domingo, 20 de abril de 2025

Beldroega

 

Portulaca oleracea L. - Beldroega - Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 04/2025


🌿 Beldroega – Portulaca oleracea L.


📌 Nome Científico:

Portulaca oleracea L. 

📚 Classificador:

Carl Linnaeus

🌱 Família Botânica:

Portulacaceae


🏷️ Nomes Populares:

  • Beldroega

  • Beldroega-comum

  • Beldroega-das-hortas

  • Porcelana

  • Erva-gorda


🌿 Descrição Botânica:

Planta herbácea suculenta, rasteira ou semi-ereta, anual, com caules avermelhados, ramificados e folhas carnudas, ovais a espatuladas, de cor verde-escura. As flores são pequenas, amarelas e solitárias, surgindo nas axilas das folhas ou nas extremidades dos ramos. Frutifica em cápsulas com muitas sementes pequenas e pretas.


🌍 Região de Origem e Distribuição no Brasil:

Originária possivelmente da Ásia e Europa, embora seja considerada cosmopolita. Encontra-se disseminada em praticamente todos os continentes. No Brasil, ocorre espontaneamente em quintais, hortas, margens de rios e terrenos baldios, especialmente em regiões tropicais e subtropicais.


🍽️ Usos Alimentares (como verdura e PANC):

  • Folhas e caules tenros são comestíveis e consumidos crus em saladas ou cozidos em refogados, sopas, omeletes e tortas.

  • Possui sabor suave, levemente ácido e refrescante.

  • Pode ser conservada em salmoura ou fermentada.

  • Receita simples com beldroega:
    Refogado de beldroega com alho:

    • 2 xícaras de folhas e caules jovens lavados

    • 2 dentes de alho picados

    • 1 colher de sopa de azeite, sal a gosto
      Refogue o alho no azeite, adicione a beldroega e refogue por 3 minutos. Sirva como acompanhamento.


💊 Usos Medicinais:

  • Utilizada como anti-inflamatória, cicatrizante, diurética, laxante leve, antifúngica, antibacteriana, antioxidante e hipoglicemiante.

  • Indicada para tratamento de úlceras, queimaduras, picadas de inseto, infecções urinárias, diarreias leves e inflamações gastrointestinais.


🧪 Modo de Usar e Preparação Medicinal:

  • Uso interno: suco das folhas frescas com água, consumido em pequenas doses (1/2 copo por dia), como diurético e antioxidante.

  • Uso externo: folhas maceradas aplicadas sobre a pele para queimaduras leves, picadas ou feridas.

  • Infusão: 10g da planta fresca para 200ml de água fervente, ingerir 1 xícara até 2 vezes ao dia.

⚠️ Deve ser evitada por pessoas com tendência à formação de cálculos renais, devido ao teor de oxalatos.


🧬 Bromatologia e Propriedades Alimentícias:

  • Rica em ômega-3 (ácido alfa-linolênico) — uma das poucas fontes vegetais naturais.

  • Alto teor de vitamina C, vitamina A, ferro, magnésio, potássio, cálcio, zinco e manganês.

  • Fonte de mucilagens, fibras dietéticas e compostos antioxidantes como betalaínas e flavonoides.

  • Excelente como alimento funcional por seus efeitos benéficos no sistema cardiovascular, digestivo e imunológico.


🌸 Curiosidades:

  • Uma das plantas mais antigas utilizadas como alimento e medicina na história, com registros na Grécia Antiga.

  • Altamente resiliente, sobrevive a condições de seca e solo pobre.

  • Considerada “erva daninha” em muitos lugares, mas amplamente consumida em várias culturas tradicionais (Índia, África, Mediterrâneo).

  • Pode crescer espontaneamente no jardim ou em hortas, sendo ótima para sistemas agroecológicos.


📚 Citações como Planta Medicinal:

  • “A mucilagem de Portulaca oleracea atua como emoliente e laxante suave.” — Matos, F.J.A., Plantasefitoterapia no Nordeste brasileiro (2007)

  • “Demonstrou propriedades antioxidantes superiores a muitas hortaliças convencionais.” — Liu et al., Biological and Pharmaceutical Bulletin (2000)

  • “Uma das melhores fontes de ômega-3 entre as plantas terrestres.” — Simopoulos, A.P., World Review of Nutrition and Dietetics (2001)

  • “Tradicionalmente utilizada para tratar inflamações gastrointestinais e infecções urinárias na medicina popular.” — Lorenzi & Matos, Plantas medicinais no Brasil (2002)


Portulaca oleracea L. - Beldroega - Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 04/2025

Portulaca oleracea L. - Beldroega - Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 04/2025

Portulaca oleracea L. - Beldroega - Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 04/2025

Portulaca oleracea L. - Beldroega - Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 04/2025

Portulaca oleracea L. - Beldroega - Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 04/2025

Portulaca oleracea L. - Beldroega - Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 04/2025


domingo, 13 de abril de 2025

Figueira-da-Índia

Opuntia ficus-indica - Frutos maduros - Foto: José Carlos Bueno 04/2025 - Bueno Brandão-MG

📌Nome Científico:

Opuntia ficus-indica (L.) Mill.

📚 Classificador:

Carl Linnaeus (L.), posteriormente reclassificada por Philip Miller (Mill.)

🌿 Família Botânica:

Cactaceae


🏷️ Nomes Populares:

  • Palma

  • Figueira-da-Índia

  • Nopal (México)

  • Tuna

  • Cacto-opúncia

  • Palmatória


🌱 Descrição Botânica:

Planta perene, suculenta, arbustiva ou arborescente, com altura que pode variar de 1 a 5 metros. Possui cladódios (raquetes) verdes, achatados e ovalados, com espinhos ou glóquides (espinhos finos e curtos). Suas flores são grandes, de cor amarela ou alaranjada, e o fruto (figo-da-índia) é oval, carnoso e pode apresentar casca verde, amarela ou roxa.


🌍 Região de Origem e Distribuição no Brasil:

Originária do México e de regiões áridas da América Central. Atualmente, está amplamente distribuída em regiões semiáridas e tropicais de todo o mundo. No Brasil, é bastante comum no Nordeste (especialmente no semiárido como forragem), mas também é encontrada em outras regiões como planta ornamental e PANC.


🍽️ Usos Alimentares (Fruta e como PANC):

  • Fruto (figo-da-índia): consumido in natura ou utilizado no preparo de sucos, geleias, sorvetes, vinhos e licores. Tem sabor doce e refrescante.

  • Cladódios (raquetes jovens): consumidos como PANC, principalmente cozidos ou refogados, usados em saladas, conservas, omeletes e tortas.

  • Receita simples com a palma (cladódio):
    Salada de Nopal:

    • 1 cladódio de palma (jovem), limpo e cortado em tiras

    • 1 tomate picado, 1 cebola roxa em rodelas

    • Suco de 1 limão, azeite, sal, coentro
      Cozinhe o nopal em água com sal por 5-10 min até eliminar a baba. Escorra, lave com água fria e misture aos demais ingredientes. Sirva fria.


💊 Usos Medicinais:

  • Usada tradicionalmente como anti-inflamatória, antioxidante, antidiabética, cicatrizante e reguladora do colesterol.

  • Também indicada para gastrite, úlceras, constipação, e como hepatoprotetor.


🧪 Modo de Usar e Preparação:

  • Cladódios frescos: consumidos cozidos ou em suco para controle glicêmico e intestinal.

  • Suco de palma: 1 cladódio pequeno batido com água, limão e hortelã (opcional), coado e consumido em jejum.

  • Pó do fruto seco: usado na fitoterapia para controle de colesterol e triglicerídeos.

⚠️ Evitar consumo excessivo sem orientação médica, especialmente por pessoas com distúrbios digestivos.


🧬 Bromatologia e Propriedades Alimentícias:

  • Rico em fibras solúveis, mucilagens, antioxidantes (betalaínas, flavonoides), vitaminas A, C, E, e minerais como cálcio, potássio e magnésio.

  • Baixo teor calórico.

  • Os cladódios possuem alto teor de água e são usados também na alimentação animal.


🌸 Curiosidades:

  • A Opuntia foi uma das primeiras plantas domesticadas no México pelos astecas.

  • É um símbolo nacional do México (presente na bandeira).

  • Pode ser usada como cerca viva e na recuperação de solos degradados.

  • Tolerante à seca, é usada como estratégia alimentar em períodos de estiagem.

  • Também usada como base para produção de cosméticos naturais, especialmente para peles sensíveis.


📚 Citações como Planta Medicinal:

  • “A mucilagem dos cladódios possui ação gastroprotetora e laxativa suave.” — Lorenzi, H. & Matos, F.J.A., Plantas Medicinais no Brasil (2002)

  • “Estudos indicam potencial antidiabético da Opuntia ficus-indica, com melhora na sensibilidade à insulina.” — Frati et al., Archives of Medical Research (1990)

  • “A fruta da Opuntia é rica em antioxidantes naturais e tem sido avaliada como alimento funcional.” — Butera et al., Journal of Agricultural and Food Chemistry (2002)





Devido aos seus inúmeros espinhos seus frutos devem ser consumidos através de garfo e faca como no vídeo acima. 


Opuntia ficus-indica - Frutos maduros - Foto: José Carlos Bueno 04/2025 - Bueno Brandão-MG


Opuntia ficus-indica - Frutos imaturos e inflorescência- Foto: José Carlos Bueno 02/2025 - Bueno Brandão-MG


Opuntia ficus-indica - Inflorescência- Foto: José Carlos Bueno 02/2025 - Bueno Brandão-MG


Opuntia ficus-indica - Aspecto da planta adulta - Foto: José Carlos Bueno 02/2025 - Bueno Brandão-MG


Opuntia ficus-indica - Inflorescência - Foto: José Carlos Bueno 02/2025 - Bueno Brandão-MG


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domingo, 6 de abril de 2025

Erva-de-santa-luzia

Euphorbia hirta - erva-de-santa-luzia 
Foto: José Carlos Bueno - 04/2025 - Inconfidentes-MG
 

Ficha Técnica – Euphorbia hirta L.

  • Nome Científico: Euphorbia hirta L.

  • Classificador: Carl Linnaeus

  • Família Botânica: Euphorbiaceae


Nomes Populares:

  • Erva-de-Santa-Luzia, Leiteira, Erva-dos-olhos, Erva-de-catarro, Tártago-peludo


Descrição Botânica:

Euphorbia hirta é uma planta herbácea anual, de pequeno porte, geralmente com hastes avermelhadas e recobertas por pelos. Suas folhas são opostas, elípticas ou lanceoladas, com bordas denteadas e frequentemente com manchas roxas. Produz pequenas flores amarelo-esverdeadas agrupadas nas axilas das folhas. Quando cortada, exsuda um látex branco característico (típico das euforbiáceas).


Região de Origem e Ocorrência no Brasil:

Originária de regiões tropicais da Ásia, África e América, Euphorbia hirta é considerada uma planta pantropical. No Brasil, ocorre de forma espontânea em todas as regiões, especialmente em áreas de clima quente e úmido, sendo comum em beiras de estradas, terrenos baldios e pastagens.


Usos Medicinais:

A planta é bastante conhecida na medicina popular por suas propriedades:

  • Expectorante

  • Antiasmática

  • Antibacteriana

  • Antiespasmódica

  • Antidiarreica

  • Anti-inflamatória

É tradicionalmente utilizada para tratar:

  • Asma e bronquite

  • Tosse com catarro

  • Diarreia e disenteria

  • Conjuntivite (uso externo com infusão)

  • Problemas urinários


Modo de Usar e Preparação:

Uso interno (chá):

  • ✳️ Indicação: problemas respiratórios, diarreia, infecções urinárias

  • Preparo: fazer infusão com 10 a 15 g das partes aéreas secas em 1 litro de água. Tomar 2 a 3 xícaras por dia.

Uso externo (lavagem ocular e de feridas):

  • ✳️ Indicação: conjuntivite, irritações oculares leves

  • Preparo: infusão leve das folhas (bem coada) para aplicação local com gaze ou compressas.

⚠️ Atenção: o uso do látex diretamente sobre a pele ou mucosas deve ser evitado, pois pode causar irritações. Gestantes, lactantes e crianças devem evitar o uso sem orientação médica.


🌺 Curiosidades:

  • É uma das plantas mais utilizadas na medicina tradicional da Índia (Ayurveda) e nas Filipinas para o tratamento da asma.

  • Em algumas culturas africanas, é usada para estimular a produção de leite materno (galactagoga).

  • Apesar de seu uso popular ser amplo, ainda há necessidade de mais estudos científicos para validar e padronizar suas aplicações farmacológicas com segurança.


Citações como planta medicinal:

  • “A Euphorbia hirta é amplamente utilizada nas Filipinas como antiasmática, sendo chamada popularmente de ‘asthma weed’.” — Duke, J.A. Handbook of Medicinal Herbs, CRC Press.

  • "Alguns constituintes ativos da E. hirta têm sido detectados, destacando-se a presença de flavonoides tais como a quercetina (Hallet & Parks, 1951; Liu et al., 2007), leucocianidina e xantoramnina (Newall et al., 2002), afazelina e miricitrina (Liu et al., 2007), o que condiz com o resultado encontrado na prospecção fitoquímica realizada neste trabalho. Estudo de Bhagwat et al. (2008) revelou a presença de esteroides, alcaloides, carboidratos, proteínas e compostos fenólicos (flavonoides, taninos e saponinas). A presença dessas substâncias pode justificar o uso da espécie como medicinal." -Estudo botânico, fitoquímico e fisico-químico de Euphorbia hirta L. (Euphorbiaceae) - M.V. Pinto et all - Rev. bras. plantas med. 16 (3 suppl 1) • 2014- https://www.scielo.br/j/rbpm/a/7mKS8f63PZ3WxhmCndVf4fH/ - Acesso06/04/2025

  • “Estudos demonstraram atividade antimicrobiana do extrato etanólico das folhas contra cepas bacterianas comuns.” — Revista Brasileira de Farmacognosia, 2008.



Euphorbia hirta - erva-de-santa-luzia 
Foto: José Carlos Bueno - 04/2025 - Inconfidentes-MG

Euphorbia hirta - erva-de-santa-luzia 
Foto: José Carlos Bueno - 04/2025 - Inconfidentes-MG

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Erva-baleeira

 

Erva-baleeira - Cordia verbenacea DC. (Boraginaceae) Imagem: Acervo de José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 05/2024

Erva-baleeira 


Nome científico (classificador):

  • Cordia verbenacea DC.

Classificação mais recente:

  • Reino: Plantae
  • Divisão: Magnoliophyta
  • Classe: Magnoliopsida
  • Ordem: Boraginales
  • Família: Boraginaceae
  • Gênero: Cordia
  • Espécie: Cordia verbenacea

Família botânica:

  • Boraginaceae

Sinonímia botânica:

  • Lithospermum fruticosum L.
  • Varronia verbenacea (DC.) Moldenke

Nomes populares:

  • Erva-baleeira, maria-preta, pimenteira, camaradinha, catinga-de-barão.

Descrição botânica:

Cordia verbenacea é um arbusto perene que pode atingir de 1 a 3 metros de altura, com ramos lenhosos e pubescentes (cobertos por pequenos pelos brancos). Suas folhas são simples, de formato oblongo-lanceolado, dispostas alternadamente ao longo dos ramos. As folhas possuem margens serrilhadas e são densamente cobertas por tricomas, conferindo-lhes um toque aveludado. Quando amassadas, exalam um aroma característico, devido aos óleos essenciais presentes. As flores são pequenas, de coloração branca a rosada, agrupadas em inflorescências do tipo espiga terminal. Os frutos são pequenas drupas globosas, inicialmente verdes e, quando maduros, adquirem uma cor arroxeada a preta.

Origem:

A erva-baleeira é nativa do Brasil e encontrada principalmente nos biomas da Mata Atlântica, especialmente em regiões litorâneas e áreas de restinga, desde o sul da Bahia até o Rio Grande do Sul.

Usos medicinais:

A erva-baleeira é amplamente utilizada na medicina popular brasileira por suas propriedades anti-inflamatórias e analgésicas. Estudos científicos demonstraram que seus extratos possuem compostos como o alfa-humuleno, que inibem processos inflamatórios. É indicada para o tratamento de dores musculares, reumatismo, artrite, contusões e inflamações em geral. Suas folhas são usadas na preparação de chás, cataplasmas e, mais recentemente, em produtos fitoterápicos comercializados em farmácias.

Toxicidade:

Embora seja amplamente utilizada para fins medicinais, a toxicidade de Cordia verbenacea não é bem documentada em humanos. No entanto, é recomendável evitar o uso prolongado ou em grandes quantidades, e sempre procurar orientação de um profissional de saúde. Nos animais, há relatos de que o consumo excessivo pode causar distúrbios digestivos.

Uso como PANC:

Embora não seja tradicionalmente utilizada como alimento, as folhas jovens podem ser usadas em pequenas quantidades como condimento em saladas ou chás, aproveitando suas propriedades aromáticas. No entanto, deve-se ter cautela, já que o uso alimentar ainda é pouco explorado.

Uso como planta ornamental:

Cordia verbenacea é uma planta de fácil cultivo e bastante rústica, sendo uma boa escolha para jardins de baixa manutenção. Suas folhas aveludadas e o hábito de crescimento compacto a tornam visualmente interessante, além de liberar um agradável aroma quando tocadas. Pode ser usada em cercas-vivas, bordaduras ou plantada isoladamente.

Histórico de utilização pela humanidade:

A erva-baleeira é utilizada há muito tempo por comunidades tradicionais do litoral brasileiro. Seu uso medicinal é conhecido entre pescadores e habitantes de áreas costeiras, que a empregam para tratar dores e inflamações. Seu nome popular, "erva-baleeira", supostamente está relacionado ao uso de suas folhas por pescadores de baleias, que a utilizavam para tratar contusões e dores causadas pelo trabalho pesado. Nos últimos anos, ganhou popularidade no mercado fitoterápico e é uma das plantas brasileiras com maior potencial de comercialização.

Cultivo:

Cordia verbenacea é uma planta rústica e de fácil cultivo, adaptando-se a uma ampla variedade de solos, desde arenosos até os mais argilosos. Prefere áreas ensolaradas, mas também cresce bem em meia-sombra. Tolerante a condições costeiras, resiste a ventos e solos pobres. A propagação é feita por sementes ou por estacas de galhos. As sementes devem ser semeadas logo após a colheita, pois perdem a viabilidade rapidamente. A planta se desenvolve melhor em regiões de clima tropical e subtropical, mas também pode ser cultivada em áreas de clima mais ameno.

Curiosidades sobre a planta:

  1. A erva-baleeira foi uma das primeiras plantas brasileiras a ser estudada sistematicamente por sua atividade anti-inflamatória. O laboratório brasileiro Aché lançou um medicamento fitoterápico chamado Acheflan®, à base de extrato de Cordia verbenacea, utilizado no tratamento de dores musculares e inflamações.
  2. O nome “erva-baleeira” está relacionado ao uso frequente por pescadores de baleias para tratar feridas e dores causadas pelo trabalho pesado.
  3. A planta é uma das poucas da família Boraginaceae adaptadas a ambientes litorâneos e arenosos, crescendo bem em áreas de restinga.
  4. As folhas possuem um aroma característico e agradável, semelhante ao de pimenta-do-reino, que é mais acentuado quando amassadas.

Erva-baleeira - Cordia verbenacea DC. (Boraginaceae) Imagem: Acervo de José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 05/2024

Erva-baleeira - Cordia verbenacea DC. (Boraginaceae) Imagem: Acervo de José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 05/2024

Erva-baleeira - Cordia verbenacea DC. (Boraginaceae) Imagem: Acervo de José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 05/2024

Erva-baleeira - Cordia verbenacea DC. (Boraginaceae) Imagem: Acervo de José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 05/2024

Erva-baleeira - Cordia verbenacea DC. (Boraginaceae) Imagem: Acervo de José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 05/2024

Erva-baleeira - Cordia verbenacea DC. (Boraginaceae) Imagem: Acervo de José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 05/2024

Erva-baleeira - Cordia verbenacea DC. (Boraginaceae) Imagem: Acervo de José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 05/2024



sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Ora-pro-nobis-de-flor-grande

 


Nome científico: Pereskia grandifolia Haw.

 

Classificação mais recente:

Reino: Plantae

Divisão: Magnoliophyta

Classe: Magnoliopsida

Ordem: Caryophyllales

Família: Cactaceae

Gênero: Pereskia

Espécie: Pereskia grandifolia

Família botânica: Cactaceae

 

Sinonímia botânica: Pereskia grandiflora DC.; Rhodocactus grandifolius

 

Nomes populares: Ora-pro-nóbis, groselha-do-mato, ora-pro-nobis-de-flor-grande, cacto-folha, groselha-da-américa, rosa-madeira, rosa-pau

 

Descrição botânica: Pereskia grandifolia é um cacto atípico com folhas, diferente da maioria das espécies de cactos. É um arbusto perene que pode atingir até 5 metros de altura. Suas folhas são simples, ovais, de cor verde escura e com margens inteiras. Os ramos são espinhentos, com espinhos rígidos distribuídos ao longo do caule. As flores são grandes, de coloração rosa ou púrpura, e surgem em inflorescências. Os frutos são pequenas bagas de cor amarela ou laranja.

 

Origem: Pereskia grandifolia é nativa de regiões tropicais da América do Sul, principalmente do Brasil.

 

Usos medicinais: Na medicina tradicional, Pereskia grandifolia tem sido utilizada devido às suas propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes. Suas folhas são ricas em nutrientes, e o chá das folhas é usado em algumas culturas para tratar feridas e inflamações. Também há relatos de seu uso no tratamento de problemas digestivos e anemias, pois a planta é rica em ferro e outros nutrientes.

 

Toxicidade: Não há relatos de toxicidade grave associada ao consumo de Pereskia grandifolia. No entanto, os espinhos afiados da planta podem causar ferimentos na pele, por isso é recomendável cuidado ao manusear a planta.

 

Uso como PANC: Pereskia grandifolia é uma Planta Alimentícia Não Convencional (PANC). Suas folhas são comestíveis e bastante nutritivas, ricas em proteínas, fibras, ferro e vitaminas. As folhas jovens podem ser consumidas cruas em saladas, recomendável fazer o branqueamento primeiro, ou refogadas e adicionadas a sopas, tortas e outras preparações. É conhecida em muitas regiões do Brasil como "carne dos pobres" devido ao seu alto valor nutricional.

 

Uso como planta ornamental: Devido às suas flores vistosas e à sua folhagem densa, Pereskia grandifolia é amplamente utilizada como planta ornamental em jardins e parques. A planta também pode ser utilizada como cerca-viva por conta de seus espinhos, sendo uma barreira natural eficaz. Sua resistência e adaptação a diferentes tipos de solo a tornam uma escolha comum para paisagismo.

 

Histórico de utilização pela humanidade: Pereskia grandifolia tem uma longa história de uso em comunidades rurais do Brasil, onde é valorizada como fonte de alimento nutritivo e como planta medicinal. Ela tem sido cultivada em hortas domésticas e fazendas para fins alimentares e medicinais. Além disso, seu uso no paisagismo como cerca-viva é comum em regiões tropicais.

 

Cultivo: Pereskia grandifolia é uma planta rústica e de fácil cultivo. Adapta-se bem a diferentes tipos de solo, desde que bem drenados, e prefere áreas com pleno sol ou meia-sombra. A planta é resistente à seca, mas responde bem a regas regulares. A propagação pode ser feita por estacas de caule ou sementes. Devido ao seu crescimento vigoroso, pode precisar de podas regulares para controle.

 

Curiosidades sobre a planta:

 

Pereskia grandifolia pertence à família Cactaceae, mas é um dos poucos cactos que possui folhas verdadeiras, sendo considerado um "cacto primitivo".

O nome "ora-pro-nóbis" vem do latim e significa "rogai por nós", possivelmente devido ao uso da planta em cercas-vivas próximas a igrejas, especialmente em Minas Gerais.

Em algumas regiões do Brasil, a planta é usada em festas tradicionais para preparar pratos típicos à base de suas folhas, como o "tutu de ora-pro-nóbis".

As folhas de Pereskia grandifolia são ricas em proteínas, sendo uma excelente alternativa vegetal para complementar a dieta.

Essa planta é valorizada tanto pela sua beleza ornamental quanto pelo seu valor nutricional e medicinal, sendo uma espécie versátil e de fácil cultivo.


Ora-pro-nobis-de-flor-grande - Pereskia grandifolia Haw. (Cactaceae); Ramo com fruto imaturo; Foto: Acervo de José Carlos Bueno – Bueno Brandão-MG 07/2024


Ora-pro-nobis-de-flor-grande - Pereskia grandifolia Haw. (Cactaceae); Aspecto da planta adulta florida; Foto: Acervo de José Carlos Bueno – Bueno Brandão-MG 09/2024


Ora-pro-nobis-de-flor-grande - Pereskia grandifolia Haw. (Cactaceae); Inflorescência; Foto: Acervo de José Carlos Bueno – Bueno Brandão-MG 09/2024


Ora-pro-nobis-de-flor-grande - Pereskia grandifolia Haw. (Cactaceae); Ramo florido; Foto: Acervo de José Carlos Bueno – Bueno Brandão-MG 09/2024


Ora-pro-nobis-de-flor-grande - Pereskia grandifolia Haw. (Cactaceae); Aspecto da folhagem; Foto: Acervo de José Carlos Bueno – Bueno Brandão-MG 09/2024


Ora-pro-nobis-de-flor-grande - Pereskia grandifolia Haw. (Cactaceae); Ramo florido; Foto: Acervo de José Carlos Bueno – Bueno Brandão-MG 09/2024


Ora-pro-nobis-de-flor-grande - Pereskia grandifolia Haw. (Cactaceae); Ramo com folhas jovens; Foto: Acervo de José Carlos Bueno – Bueno Brandão-MG 09/2024


Ora-pro-nobis-de-flor-grande - Pereskia grandifolia Haw. (Cactaceae); Ramo com botão floral;  Foto: Acervo de José Carlos Bueno – Bueno Brandão-MG 09/2024


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domingo, 15 de setembro de 2024

Cafeeiro

 



Nome científico (classificador): Coffea arabica L.

Classificação mais recente:

  • Reino: Plantae
  • Divisão: Magnoliophyta
  • Classe: Magnoliopsida
  • Ordem: Gentianales
  • Família: Rubiaceae
  • Gênero: Coffea
  • Espécie: Coffea arabica

Família botânica: Rubiaceae

Sinonímia botânica: Não possui sinonímias amplamente utilizadas, pois Coffea arabica é o nome botânico mais reconhecido.

Nomes populares: Café, cafeeiro, café arábica

Descrição botânica: Coffea arabica é uma planta arbustiva ou pequena árvore que pode atingir de 2,5 a 4,5 metros de altura, mas é normalmente podada para facilitar a colheita. As folhas são ovais, brilhantes e de cor verde-escura, com bordas onduladas. As flores são brancas, pequenas e muito perfumadas, lembrando o jasmim. O fruto é uma drupa (cereja) que, quando madura, adquire uma coloração vermelha ou roxa, contendo normalmente duas sementes, conhecidas como grãos de café. As sementes são verdes antes do processamento e tornam-se marrons quando torradas.

Origem: Acredita-se que Coffea arabica seja nativa das regiões montanhosas da Etiópia e do sul do Sudão, mas a planta também é encontrada em algumas partes da Arábia, particularmente no Iêmen.

Usos medicinais: Em algumas tradições, o café tem sido utilizado para estimular o sistema nervoso central e combater a fadiga. Também é conhecido por suas propriedades diuréticas. Algumas pesquisas indicam que o consumo moderado de café pode ter efeitos antioxidantes, auxiliar na prevenção de doenças como Parkinson e diabetes tipo 2 e melhorar a saúde do fígado.

Toxicidade: Embora o café seja amplamente consumido, ele contém cafeína, que pode ser tóxica em doses excessivas. O consumo excessivo de café pode causar sintomas como ansiedade, insônia, taquicardia e problemas digestivos. A cafeína também pode levar à dependência em algumas pessoas.

Uso como bebida estimulante: O café é consumido em todo o mundo como uma bebida estimulante devido ao seu conteúdo de cafeína, um alcaloide que age como um estimulante do sistema nervoso central, ajudando a aumentar o estado de alerta e a reduzir a sensação de fadiga. A bebida é preparada a partir dos grãos torrados e moídos do fruto de Coffea arabica.

Histórico de utilização pela humanidade: O consumo de café tem uma longa história, datando de pelo menos o século 9, quando, de acordo com a lenda, pastores etíopes observaram que suas cabras ficavam mais enérgicas após consumir os frutos do cafeeiro. O café se popularizou no mundo islâmico durante o século 15, sendo cultivado no Iêmen e comercializado pelos árabes. A bebida se espalhou para a Europa no século 17, tornando-se extremamente popular em países como a Itália, França e Inglaterra, onde surgiram as primeiras casas de café. Durante o século 18, o cultivo do café se expandiu para as colônias europeias na América Latina, especialmente no Brasil, que se tornaria o maior produtor de café do mundo.

Cultivo: Coffea arabica prefere regiões tropicais com altitudes entre 600 e 2.000 metros, temperaturas amenas (entre 18°C e 24°C) e solos ricos em matéria orgânica, com boa drenagem. A planta requer chuvas regulares, mas não suporta encharcamento. O ciclo de crescimento e colheita é longo, com as cerejas do café levando de 7 a 9 meses para amadurecer. A propagação geralmente é feita por sementes ou mudas, e o cultivo inclui podas regulares para manter o tamanho da planta e facilitar a colheita. No Brasil, Colômbia, Etiópia e outros países produtores, Coffea arabica é uma cultura agrícola economicamente importante.

Curiosidades sobre a planta:

  1. Coffea arabica é responsável por cerca de 60-70% da produção mundial de café.
  2. É a espécie de café mais antiga cultivada, e sua produção exige condições mais específicas que outras espécies, como Coffea canephora (conhecida como robusta), que é mais resistente.
  3. A cafeína, presente nos grãos de Coffea arabica, atua como um pesticida natural, ajudando a proteger a planta contra insetos e pragas.
  4. A planta foi introduzida no Brasil no século 18 por Francisco de Melo Palheta, após uma expedição à Guiana Francesa.
  5. O café arábica geralmente tem um sabor mais suave e menos amargo do que o robusta, com notas aromáticas mais complexas.

Essa é uma planta de grande importância histórica, econômica e cultural, essencial para o cotidiano de milhões de pessoas ao redor do mundo!


Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG


Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 06/2024 – Bueno Brandão-MG


Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 06/2024 – Bueno Brandão-MG


Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG


Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

Cafeeiro - Coffea arabica L. (Rubiaceae) Foto: José Carlos Bueno – 09/2024 – Bueno Brandão-MG

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