quinta-feira, 5 de junho de 2025

Alecrim

🌿 Alecrim: muito mais que um tempero – descubra os segredos medicinais e aromáticos dessa planta poderosa!

Você sabia que o alecrim vai além do sabor marcante nas receitas? Neste post, exploramos os múltiplos usos dessa erva milenar: desde os benefícios para a memória até os efeitos anti-inflamatórios do seu óleo essencial. Aprenda a cultivar, identificar, usar na culinária e na saúde! 🌱💧


 Ficha Técnica – Salvia rosmarinus Spenn.

Nome científico

Classificação atualizadaSalvia rosmarinus Spenn. (segundo revisão taxonômica recente do gênero Rosmarinus para Salvia - Harley et al., 2004)

Sinonimia científica:

Rosmarinus officinalis L.
Classificador: Carl Linnaeus

🌱 Família botânica

Lamiaceae (mesma família da hortelã, manjericão e sálvia)


📛 Nomes populares

Alecrim, alecrim-de-jardim, rosmarinho, rosemary (inglês)


🌿 Descrição botânica


O alecrim, Salvia rosmarinus Spenn., é umrbusto lenhoso, ramificado, podendo atingir 1 a 2 metros de altura. Possui folhas perenes, lineares, opostas, coriáceas, verde-escuras na face superior e esbranquiçadas na inferior. Aromáticas. As inflorescências são do tipo racemo ou espiga terminal com flores bilabiadas, pequenas, azul-arroxeadas ou esbranquiçadas, com cálice campanulado. Suas raízes são fasciculadas, superficiais, adaptadas a solos bem drenados. 

🌍 Região de origem e ocorrência no Brasil

  • Origem: Região do Mediterrâneo (Europa Meridional e Norte da África)

  • Cultivo no Brasil: Muito cultivado em hortas, jardins e plantações comerciais, especialmente no Sul e Sudeste.


🍽️ Uso alimentar

  • As folhas frescas ou secas são utilizadas como tempero aromático em carnes, pães, batatas, molhos e azeites.

  • Considerada condimentar, por seu uso tradicional e versatilidade culinária.


🍵 Modo de usar e preparação (alimentar e medicinal)

  • Chá (infusão): 1 colher de chá de folhas secas para 1 xícara de água fervente. Deixar repousar 5-10 min.

  • Uso culinário: Adicionar folhas frescas a pratos quentes no final do preparo para preservar aroma.

  • Tintura: Folhas maceradas em álcool a 70%, uso externo ou interno conforme orientação fitoterápica.

  • Óleo essencial: Usado diluído para massagens, aromaterapia ou cosméticos.


💊 Usos medicinais e indicações fitoterápicas

  • Estimulante digestivo, colagogo, anti-inflamatório leve, diurético, antioxidante, antimicrobiano.

  • Empregado para:

    • Alívio de cólicas gastrointestinais

    • Melhora da circulação

    • Estímulo da memória e concentração

    • Alívio de dores musculares (uso externo)

    • Caspa e oleosidade capilar (uso do óleo essencial)

📚 Citação confirmada:

  • Almeida, R. N. Plantas Medicinais Brasileiras. UFPE, 2015.

  • Lorenzi, H.; Matos, F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Instituto Plantarum, 2002.


🍳 Receita culinária com alecrim

Batatas rústicas ao forno com alecrim

  • Ingredientes: Batatas, azeite, sal, pimenta, ramos de alecrim fresco.

  • Modo de preparo: Cortar batatas em gomos, temperar com os ingredientes, assar a 200°C até dourar.


🔬 Bromatologia (composição nutricional)

  • Rico em óleos essenciais (cineol, cânfora, borneol)

  • Contém flavonoides (rosmarina, apigenina), taninos e ácido rosmarínico

  • Alta atividade antioxidante

  • Propriedades anti-inflamatórias e neuroprotetoras


🌿 Usos e indicações do óleo essencial

  • Óleo essencial de alecrim (quimiotipos: cineol, alcanfor, verbenona):

    • Aromaterapia: estimula foco, memória e concentração.

    • Cosmética: tratamento de caspa, cabelo oleoso e tônico capilar.

    • Uso tópico: anti-inflamatório, analgésico leve, indicado para dores musculares.

Referência:
Silva, M. A. et al. Estudo fitoquímico e atividades biológicas do óleo essencial de Rosmarinus officinalis. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 2017.


🌾 Dicas de cultivo

  • Clima: Subtropical a temperado, tolera períodos de seca.

  • Solo: Bem drenado, arenoso, pH neutro a levemente alcalino.

  • Luz: Pleno sol.

  • Poda: Regular para manter a forma e estimular novos brotos.

  • Multiplicação: Por estacas semilenhosas ou sementes.


🌟 Curiosidades

  • Na Roma Antiga, o alecrim era símbolo de fidelidade e memória.

  • Muito usado em rituais de proteção e defumação.

  • Em fitoterapia europeia, é considerado um dos principais tônicos cerebrais naturais.

  • Estudos apontam benefícios na prevenção de doenças neurodegenerativas.

Alecrim - Salvia rosmarinus Spenn. - Foto: José Carlos Bueno - 04/2024

Alecrim - Salvia rosmarinus Spenn. - Foto: José Carlos Bueno - 04/2024

Alecrim - Salvia rosmarinus Spenn. - Foto: José Carlos Bueno - 04/2024

Alecrim - Salvia rosmarinus Spenn. - Foto: José Carlos Bueno - 04/2024

Alecrim - Salvia rosmarinus Spenn. - Foto: José Carlos Bueno - 04/2024

Alecrim - Salvia rosmarinus Spenn. - Foto: José Carlos Bueno - 04/2024

Alecrim - Salvia rosmarinus Spenn. - Foto: José Carlos Bueno - 04/2024


sábado, 31 de maio de 2025

Taioba

 

A Taioba Xanthosoma sagittifolium (L.) Schott - é uma importante PANC, alimentar e fitoterápica. Aprenda a identificar com segurança e utitilizar esta nutritiva planta de nossa flora. 

🌿 Ficha Técnica: Xanthosoma sagittifolium (Taioba)

📌 Nome científico:

Xanthosoma sagittifolium (L.) Schott

📚 Classificador:

Carl Linnaeus; posteriormente reclassificada por Heinrich Wilhelm Schott.

🌱 Família botânica:

Araceae

🏷️ Nomes populares:

Taioba, taiova, taiá, mangará, mangará-mirim, mangarito, macabo, yautia, tiquisque, malanga, entre outros.

🌍 Região de origem e distribuição:

Originária da América Central, atualmente é cultivada em regiões tropicais e subtropicais, incluindo todo o Brasil, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste .

🌿 Descrição botânica:

 A Taioba Xanthosoma sagittifolium (L.) Schott - é uma herbácea perene, atingindo até 2 metros de altura. Com folhas grandes, cordiformes, com limbo ceroso e nervuras marcantes; coloração verde brilhante, seus talos partem diretamente da altura do solo de seus rizomas. As inflorescências tem a forma de espádice envolto por espata, típica da família Araceae. As raízes principais são rizomatosas, formando cormos ricos em amido. 

Observação: Diferenciar da taioba-brava (Colocasia antiquorum), que possui talos arroxeados e é tóxica .

🍽️ Usos alimentares:

  • Folhas e talos: Consumidos cozidos em refogados, sopas, omeletes e tortas.

  • Rizomas: Cozidos, fritos ou transformados em farinha.

  • Precaução: Nunca consumir cru devido à presença de oxalato de cálcio; o cozimento elimina essa substância .

🌿 Usos medicinais e indicações fitoterápicas:

  • Propriedades: Antioxidante, hipocolesterolêmica e rica em cálcio.

  • Indicações:

    • Prevenção de osteoporose .

    • Redução do colesterol .

    • Suplementação nutricional em dietas deficientes.

🧪 Modo de usar e preparação:

  • Culinária: Cozinhar as folhas e talos antes do consumo.

  • Chá: Infusão das folhas para uso tradicional em algumas comunidades.

  • Farinha: Rizomas podem ser secos e moídos para produção de farinha rica em amido.

🍲 Receita culinária:

Refogado de Taioba
Ingredientes:

  • 2 xícaras de folhas de taioba picadas

  • 2 dentes de alho amassados

  • 1 colher de sopa de óleo

  • Sal a gosto

Modo de preparo:

  1. Aqueça o óleo e doure o alho.

  2. Adicione as folhas de taioba e refogue até murcharem.

  3. Tempere com sal e sirva como acompanhamento.

🧬 Bromatologia:

  • Composição nutricional por 100g de folhas cruas:

    • Proteínas: 3,05g

    • Fibras: 1,17g

    • Cálcio: 273,17mg (aumenta para 369,81mg após o cozimento)

    • Ferro: 2,3mg

    • Vitamina A: 4.500 UI

    • Calorias: 31 kcal .

🌾 Dicas de cultivo:

  • Solo: Bem drenado, rico em matéria orgânica, pH entre 5,8 e 6,5.

  • Clima: Quente e úmido, com temperaturas acima de 25°C.

  • Plantio: Propagação por rizomas; espaçamento de 1 metro entre plantas.

  • Colheita:

    • Folhas: 60 a 75 dias após o plantio.

    • Rizomas: 7 a 12 meses após o plantio .

🌟 Curiosidades:

  • Considerada uma Planta Alimentícia Não Convencional (PANC) no Brasil.

  • Tradicionalmente utilizada na culinária de Minas Gerais e Goiás.

  • Estudos indicam seu potencial na prevenção de doenças ósseas e cardiovasculares .

📚 Citações confirmadas:

  • Duarte, S. P. A. (2023): "Extração, caracterização e propriedades tecnológicas do amido de taioba (Xanthosoma sagittifolium)". Universidade Federal do Pará .

  • Pinto, N. A. V. D., Vilas Boas, B. M., & Carvalho, V. D. (1999): "Caracterização mineral das folhas de taioba (Xanthosoma sagittifolium)". Ciência e Agrotecnologia, 23, 57–61.

  • Siqueira, M. V. B. M., Nascimento, W. F. D., Pedrosa, M. W., & Veasey, E. A. (2023): "Agronomic characteristics and potential of Xanthosoma sagittifolium as food and starch source". Elsevier eBooks.

Como Identificar Corretamente a Taioba (Xanthosoma sagittifolium)

📌 1. Folhas

  • Formato: Coração ou seta (sagitada), com divisão profunda na base.

  • Cor: Verde-escura, brilhante na parte superior e opaca na inferior.

  • Textura: Macia e espessa, com pecíolo (haste) comprido.

  • Inserção do pecíolo: O pecíolo (haste da folha) se insere dentro do limbo foliar, não na borda.

🔍 Diferença da taioba-brava: Na taioba-brava (Colocasia esculenta), o pecíolo se insere na borda da folha, e os talos são arroxeados — uma característica de advertência.


📌 2. Talo (pecíolo)

  • Cor: Verde-claro a verde-escuro.

  • Sem manchas arroxeadas: Ao contrário da taioba-brava, que frequentemente possui manchas roxas ou o talo completamente roxo.


📌 3. Inflorescência

  • Tipo: Espádice envolto por espata.

  • Cor da espata: Esbranquiçada a esverdeada.

  • Flor: Discreta, ocorre raramente em cultivo doméstico.


📌 4. Raiz (cormo ou rizoma)

  • Tipo: Subterrânea, rica em amido, de coloração clara.

  • Usada na alimentação: Assim como a folha, é comestível após cozimento.


📌 5. Porte da planta

  • Altura: Pode atingir até 1,5 m em ambientes ideais.

  • Disposição: Folhas crescem eretas a partir do centro da planta.


⚠️ Atenção!

  • Nunca consuma folhas de taioba sem ter certeza da identificação correta.

  • A taioba-brava (Colocasia sp.) pode causar intoxicações graves devido ao oxalato de cálcio em cristais.


🧪 Teste caseiro (com cuidado):

Uma prática usada por comunidades tradicionais:

  • Rasgue a folha: Se liberar um líquido leitoso e irritar a pele ou mucosas, provavelmente não é a taioba verdadeira.

  • No entanto, este teste não substitui a identificação botânica segura.

Taioba - Xanthosoma sagittifolium (L.) Schott - Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 05/2025

Taioba - Xanthosoma sagittifolium (L.) Schott - Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 05/2025

Taioba - Xanthosoma sagittifolium (L.) Schott - Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 05/2025

Taioba - Xanthosoma sagittifolium (L.) Schott - Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 05/2025


Ora-pro-nóbis


Ora-pro-nóbis:  Descubra os segredos dessa planta versátil e nutritiva, rica em proteínas e usada há gerações na culinária e na medicina popular. Saiba como cultivá-la, preparar receitas deliciosas e aproveitar seus benefícios à saúde!

🌿 Ficha Técnica: Pereskia aculeata Mill. (Ora-pro-nóbis)

📌 Nome científico:

Pereskia aculeata Mill.

📚 Classificador:

Descrita por Philip Miller.

🌱 Família botânica:

Cactaceae

🏷️ Nomes populares:

Ora-pro-nóbis, Orabrobó, Lobrobó, Lobolôbô, Trepadeira-limão, Rosa-madeira, Azedinha, Jumbeba, Rogai-por-nós

🌿 Descrição botânica:

 A Pereskia aculeata Mill.  é uma trepadeira ou arbusto lenhoso, podendo atingir até 10 metros de comprimento, amplamente ramificada. Possui folhas lanceoladas ou ovadas, verdes brilhantes, medindo entre 6 e 7 cm de comprimento, com espinhos nas axilas. As Inflorescências são panículas terminais com flores brancas, cremes ou rosadas, fortemente perfumadas, com diâmetro de 2,5 a 5 cm, floresce entre outubro e novembro. Seus frutos são bagas arredondadas, translúcidas, variando do branco ao amarelo, laranja ou vermelho, com cerca de 2 cm de diâmetro. Comestíveis e suculentos. Suas sementes são dispersas principalmente por pássaros Seu sistema radicular são profundo e ramificado, adaptado a diferentes tipos de solo.

🍽️ Usos alimentares:

  • Folhas: Consumidas cruas em saladas ou cozidas em refogados, sopas, omeletes e tortas. Também podem ser desidratadas e transformadas em farinha para enriquecimento nutricional de massas e pães.

  • Frutos: Comestíveis, utilizados em sucos, geleias e doces.

  • Culinária regional: Ingrediente tradicional na culinária mineira, especialmente em pratos como "frango com ora-pro-nóbis".

🌿 Usos medicinais e indicações fitoterápicas:

  • Propriedades: Anti-inflamatória, cicatrizante, antioxidante, antimicrobiana, antitumoral e emoliente.

  • Indicações:

    • Tratamento de distúrbios renais.

    • Cicatrização de feridas na pele.

    • Alívio de processos inflamatórios.

    • Suporte nutricional em casos de desnutrição.

🧪 Modo de usar e preparação:

  • Infusão: Preparar chá com as folhas para uso interno ou externo.

  • Pomada: Macerar as folhas e aplicar diretamente sobre feridas para auxiliar na cicatrização.

  • Farinha: Desidratar as folhas e triturar para obtenção de farinha rica em proteínas e fibras, utilizada no preparo de pães, bolos e massas.

🍲 Receita culinária:

Frango com Ora-pro-nóbis
Ingredientes:

  • 1 kg de frango em pedaços

  • 2 dentes de alho picados

  • 1 cebola picada

  • 2 xícaras de folhas de ora-pro-nóbis lavadas

  • Sal, pimenta e temperos a gosto

Modo de preparo:

  1. Temperar o frango com alho, sal e pimenta.

  2. Refogar a cebola até dourar, adicionar o frango e cozinhar até dourar.

  3. Acrescentar as folhas de ora-pro-nóbis e cozinhar por mais 10 minutos.

  4. Servir com arroz branco e polenta.

🌍 Região de origem e distribuição no Brasil:

  • Origem: América Tropical, com distribuição desde o México até a América do Sul.

  • Distribuição no Brasil: Presente nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, especialmente em ecossistemas associados à Mata Atlântica, como restingas, matas de brejo, matas de planalto e agrestes.

🧬 Bromatologia:

  • Composição nutricional (por 100g de matéria seca):

    • Proteínas: 27,06g

    • Fibras: 28,70g

    • Lipídios: 10,34g

    • Vitamina C: 42,35mg

    • Ácido fólico: 9,88mg

    • Minerais: ferro, cálcio, magnésio e fósforo em quantidades significativas.


🌱 Forma de Cultivo da Ora-pro-nóbis

Clima e solo ideais:

  • Clima: Tropical a subtropical. Suporta bem tanto calor intenso quanto baixas temperaturas.

  • Solo: Prefere solos férteis, bem drenados, ricos em matéria orgânica. Tolera solos mais pobres, mas se desenvolve melhor com adubação.

Propagação:

  • A forma mais comum de propagação é por estacas:

    • Corte ramos de 20–30 cm com ao menos 3 nós.

    • Deixe a base secar por 1 a 2 dias à sombra antes do plantio.

    • Plante diretamente no solo ou em recipientes com substrato úmido.

    • As estacas enraízam com facilidade.

Plantio:

  • Espaçamento recomendado: 1,5 a 2 metros entre plantas.

  • Pode ser cultivada como cerca-viva, trepadeira em suportes, ou conduzida como arbusto.

Cuidados:

  • Irrigação: Regas regulares no início; depois a planta tolera bem períodos de seca.

  • Adubação: Aplicar matéria orgânica como composto ou esterco bem curtido a cada 3–4 meses.

  • Poda: Podas leves estimulam o brotamento de folhas novas e facilitam a colheita.


✂️ Colheita da Ora-pro-nóbis

  • Tempo de colheita: Pode-se iniciar a colheita cerca de 4 a 6 meses após o plantio, dependendo do desenvolvimento.

  • Parte colhida: As folhas jovens e tenras são as mais usadas na alimentação.

  • Como colher:

    • Cortar com tesoura ou colher manualmente os brotos e folhas, preferencialmente pela manhã.

    • Evitar colheita em dias muito quentes para preservar a qualidade das folhas.

  • Frequência: Pode-se colher semanalmente, à medida que a planta rebrota.

🌟 Curiosidades:

  • O nome "ora-pro-nóbis" vem do latim "rogai por nós". Segundo a tradição, durante as ladainhas nas igrejas, os fiéis colhiam as folhas da planta nos quintais das igrejas enquanto o padre entoava "ora pro nobis".

  • Conhecida como "carne de pobre" devido ao seu alto teor proteico e fácil cultivo.

  • Utilizada como cerca viva devido aos seus espinhos e crescimento vigoroso.

📚 Citações confirmadas:

  • Silva, 2019: Desenvolvimento de suplemento alimentar com folhas de Pereskia aculeata, destacando seu alto teor proteico e vitamínico. Universidade Federal de Santa Catarina.

  • Queiroz, C.R.A.A., 2012: Estudo sobre cultivo e composição química de ora-pro-nóbis sob déficit hídrico intermitente no solo. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.

  • Rocha, D.R.C. et al., 2008: Desenvolvimento de macarrão enriquecido com ora-pro-nóbis desidratado, evidenciando seu potencial na indústria alimentícia. Revista Alimentos e Nutrição, Araraquara.

Ora-pro-nóbis - Pereskia aculeata Mill - inflorescência

Ora-pro-nóbis - Pereskia aculeata Mill - Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG -03/2024

Ora-pro-nóbis - Pereskia aculeata Mill - Ramos - Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG -03/2024


Ora-pro-nóbis - Pereskia aculeata Mill - Folhas - Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG -03/2024


Ora-pro-nóbis - Pereskia aculeata Mill - Frutos - Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG -03/2024


Ora-pro-nóbis - Pereskia aculeata Mill -Frutos - Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG -03/2024



quinta-feira, 29 de maio de 2025

Serralha



Uma PANC bastante conhecida e utilizada como alimentar, mas que também tem excelentes propriedades medicinais, conheça um pouco mais sobre esta incrível planta, a serralha.


Serralha - Sonchus oleraceus L.- Foto: José Carlos Bueno - 05/2025

🌿 Ficha Técnica – Sonchus oleraceus L. (Serralha)

📌 Nome científico:

Sonchus oleraceus L.

📚 Classificador:

Descrita por Carl Linnaeus (L.), o pai da taxonomia moderna.

🌱 Família botânica:

Asteraceae (Compositae)

🏷️ Nomes populares:

  • Serralha

  • Chicória-brava

  • Serralha-lisa

  • Cerraia

  • Ciumo

  • Serralheira

🌿 Descrição botânica:

Planta herbácea anual, ereta, atingindo de 40 a 110 cm de altura. Possui caule oco e folhas verdes, glabras, com margens dentadas. As folhas inferiores são maiores e profundamente lobadas, enquanto as superiores são menores e menos divididas. As flores são amarelas, reunidas em capítulos, e o fruto é uma cípsela oblanceolada com papilho persistente.

🍽️ Usos alimentares e como PANC:

Sonchus oleraceus é considerada uma Planta Alimentícia Não Convencional (PANC) no Brasil.

  • Culinária: As folhas jovens podem ser consumidas cruas em saladas ou cozidas como espinafre. Os talos tenros e flores também são comestíveis, podendo ser preparados à milanesa ou em conservas.

  • Bebidas: Utilizada na preparação de chás e infusões, apreciados por seu sabor e propriedades digestivas.

💊 Usos medicinais:

Tradicionalmente utilizada na medicina popular para tratar:

  • Distúrbios gastrointestinais (diarreia, disenteria)

  • Problemas hepáticos (hepatite, cirrose)

  • Anemia e astenia

  • Afecções da pele (terçol, vitiligo)

  • Inflamações e infecções

🩺 Indicações fitoterápicas:

De acordo com estudos, Sonchus oleraceus é indicada para:

  • Distúrbios gastrointestinais

  • Afecções hepáticas

  • Anemia e astenia

  • Afecções da pele

  • Inflamações e infecções

🧪 Modo de usar e preparação:

  • Infusão: 1 colher de sopa de folhas frescas ou secas em 1 xícara de água fervente. Deixar em infusão por 10 minutos, coar e consumir até 3 vezes ao dia.

  • Decocção: Para uso externo em banhos ou compressas, ferver folhas em água por 15 minutos.

  • Culinária: As folhas podem ser refogadas com alho e cebola, adicionadas a sopas ou preparadas à milanesa.

🍲 Receita culinária:

Caldo de abóbora com serralha

Ingredientes:

  • 300g de abóbora sem casca e sementes

  • 1 tomate

  • 1 cenoura

  • 1 cebola

  • 1 dente de alho

  • 1 colher de sopa de óleo

  • 2 maços de folhas de serralha

  • Sal, pimenta e temperos a gosto

  • 1L de água

Modo de preparo:

  1. Refogar a cebola e o alho picados no óleo.

  2. Adicionar a abóbora cortada em cubos, o tomate e as folhas de serralha higienizadas.

  3. Temperar a gosto e adicionar a água, deixando ferver até cozinhar tudo.

  4. Triturar no liquidificador até obter um creme homogêneo.

  5. Servir com queijo parmesão ralado por cima.

(Se preferir pode reservar as folhas de serralha, e, após triturar os outros ingredientes no liquidificador retornar o creme ao fogo e adicionar as folhas de serralha picadas finamente, esperar levantar fervura novamente e servir)


🌍 Região de origem e distribuição no Brasil:

Originária da Europa e Norte da África, Sonchus oleraceus está naturalizada em todo o território brasileiro, sendo encontrada em hortas, jardins, terrenos baldios e beiras de ruas.

🧬 Bromatologia:

A planta é rica em nutrientes, destacando-se:

  • Vitaminas A, B1, B2, C, D e E

  • Cálcio, ferro, fósforo, potássio, sódio, magnésio e zinco

  • Proteínas, lipídios, carboidratos e fibras

Fonte: Schaffer et al., 2005; Kinupp, 2014.

🌿 Curiosidades:

  • As sementes de Sonchus oleraceus são dispersas pelo vento e podem permanecer viáveis no solo por até oito anos.

  • A planta é considerada uma das principais ervas daninhas em diversas culturas agrícolas, devido à sua rápida propagação.

  • Estudos recentes investigam o potencial da serralha no tratamento do vitiligo, com resultados promissores em modelos experimentais.

📚 Citações confirmadas como planta medicinal e alimentar:

  • Correa, M.P. et al. (1998): Destacam o uso da serralha na medicina popular brasileira para tratar distúrbios hepáticos e gastrointestinais. SciELO Brasil.

  • Vieira, R.F. & Albuquerque, U.P. (1998): Relatam o uso do decocto das folhas de serralha como antidesintérico e antidiarreico. SciELO Brasil.ResearchGate+1SciELO Brasil+1

  • Kinupp, V.F. (2014): Apresenta receitas culinárias utilizando serralha, destacando seu valor nutricional e sabor. Ebook Plantas Alimentícias Não Convencionais.www.slideshare.net

  • Schaffer, A. et al. (2005): Analisam a composição nutricional da serralha, evidenciando seu alto teor de vitaminas e minerais. Ebook Plantas Alimentícias Não Convencionais.Biologia da Paisagem+4www.slideshare.net+4ResearchGate+4

  • Universidade Federal de Lavras (UFLA): Pesquisa investiga os potenciais benefícios da serralha no tratamento contra o vitiligo, com resultados promissores em modelos experimentais.SciELO Brasil+2ciencia.ufla.br+2ResearchGate+2 

Serralha - Sonchus oleraceus L.- Foto: José Carlos Bueno - 05/2025

Serralha - Sonchus oleraceus L.- Foto: José Carlos Bueno - 05/2025

Serralha - Sonchus oleraceus L.- Foto: José Carlos Bueno - 05/2025


Serralha - Sonchus oleraceus L.- Foto: José Carlos Bueno - 06/2025


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