de cactos. É um arbusto perene que pode atingir até 5 metros de altura. Suas folhas são simples, ovais, de cor verde escura e com margens inteiras. Os ramos são espinhentos, com espinhos rígidos distribuídos ao longo do caule. As flores são grandes, de coloração rosa ou púrpura, e surgem em inflorescências. Os frutos são pequenas bagas de cor amarela ou laranja.

 

Origem: Pereskia grandifolia é nativa de regiões tropicais da América do Sul, principalmente do Brasil.

 

Usos medicinais: Na medicina tradicional, Pereskia grandifolia tem sido utilizada devido às suas propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes. Suas folhas são ricas em nutrientes, e o chá das folhas é usado em algumas culturas para tratar feridas e inflamações. Também há relatos de seu uso no tratamento de problemas digestivos e anemias, pois a planta é rica em ferro e outros nutrientes.

 

Toxicidade: Não há relatos de toxicidade grave associada ao consumo de Pereskia grandifolia. No entanto, os espinhos afiados da planta podem causar ferimentos na pele, por isso é recomendável cuidado ao manusear a planta.

 

Uso como PANC: Pereskia grandifolia é uma Planta Alimentícia Não Convencional (PANC). Suas folhas são comestíveis e bastante nutritivas, ricas em proteínas, fibras, ferro e vitaminas. As folhas jovens podem ser consumidas cruas em saladas, recomendável fazer o branqueamento primeiro, ou refogadas e adicionadas a sopas, tortas e outras preparações. É conhecida em muitas regiões do Brasil como "carne dos pobres" devido ao seu alto valor nutricional.

 

Uso como planta ornamental: Devido às suas flores vistosas e à sua folhagem densa, Pereskia grandifolia é amplamente utilizada como planta ornamental em jardins e parques. A planta também pode ser utilizada como cerca-viva por conta de seus espinhos, sendo uma barreira natural eficaz. Sua resistência e adaptação a diferentes tipos de solo a tornam uma escolha comum para paisagismo.

 

Histórico de utilização pela humanidade: Pereskia grandifolia tem uma longa história de uso em comunidades rurais do Brasil, onde é valorizada como fonte de alimento nutritivo e como planta medicinal. Ela tem sido cultivada em hortas domésticas e fazendas para fins alimentares e medicinais. Além disso, seu uso no paisagismo como cerca-viva é comum em regiões tropicais.

 

Cultivo: Pereskia grandifolia é uma planta rústica e de fácil cultivo. Adapta-se bem a diferentes tipos de solo, desde que bem drenados, e prefere áreas com pleno sol ou meia-sombra. A planta é resistente à seca, mas responde bem a regas regulares. A propagação pode ser feita por estacas de caule ou sementes. Devido ao seu crescimento vigoroso, pode precisar de podas regulares para controle.

 

Curiosidades sobre a planta:

 

Pereskia grandifolia pertence à família Cactaceae, mas é um dos poucos cactos que possui folhas verdadeiras, sendo considerado um "cacto primitivo".

O nome "ora-pro-nóbis" vem do latim e significa "rogai por nós", possivelmente devido ao uso da planta em cercas-vivas próximas a igrejas, especialmente em Minas Gerais.

Em algumas regiões do Brasil, a planta é usada em festas tradicionais para preparar pratos típicos à base de suas folhas, como o "tutu de ora-pro-nóbis".

As folhas de Pereskia grandifolia são ricas em proteínas, sendo uma excelente alternativa vegetal para complementar a dieta.

Essa planta é valorizada tanto pela sua beleza ornamental quanto pelo seu valor nutricional e medicinal, sendo uma espécie versátil e de fácil cultivo.


Ora-pro-nobis-de-flor-grande - Pereskia grandifolia Haw. (Cactaceae); Ramo com fruto imaturo; Foto: Acervo de José Carlos Bueno – Bueno Brandão-MG 07/2024


Ora-pro-nobis-de-flor-grande - Pereskia grandifolia Haw. (Cactaceae); Aspecto da planta adulta florida; Foto: Acervo de José Carlos Bueno – Bueno Brandão-MG 09/2024


Ora-pro-nobis-de-flor-grande - Pereskia grandifolia Haw. (Cactaceae); Inflorescência; Foto: Acervo de José Carlos Bueno – Bueno Brandão-MG 09/2024


Ora-pro-nobis-de-flor-grande - Pereskia grandifolia Haw. (Cactaceae); Ramo florido; Foto: Acervo de José Carlos Bueno – Bueno Brandão-MG 09/2024


Ora-pro-nobis-de-flor-grande - Pereskia grandifolia Haw. (Cactaceae); Aspecto da folhagem; Foto: Acervo de José Carlos Bueno – Bueno Brandão-MG 09/2024


Ora-pro-nobis-de-flor-grande - Pereskia grandifolia Haw. (Cactaceae); Ramo florido; Foto: Acervo de José Carlos Bueno – Bueno Brandão-MG 09/2024


Ora-pro-nobis-de-flor-grande - Pereskia grandifolia Haw. (Cactaceae); Ramo com folhas jovens; Foto: Acervo de José Carlos Bueno – Bueno Brandão-MG 09/2024


Ora-pro-nobis-de-flor-grande - Pereskia grandifolia Haw. (Cactaceae); Ramo com botão floral;  Foto: Acervo de José Carlos Bueno – Bueno Brandão-MG 09/2024


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domingo, 15 de setembro de 2024

Cafeeiro

 



Nome científico (classificador): Coffea arabica L.

Classificação mais recente:

  • Reino: Plantae
  • Divisão: Magnoliophyta
  • Classe: Magnoliopsida
  • Ordem: Gentianales
  • Família: Rubiaceae
  • Gênero: Coffea
  • Espécie: Coffea arabica

Família botânica: Rubiaceae

Sinonímia botânica: Não possui sinonímias amplamente utilizadas, pois Coffea arabica é o nome botânico mais reconhecido.

Nomes populares: Café, cafeeiro, café arábica

Descrição botânica: Coffea arabica é uma planta arbustiva ou pequena árvore que pode atingir de 2,5 a 4,5 metros de altura, mas é normalmente podada para facilitar a colheita. As folhas são ovais, brilhantes e de cor verde-escura, com bordas onduladas. As flores são brancas, pequenas e muito perfumadas, lembrando o jasmim. O fruto é uma drupa (cereja) que, quando madura, adquire uma coloração vermelha ou roxa, contendo normalmente duas sementes, conhecidas como grãos de café. As sementes são verdes antes do processamento e tornam-se marrons quando torradas.

Origem: Acredita-se que Coffea arabica seja nativa das regiões montanhosas da Etiópia e do sul do Sudão, mas a planta também é encontrada em algumas partes da Arábia, particularmente no Iêmen.

Usos medicinais: Em algumas tradições, o café tem sido utilizado para estimular o sistema nervoso central e combater a fadiga. Também é conhecido por suas propriedades diuréticas. Algumas pesquisas indicam que o consumo moderado de café pode ter efeitos antioxidantes, auxiliar na prevenção de doenças como Parkinson e diabetes tipo 2 e melhorar a saúde do fígado.

Toxicidade: Embora o café seja amplamente consumido, ele contém cafeína, que pode ser tóxica em doses excessivas. O consumo excessivo de café pode causar sintomas como ansiedade, insônia, taquicardia e problemas digestivos. A cafeína também pode levar à dependência em algumas pessoas.

Uso como bebida estimulante: O café é consumido em todo o mundo como uma bebida estimulante devido ao seu conteúdo de cafeína, um alcaloide que age como um estimulante do sistema nervoso central, ajudando a aumentar o estado de alerta e a reduzir a sensação de fadiga. A bebida é preparada a partir dos grãos torrados e moídos do fruto de Coffea arabica.

Histórico de utilização pela humanidade: O consumo de café tem uma longa história, datando de pelo menos o século 9, quando, de acordo com a lenda, pastores etíopes observaram que suas cabras ficavam mais enérgicas após consumir os frutos do cafeeiro. O café se popularizou no mundo islâmico durante o século 15, sendo cultivado no Iêmen e comercializado pelos árabes. A bebida se espalhou para a Europa no século 17, tornando-se extremamente popular em países como a Itália, França e Inglaterra, onde surgiram as primeiras casas de café. Durante o século 18, o cultivo do café se expandiu para as colônias europeias na América Latina, especialmente no Brasil, que se tornaria o maior produtor de café do mundo.

Cultivo: Coffea arabica prefere regiões tropicais com altitudes entre 600 e 2.000 metros, temperaturas amenas (entre 18°C e 24°C) e solos ricos em matéria orgânica, com boa drenagem. A planta requer chuvas regulares, mas não suporta encharcamento. O ciclo de crescimento e colheita é longo, com as cerejas do café levando de 7 a 9 meses para amadurecer. A propagação geralmente é feita por sementes ou mudas, e o cultivo inclui podas regulares para manter o tamanho da planta e facilitar a colheita. No Brasil, Colômbia, Etiópia e outros países produtores, Coffea arabica é uma cultura agrícola economicamente importante.

Curiosidades sobre a planta:

  1. Coffea arabica é responsável por cerca de 60-70% da produção mundial de café.
  2. É a espécie de café mais antiga cultivada, e sua produção exige condições mais específicas que outras espécies, como Coffea canephora (conhecida como robusta), que é mais resistente.
  3. A cafeína, presente nos grãos de Coffea arabica, atua como um pesticida natural, ajudando a proteger a planta contra insetos e pragas.
  4. A planta foi introduzida no Brasil no século 18 por Francisco de Melo Palheta, após uma expedição à Guiana Francesa.
  5. O café arábica geralmente tem um sabor mais suave e menos amargo do que o robusta, com notas aromáticas mais complexas.

Essa é uma planta de grande importância histórica, econômica e cultural, essencial para o cotidiano de milhões de pessoas ao redor do mundo!


Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG


Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 06/2024 – Bueno Brandão-MG


Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 06/2024 – Bueno Brandão-MG


Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG


Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

domingo, 30 de junho de 2024

Ipê-roxo

 

Nome científico: Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos

Família botânica: Bignoniaceae

Sinonímia botânica: Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl.

Nomes populares: Ipê-roxo, pau-d’arco-roxo, ipê-preto

Descrição botânica: Handroanthus impetiginosus é uma árvore caducifólia de médio a grande porte, podendo atingir de 8 a 30 metros de altura. Possui um tronco reto e cilíndrico, com casca espessa e rugosa de cor cinza-escura. As folhas são compostas, digitadas, geralmente com cinco folíolos de cor verde-escura. As flores são grandes, tubulares, de cor rosa a roxa, e aparecem em inflorescências terminais. Os frutos são cápsulas alongadas que se abrem para liberar sementes aladas.

Bioma de origem: Handroanthus impetiginosus é nativo das florestas tropicais e subtropicais das Américas, incluindo a Amazônia, o Cerrado, a Mata Atlântica e o Pantanal.

Usos medicinais: A casca do ipê-roxo é utilizada na medicina tradicional para preparar chás e infusões. É conhecida por suas propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, antifúngicas e antibacterianas. É usada no tratamento de problemas respiratórios, infecções, diabetes, úlceras e algumas doenças de pele.

Toxicidade: Embora o uso medicinal do ipê-roxo seja comum, é importante ressaltar que o consumo deve ser moderado e supervisionado por um profissional de saúde. A casca contém compostos que podem ser tóxicos em altas doses e causar efeitos adversos como náuseas e vômitos.

Uso paisagístico e ornamental: Handroanthus impetiginosus é amplamente utilizado no paisagismo devido às suas flores vistosas e coloridas que enfeitam a árvore durante a floração, geralmente no final do inverno e início da primavera. É uma escolha popular para praças, parques, avenidas e jardins devido à sua beleza e capacidade de atrair polinizadores como abelhas e beija-flores.

Cultivo: Handroanthus impetiginosus prefere solos bem drenados e férteis, sendo resistente a diferentes tipos de solo, incluindo os mais pobres. Gosta de sol pleno e é tolerante à seca, embora responda bem à irrigação regular. A propagação é feita por sementes, que devem ser plantadas logo após a coleta devido à curta viabilidade. A árvore pode crescer lentamente nos primeiros anos, mas acelera o crescimento com o tempo.

Curiosidades sobre a planta:

  1. Handroanthus impetiginosus é uma das árvores símbolos do Brasil, sendo muito apreciada por sua beleza e uso ornamental.
  2. A madeira do ipê-roxo é extremamente dura e resistente, sendo utilizada na construção civil, na fabricação de móveis e na construção naval.
  3. Em algumas regiões, a árvore é chamada de "pau-d’arco" devido à forma arqueada de seus galhos, que eram usados por povos indígenas para fazer arcos.
  4. A floração exuberante do ipê-roxo é um espetáculo visual que atrai turistas e amantes da natureza durante sua época de floração.





Ipê-roxo: Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos (Bignoniaceae) - detalhe da inflorescências - Foto: José Carlos Bueno - 06/2024 - Poços de Caldas-MG



Ipê-roxo: Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos (Bignoniaceae) - Aspecto da árvore florida - Foto: José Carlos Bueno - 06/2024 - Poços de Caldas-MG




Ipê-roxo: Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos (Bignoniaceae) - Detalhe do ramo florido - Foto: José Carlos Bueno - 06/2024 - Poços de Caldas-MG


domingo, 9 de junho de 2024

Crista-de-galo

 

Nome científico: Celosia cristata L.

Família botânica: Amaranthaceae

Sinonímia botânica: Celosia argentea var. cristata

Nomes populares: Crista-de-galo, celósia, celósia-crista

Descrição botânica: Celosia cristata é uma planta herbácea anual que pode atingir até 1 metro de altura. Possui folhas simples, alternadas, ovais a lanceoladas e de cor verde a avermelhada. As flores são compactas e agrupadas em inflorescências grandes e coloridas, que podem variar de vermelho, rosa, laranja, amarelo a branco. As inflorescências têm uma aparência ondulada e crespa, lembrando a crista de um galo, o que dá origem ao seu nome popular.

Usos medicinais: Em algumas tradições medicinais, Celosia cristata é utilizada para tratar problemas gastrointestinais, como diarreia e disenteria, bem como para controlar hemorragias internas e externas. Suas sementes e folhas são usadas em chás e infusões para tratar inflamações e infecções.

Usos como PANC: Celosia cristata é considerada uma Planta Alimentícia Não Convencional (PANC). Suas folhas jovens podem ser consumidas cozidas ou branqueadas, em saladas, refogados e sopas. As sementes também são comestíveis e podem ser utilizadas em farinhas ou adicionadas a cereais.

Usos como corante alimentar e seu principal pigmento: As flores de Celosia cristata são utilizadas como corante natural em alimentos. O principal pigmento responsável pela coloração intensa das flores é a betacianina, que pode ser extraída para tingir alimentos e bebidas.

Toxicidade: Celosia cristata é geralmente considerada segura para consumo humano. No entanto, é sempre recomendável consumir qualquer planta silvestre com moderação e após uma correta identificação, para evitar reações adversas.

Uso paisagístico e ornamental: Celosia cristata é amplamente cultivada como planta ornamental devido às suas flores vibrantes e de formas incomuns. É popular em jardins, canteiros e bordaduras, além de ser usada em arranjos florais e como flor de corte. Sua aparência única e variedade de cores a tornam uma adição atraente a qualquer paisagem.

Cultivo: Celosia cristata prefere locais ensolarados e solos bem drenados, ricos em matéria orgânica. É uma planta que se adapta bem a climas quentes e requer regas regulares, especialmente durante períodos de seca. A propagação é geralmente feita por sementes, que devem ser semeadas superficialmente e mantidas úmidas até a germinação.

Curiosidades sobre a planta:

  1. Celosia cristata é originária da África, mas se tornou popular em jardins de todo o mundo devido à sua aparência ornamental distinta.
  2. A planta é conhecida por sua durabilidade como flor de corte, mantendo sua aparência vibrante por um longo período após a colheita.
  3. Em algumas culturas africanas, a Celosia cristata é considerada uma planta sagrada e é usada em cerimônias e rituais.
  4. Além de seu uso ornamental e alimentício, a planta é cultivada em alguns lugares para controle de erosão, devido à sua capacidade de crescer rapidamente e cobrir o solo.

Crista-de-galo - Celosia cristata L. (Amaranthaceae) - Foto: José Carlos Bueno - 05/2024

Crista-de-galo - Celosia cristata L. (Amaranthaceae) - Foto: José Carlos Bueno - 05/2024

Crista-de-galo - Celosia cristata L. (Amaranthaceae) - Foto: José Carlos Bueno - 05/2024

Crista-de-galo - Celosia cristata L. (Amaranthaceae) - Foto: José Carlos Bueno - 05/2024

segunda-feira, 27 de maio de 2024

Carambola



Nome científico: Averrhoa carambola L.
Família: Oxalidaceae
Nomes populares: Caramboleira, carambola, fruta-estrela, carambola-doce, camerunga

Descrição botânica: Averrhoa carambola é uma árvore perene, que pode atingir de 5 a 12 metros de altura. Possui folhas compostas, alternadas, com folíolos ovais e lisos. As flores são pequenas, de cor rosada a lilás, e dispostas em inflorescências. O fruto, conhecido como carambola, é oblongado, com cinco gomos pronunciados, e quando cortado transversalmente, tem forma de estrela. A casca do fruto é cerosa e de cor amarela a alaranjada quando madura.

Usos medicinais: Na medicina tradicional, diversas partes da caramboleira são utilizadas. As folhas e raízes são empregadas para tratar febres, dores de cabeça e infecções cutâneas. O suco do fruto é usado como diurético, e acredita-se que ele possa auxiliar na digestão e no tratamento de problemas hepáticos. A medicina caseira emprega, ainda, em várias regiões do país, suas folhas e frutos, como antiescorbútica, antidisentérica e estimulante do apetite.

Toxicidade: A carambola contém uma neurotoxina chamada caramboxina, que pode ser perigosa para pessoas com insuficiência renal ou predisposição a doenças renais. Esses indivíduos devem evitar o consumo da fruta, pois a toxina pode causar sintomas como confusão mental, fraqueza e, em casos graves, levar a convulsões e morte.

Uso alimentar e PANC: A carambola é amplamente consumida como fruta fresca. Pode ser utilizada em saladas, sucos, compotas, geleias e sobremesas. Além de seu uso como PANC (Planta Alimentícia Não Convencional), a carambola também é utilizada como guarnição decorativa em pratos devido à sua forma estelar atrativa.

Uso paisagístico e ornamental: Averrhoa carambola é valorizada no paisagismo por sua folhagem ornamental, flores atraentes e frutos exóticos. Ela é frequentemente plantada em jardins tropicais e subtropicais, tanto como árvore frutífera quanto ornamental.

Cultivo: A caramboleira cresce melhor em climas tropicais e subtropicais, preferindo solos bem drenados e ricos em matéria orgânica. Ela necessita de um local ensolarado e protegido de ventos fortes. A propagação é geralmente feita por sementes, mas também pode ser realizada por enxertia para garantir a qualidade dos frutos. A árvore começa a frutificar entre três a cinco anos após o plantio.

Curiosidades sobre a planta:

A carambola é conhecida por sua forma estelar quando cortada, o que a torna popular para decoração de pratos e bebidas.
O nome "Averrhoa" homenageia o polímata árabe Averróis, que foi uma figura importante na filosofia e ciência islâmica.
Além de ser apreciada como fruta fresca, a carambola é utilizada em algumas culturas para preparar vinhos e conservas.
Devido ao seu alto teor de ácido oxálico, a carambola pode interferir na absorção de cálcio e formar cristais de oxalato, o que é relevante para pessoas propensas a cálculos renais.



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Carambola Averrhoa carambola L. (Oxalidaceae) –Foto: Acervo pessoal de José Carlos Bueno – 05/2024


Carambola Averrhoa carambola L. (Oxalidaceae) –Foto: Acervo pessoal de José Carlos Bueno – 05/2024


Carambola Averrhoa carambola L. (Oxalidaceae) –Foto: Acervo pessoal de José Carlos Bueno – 05/2024


Carambola Averrhoa carambola L. (Oxalidaceae) –Foto: Acervo pessoal de José Carlos Bueno – 05/2024


Carambola Averrhoa carambola L. (Oxalidaceae) –Foto: Acervo pessoal de José Carlos Bueno – 05/2024


 





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