domingo, 24 de março de 2024

Cará-moela

 



Nome científico: Dioscorea bulbifera L.

Família botânica: Dioscoreaceae.

Outros nomes populares: Além de cará-moela, esta planta também é conhecida como inhame-aéreo, batata-do-ar, cará-do-ar, entre outros.

Descrição botânica: A Dioscorea bulbifera é uma trepadeira perene que produz tubérculos aéreos nas hastes, que podem ser consumidos. Suas folhas são alternadas, em forma de coração, com pecíolos longos. As flores são pequenas, de cor esverdeada ou branca, agrupadas em inflorescências ramificadas. Os tubérculos, chamados bulbilhos, são semelhantes a pequenas batatas e podem se formar ao longo das hastes, tornando-se uma característica distintiva da planta. As túberas aéreas, as menores em formato de moela, podem variar sua coloração do amarelado ao arroxeado. Nativa de diversas regiões da Ásia Tropical e África, a partir daí a Dioscorea bulbifera foi amplamente distribuída para várias partes do mundo.

Usos alimentares: Os tubérculos aéreos da Dioscorea bulbifera são comestíveis e podem ser consumidos cozidos, assados, fritos ou adicionados a diversos pratos. Os tubérculos da planta são uma fonte de carboidratos, fibras, vitaminas e minerais, incluindo vitamina C, vitamina B6, potássio e manganês No entanto, é importante observar que, devido à presença de substâncias tóxicas, eles devem ser preparados adequadamente antes do consumo, através de cozimento ou outro método de processamento.

Usos medicinais: Na medicina tradicional, alguns extratos da Dioscorea bulbifera são usados para tratar uma variedade de condições, incluindo problemas gastrointestinais, inflamações e dores. No entanto, é importante destacar que mais pesquisas são necessárias para confirmar seus potenciais benefícios medicinais e determinar suas doses seguras.

Técnica de cultivo: A planta pode ser cultivada meio de divisão dos tubérculos subterrâneos, ou por meio da brotação de seus bulbilhos aéreos. Ela prefere solos bem drenados e férteis, com boa quantidade de matéria orgânica. O cultivo pode ser realizado em clima tropical ou subtropical, com temperaturas mais elevadas. A planta também necessita de suporte para se desenvolver, como treliças ou cercas, devido à sua natureza trepadeira.

A Dioscorea bulbifera pode desempenhar um papel importante na agricultura familiar, pois é uma fonte adicional de alimento que pode ser cultivada em áreas com recursos limitados. Além disso, sua natureza trepadeira permite o cultivo vertical, o que pode ser vantajoso em áreas com espaço limitado.

Cará-moela - Dioscorea bulbifera L. - Dioscoreaceae. Aspecto dos ramos e folhas; Foto: José Carlos Bueno


Cará-moela - Dioscorea bulbifera L. - Dioscoreaceae. Detalhe dos bulbilhos jovens; Foto: José Carlos Bueno

Cará-moela - Dioscorea bulbifera L. - Dioscoreaceae. Aspecto dos ramos, folhas e bulbilho; Foto: José Carlos Bueno

Cará-moela - Dioscorea bulbifera L. - Dioscoreaceae. Bulbilhos ou tubérculos colhidos para consumo; Foto: Maria José Adami Bueno



Cará-moela - Dioscorea bulbifera L. - Dioscoreaceae. Cará-moela cozido; Foto: Maria José Adami Bueno

Cará-moela - Dioscorea bulbifera L. - Dioscoreaceae. Bulbilhos ou tubérculos colhidos para consumo em arranjo; Foto: Maria José Adami Bueno


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domingo, 17 de março de 2024

Pata-de-vaca

 

Pata-de-vaca: Bauhinia forficata Link - Leguminosae Foto: José Carlos Bueno



Nome Científico: Bauhinia forficata Link

Família Botânica: Leguminosae

Outros nomes populares: casco-de-vaca, ceroula-de-boneca, unha-de-anta, pata-de-veado, mororó, unha-de-vaca

Descrição Botânica: A Bauhinia forficata é uma árvore de porte médio a grande, podendo atingir até 10 metros de altura. Suas folhas são verdes brilhantes, palmadas, com dois lobos bem pronunciados, lembrando a forma de uma pata de vaca, o que lhe confere o nome popular. Suas flores são grandes, vistosas e de coloração branca, dispostas em inflorescências racemosas. A Pata-de-vaca floresce principalmente na primavera e no verão, podendo variar conforme as condições climáticas locais. Após a floração, produz vagens que contêm sementes.

Usos Medicinais: Na medicina popular, a Bauhinia forficata é utilizada no tratamento de diabetes mellitus, devido às propriedades hipoglicemiantes atribuídas à planta. Ela é conhecida por ajudar a reduzir os níveis de glicose no sangue. Além disto também é considerada diurética, hipocolesterêmiante, a medicina popular ainda a indica contra cistites, parasitoses intestinais, elefantíase e como auxiliar no tratamento do diabetes.

Usos Ecológicos: A Pata-de-vaca desempenha um papel importante na ecologia como uma planta que atrai polinizadores, como abelhas e borboletas, devido às suas flores vistosas. Além disso, ela pode ser usada em projetos de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas, contribuindo para a diversidade ecológica e para a estabilização do solo.

Para utilizar a pata-de-vaca, Bauhinia forficata é importante fazer diferenciação das espécies ornamentais, como por exemplo a Bauhinia variegata que é muito utilizada no paisagismo urbano:

Folhas: Enquanto a Bauhinia forficata possui folhas palmadas com dois lobos bem distintos, a Bauhinia variegata apresenta folhas mais ovais e arredondadas, com um lobo menos pronunciado. As folhas da Bauhinia variegata também podem ter margens mais serrilhadas.

Flores: As flores da Bauhinia variegata tendem a ter uma gama de cores mais ampla, incluindo tons de branco, rosa, roxo e até mesmo vermelho. Além disso, as inflorescências da Bauhinia variegata podem ser mais densas e compactas em comparação com as da Bauhinia forficata.


Pata-de-vaca: Bauhinia forficata Link - Leguminosae Foto: José Carlos Bueno

Pata-de-vaca: Bauhinia forficata Link - Leguminosae Foto: José Carlos Bueno

Pata-de-vaca: Bauhinia forficata Link - Leguminosae Foto: José Carlos Bueno

Pata-de-vaca: Bauhinia forficata Link - Leguminosae Foto: José Carlos Bueno



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sábado, 9 de março de 2024

Batata-doce

 


Nome científico: Ipomoea batatas (L.) Lam.

Família: Convolvulaceae

Descrição botânica: A batata-doce é uma planta herbácea perene com caules longos e rastejantes. Suas folhas são alternadas, cordiformes a lobadas, e podem variar em cor e tamanho dependendo da variedade. As flores são em forma de trombeta e podem ser de cores diversas, como branco, roxo ou rosa. As raízes tuberosas, que são a parte comestível da planta, variam em forma e cor, geralmente alongadas e com casca externa de cores como laranja, roxa, branca e marrom. A batata-doce é nativa das regiões tropicais da América Central e do Sul.

Usos alimentares das raízes tuberosas: As raízes tuberosas da batata-doce são uma fonte rica de carboidratos, fibras, vitaminas e minerais. Elas podem ser consumidas cozidas, assadas, fritas, ou usadas em sopas, purês, sobremesas e uma variedade de pratos salgados.

As folhas jovens da batata-doce são comestíveis, usadas como PANC, e podem ser consumidas cruas em saladas ou juntamente com limão para o preparo de um delicioso suco verde, ou, ainda, prepara-las cozidas como vegetal folhoso. Elas são ricas em nutrientes, incluindo vitaminas A, C e K, além de minerais como cálcio e ferro.

Usos medicinais: A batata-doce tem sido tradicionalmente utilizada na medicina popular devido às suas propriedades nutricionais e medicinais. Suas raízes tuberosas contêm compostos bioativos, como antioxidantes, que podem ajudar a combater o estresse oxidativo no corpo. Além disso, elas são uma fonte de carboidratos complexos, fibras dietéticas e nutrientes essenciais, contribuindo para uma dieta saudável e equilibrada. Suas folhas são consideradas pela etnofarmacologia como galactagoga. As variedades de polpa amarela, especialmente, quando consumidas como alimento, pode suprir necessidades de vitamina A, devido ao seu alto nível de betacaroteno.

Benefícios nutracêuticos: A batata-doce é reconhecida por seus benefícios nutricionais e terapêuticos. Suas raízes tuberosas são uma fonte de carboidratos complexos de baixo índice glicêmico, o que as torna uma escolha saudável para pessoas com diabetes ou que desejam controlar os níveis de açúcar no sangue. Além disso, elas contêm uma variedade de vitaminas, minerais e antioxidantes que podem ajudar a fortalecer o sistema imunológico, promover a saúde digestiva e reduzir o risco de doenças crônicas. Uma variedade de polpa arroxeada, desenvolvida pela EMBRAPA, denominada BRS Anembé, apresenta teor de antocianinas totais de 184,8 mg/g, que é semelhante aos valores expressos em frutas de cor arroxeada como mirtilo, açaí e amora-preta. (Fonte: EMBRAPA)

Cultivo: A batata-doce é cultivada em regiões de clima quente e ensolarado. Ela prefere solos bem drenados e ricos em matéria orgânica. O cultivo pode ser feito a partir de mudas ou de raízes tuberosas plantadas diretamente no solo. A planta requer regas regulares durante o período de crescimento e pode ser colhida aproximadamente 3-4 meses após o plantio, dependendo da variedade e das condições de crescimento. Ela é uma cultura versátil e de baixa manutenção, adequada para pequenos jardins domésticos ou produção comercial em larga escala.

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Batata-doce - Ipomoea batatas (L.) Lam. (Convolvulaceae) - Ramos jovens - Foto: José Carlos Bueno


Batata-doce - Ipomoea batatas (L.) Lam. (Convolvulaceae) - Ramo florido - Foto: José Carlos Bueno

Batata-doce - Ipomoea batatas (L.) Lam. (Convolvulaceae) - Inflorescências- Foto: José Carlos Bueno

Batata-doce - Ipomoea batatas (L.) Lam. (Convolvulaceae) - Raizes tuberosas de polpa branca e roxa - Foto: José Carlos Bueno









Ebook: Manual De Plantas Medicinais E Fitoterápicos Utilizados Na Cicatrização De Feridas


Bara baixar o manual clique na imagem da capa ou das páginas, ou no link abaixo:

Algumas páginas amostras:



Para baixar o ebook do site da Associação Gaúcha de Professores Técnicos de Ensino Agricola - AGPTEA (https://www.agptea.org.br/), clique no link abaixo:

Manual de plantas medicinais e fitoterápicos utilizados na cicatrização de feridas




sexta-feira, 8 de março de 2024

Açoita-cavalo

 



Nome Científico: Luehea divaricata

Família: Tiliaceae

Descrição Botânica:

A açoita-cavalo é uma árvore de porte médio a grande, que pode atingir de 5 a 20 metros de altura. Possui tronco cilíndrico, com casca áspera e fissurada, de cor marrom-avermelhada. Suas folhas são simples, alternadas, de formato ovalado a elíptico, com bordas serrilhadas e nervuras bem marcadas. As flores são pequenas, brancas ou levemente rosadas, reunidas em inflorescências terminais. Os frutos são cápsulas lenhosas, contendo numerosas sementes aladas.

A açoita-cavalo é nativa da América do Sul, encontrada em diversas regiões desde o Brasil até a Argentina. Geralmente ocorre em matas de galeria, margens de rios e áreas de transição entre floresta e cerrado. Fenologia: A floração da açoita-cavalo ocorre geralmente na primavera e verão, variando de acordo com as condições climáticas locais. A frutificação acontece após a polinização das flores, e os frutos amadurecem no final do verão e outono.

Na medicina popular, diversas partes da planta são utilizadas com propósitos medicinais. O chá das folhas é empregado tradicionalmente como anti-inflamatório, cicatrizante e para tratar problemas respiratórios. Também é utilizado para aliviar dores musculares e articulares, além de ser considerado um tônico geral para o organismo.

Outros usos medicinais já foram relatados como: folhas como diurético, as hastes como anti-inflamatório, a casca e partes aéreas para cicatrizar feridas e espinhas (acne); e lavagem vaginal. Em um estudo químico que constatou os principais constituintes das cascas do caule e das folhas de L. divaricata, e também as atividades antifúngica, antibacteriana e antiproliferativa dos extratos brutos, e antibacteriana das frações do extrato das cascas do caule.

A madeira da açoita-cavalo é de boa qualidade, resistente e durável. É utilizada na fabricação de móveis, construção civil, cercas, postes e para produção de carvão vegetal. Também utilizada para a fabricação de coronhas de armas de fogo pois é uma madeira leve e resistente a choques e variações climáticas e, dificilmente empena sob variações de temperatura e umidade, principalmente quando seca sob condições de estufa.

Devido à sua rápida taxa de crescimento e adaptabilidade a diferentes tipos de solo, a açoita-cavalo é frequentemente utilizada em programas de reflorestamento. Ela contribui para a recomposição de áreas degradadas, ajudando na proteção do solo, na conservação da biodiversidade e na recuperação de ecossistemas naturais.

Açoita-cavalo: Luehea divaricata (Tiliaceae) - Ramo florido; Foto: José Carlos Bueno 18/02/2024


Açoita-cavalo: Luehea divaricata (Tiliaceae) - Ramo florido; Foto: José Carlos Bueno 18/02/2024

Açoita-cavalo: Luehea divaricata (Tiliaceae) - Ramo florido; Foto: José Carlos Bueno 18/02/2024

Açoita-cavalo: Luehea divaricata (Tiliaceae) - Ramo e folhagem; Foto: José Carlos Bueno 18/02/2024


Açoita-cavalo: Luehea divaricata (Tiliaceae) - Exemplar adulto; Foto: José Carlos Bueno 18/02/2024




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