sexta-feira, 11 de julho de 2025

Flor-de-são-joão

🌺 Flor-de-São-João: beleza vibrante e poder medicinal no seu jardim!

Muito além de sua exuberante floração alaranjada que colore os muros no inverno, a Pyrostegia venusta é uma planta nativa brasileira com usos medicinais populares e potenciais comprovados pela ciência. Nesta postagem, descubra como identificá-la, cultivá-la, preparar receitas caseiras com segurança e entender suas propriedades fitoterápicas.

👉 Conheça os segredos da flor que encanta e cura!


 

🌺 Ficha Técnica – Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers


📌 Nome científico e Classificação

  • Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers — descrita por John Miers em 1863 

  • Família: Bignoniaceae


🏷️ Nomes populares

  • Cipó-de‑São‑João, flor‑de‑São‑João, marquesa‑de‑belas, cipó-pé-de‑lagartixa, cipó‑de‑lagarto 


🌿 Descrição botânica (em texto contínuo)

Pyrostegia venusta é uma trepadeira semi-lenhosa capaz de atingir entre 5 a 12 m de comprimento, crescendo vigorosamente sobre muros, cercas e caramanchões. Suas folhas são opostas, compostas por 2 a 3 folíolos coriáceos, com aproximadamente de 4 a 8 cm de comprimento. O folíolo central frequentemente se transforma em gavinhas que auxiliam na fixação da planta. As inflorescências são panículas densas e pendentes de flores tubulares alaranjadas (5‑9 cm), com pétalas recurvadas e estames emergentes — atraentes para beija-flores. O fruto é uma cápsula linear e seca, de até cerca de 30 cm, com sementes aladas para dispersão pelo vento. Floresce abundantemente entre maio e setembro, embora em algumas regiões possa também florescer em outras épocas do ano .


🍃 Região de origem e distribuição no Brasil

Originária da Costa Atlântica do Sul do Brasil, norte da Argentina e sul do Paraguai, a espécie hoje ocorre em quase todo o território brasileiro, desde áreas da Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga até formações rupestres 


🌼 Fenologia

  • Floração: principal entre os meses de maio e setembro, destacando-se no inverno no Sudeste e Sul .

  • Frutificação: logo após a florada, com sementes dispersas pelo vento nas estações seguintes.


💊 Usos medicinais e indicações fitoterápicas

Na medicina popular brasileira, seus extratos de flores e hastes são usados como tônico geral, antidiarreico, e para tratar afecções respiratórias (gripe, tosse, bronquite), além de vitiligo e icterícia em bebês. Estudos demonstram que o extrato hidroalcoólico das flores possui atividade anti-inflamatória, antinociceptiva (analgésica), atuando também como antioxidante capaz de reduzir danos celulares

https://www.scielo.br/j/rbfar/a/8JzmbC7v9MbY34BnXyKf4Jt/?lang=en



🧪 Modo de usar e preparação

  • Infusão/decoção das flores ou hastes: usada como tônico e para aliviar diarreias ou sintomas de resfriados, conforme uso tradicional.

  • Extrato hidroalcoólico (doses de 30‑300 mg/kg em estudos com modelos animais) demonstrou efeitos antiinflamatórios e antinociceptivos 


💡 Receita medicinal extemporânea

Chá tônico de flor-de-São‑João para alívio de sintomas respiratórios e digestivos

  1. Secar flores em local ventilado e sombrio.

  2. Preparar infusão com 1 colher de sopa rasa em 200 ml de água fervente, abafar por 10 minutos.

  3. Coar e consumir morno, até 3 vezes ao dia por até 7 dias.


🔬 Bromatologia

Extratos das flores contêm compostos bioativos como acacetina-7-O-β-glucopiranosídeo, hesperidina, fitoesteróis (sitosterol), meso-inositol, aminoácidos e allantoinas, conferindo atividade antioxidante significativa e potencial terapêutico 

☠️ Toxicidade e Interações

Um estudo toxicológico avaliou a segurança reprodutiva e genotóxica do extrato etanólico das flores: não apresentaram toxicidade reprodutiva nem genotoxidade em testes com camundongos, mostrando potencial antimutagênico e antioxidante. No entanto, deve-se considerar precaução em uso oral prolongado e evitar na gravidez sem orientação médica 


🌿✨ Propriedades ornamentais da flor-de-são-joão (Pyrostegia venusta)

A Pyrostegia venusta é amplamente reconhecida como uma das trepadeiras mais vistosas da flora brasileira, especialmente valorizada no paisagismo pela sua floração intensa e prolongada, que ocorre nos meses mais secos e frios do ano. Suas flores alaranjadas em forma de trombeta, reunidas em cachos pendentes, criam um espetáculo visual que transforma muros, cercas, pérgolas e caramanchões em verdadeiros tapetes floridos.

Além do impacto visual, essa planta se destaca por:

  • Rápido crescimento e cobertura eficiente de estruturas verticais e fachadas;

  • Atratividade para polinizadores, como beija-flores e abelhas;

  • Baixa exigência de manutenção, sendo resistente à seca e a pragas comuns;

  • Capacidade de valorizar projetos de reflorestamento urbano e recuperação de áreas degradadas, especialmente quando usada em conjunto com outras espécies nativas.

Seu uso é recomendado tanto em jardins particulares quanto em praças, escolas e espaços públicos, promovendo educação ambiental e conservação da biodiversidade nativa.

💡 Dica: podas regulares após a floração ajudam a manter o formato e estimulam novas florações ao longo do ano.

🌱 Dicas de cultivo

  • Requer local ensolarado (pleno sol), solo fértil e bem drenado; tolera solos pobres e secos.

  • Propagação por estacas semilenhosas ou sementes.

  • É uma planta rústica, sem grande incidência de pragas ou doenças, ideal para cercas vivas e paisagismo floral 

  • Pode tornar-se invasora em regiões tropicais — deve ser controlada em vasos ou com poda periódica.


🌟 Curiosidades

  • Com flores vibrantes nos meses secos ou frios, é associada às festas de São João, nome que já reflete sua floração festiva.

  • Sua introdução em paisagismo fora do Brasil visa colorir muros e fachadas no inverno, inclusive em países como Austrália e EUA, onde pode se tornar invasiva 

  • Sua fragrância suave e coloração intensa atraem beija-flores e abelhas, sendo útil em projetos pró-fauna


📚 Citações confirmadas

  • Fernanda Emmanuel et al. (2010): uso popular como tônico, antidiarreico e respiratório — relatado em Scielo Brasil.

  • da Cunha et al. (2011): extração, composição química e atividade antioxidante do extrato de flores e raízes, apontando presença de hesperidina e dérivados bioativos — BMC Complementary Medicine and Therapies 

  • Viel et al. (2019): estudo toxicológico e genotóxico, sem evidência de efeitos negativos reprodutivos, com ação antimutagênica — Bioscience Journal 




Flor-de-São-João - Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers - Foto: José Carlos Bueno - 07/2025


Flor-de-São-João - Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers - Foto: José Carlos Bueno - 07/2025


Flor-de-São-João - Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers - Foto: José Carlos Bueno - 07/2025


Flor-de-São-João - Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers - Foto: José Carlos Bueno - 07/2025


 

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Babosa

🌱 Babosa - Aloe vera ou Aloe arborescens? Descubra as diferenças, usos e segredos dessas plantas medicinais!
Você sabia que existem diferentes tipos de babosa e que cada um tem propriedades e usos específicos? Nesta postagem, vamos comparar o Aloe vera e o Aloe arborescens, duas plantas poderosas no cuidado com a saúde e a pele. Aprenda a identificar corretamente cada espécie, descubra como cultivá-las em casa, e conheça receitas medicinais e alimentares seguras com comprovação científica.

👉 Leia agora e nunca mais confunda suas babosas! Seu bem-estar começa com o conhecimento certo.                                                                                                                     

🌵 Ficha Técnica – Aloe arborecens & Aloe vera


🔹 Nomes científicos e classificação

  • Aloe arborecens Mill. – descrita por Philip Miller, pertence à família Asphodelaceae 

  • Aloe vera (L.) Burm. f. – descrita por Linnaeus como Aloe perfoliata var. vera; atualmente reconhecida como a verdadeira Aloe. Pertence à mesma família 


📛 Nomes populares

  • Aloe arborecens: aloe-de-Natal, maciço de aloe .

  • Aloe vera: babosa, aloe-chinês, aloe-de-Barbados, aloe-de-queimadura 


🌿 Descrição botânica (texto contínuo)

Aloe arborecens é um suculento arbustivo, formando touceiras de 2–3 m de altura, com folhas carnudas, verdes azuis, dispostas em rosetas, contendo bordas espinhosas. Suas inflorescências surgem como racemos não ramificados de flores cilíndricas vermelho‑alaranjadas, como um “copo de fogo” no inverno .

Aloe vera apresenta porte menor (60–100 cm), sem caule evidente, com folhas espessas dispostas em rosetas. As folhas são verde‑cinzentas, geralmente pontuadas, com margem serrilhada. Produz inflorescências em espiga ereta no verão, com flores tubulares amareladas, crescendo acima das folhas .

Ambas possuem raízes superficiais fibrosas, geram brotamento por mudas laterais (offsets) e florescem em resposta às estações quentes (A. barn. no inverno e A. vera no verão).


🌍 Origem e ocorrência no Brasil

  • A. arborecens: originária do sul da África, adaptada ao cultivo tropical e ornamental em climas amenos

  • A. vera: nativa da Península Arábica, está naturalizada nas Américas (incluindo o Brasil), Ásia e áreas temperadas.



💊 Usos medicinais & indicações fitoterápicas

Ambas são ricas em polissacarídeos (acemannan), antraquinonas (aloin, aloe emodin), ligninas, hormônios vegetais, com atividade cicatrizante, anti-inflamatória, antibacteriana, hepatoprotetora, imunomoduladora e antioxidante 

  • Aloe vera: usada em queimaduras, feridas, dermatites, uso oral para constipação, dispepsia, controles metabólicos e lipídios .

  • Aloe arborecens: tradicionalmente aplicada em uso externo para cicatrização, com estudos mostrando eficácia eficaz contra infecções em modelos animais .


🧪 Modo de uso / preparações

  • Uso externo: aplicar diretamente o gel fresco das folhas sobre a pele limpa por 15–30 min, 2–3x/dia.

  • Uso interno: para Aloe vera, 1 a 2 colheres de sopa de gel homogêneo em suco ou água, preferencialmente sem látex. Uso de até 2 semanas. 

  • Chá leve com gel medicinal: infusão quente breve no gel e água, coado e consumido em casos de queimadura digestiva leve.

Obs.: O uso interno, se for feito, deverá ser com muito critério e cuidado, além de acompanhado por um profissional qualificado, visto que, são plantas tóxicas com possibilidade de causar até mesmo crises de nefrite. Lorenzi e Mattos, 2002.

🏥 Receita medicinal extemporânea

Compressa gelada para queimadura

  • Gel fresco da folha + 2 gotas de óleo essencial de lavanda + frasco esterilizado.

  • Conservar na geladeira por até 7 dias. Aplicar em caso de queimaduras leves ou frieiras.


🔬 Bromatologia – composição do gel (A. vera)

  • Acemannan (polissacarídeos): cicatrizante, imunomodulador 

  • Anthraquinonas (aloin, aloe-emodin): laxante, antimicrobiano, anti-inflamatório 

  • Vitaminas (A, C, E, do complexo B), minerais (Ca, Mg, Zn), aminoácidos, enzimas (bradykinase…) .


🌾 Dicas de cultivo

  • Solo: arenoso, bem drenado

  • Clima: quente, sem geadas

  • Luz: pleno sol a meia-sombra

  • Irrigação: moderada; solo úmido, mas sem encharcar

  • Propagação: por rebentos laterais em primavera/verão

  • Pragas: cuidado com ácaros, pulgões e podridões (evitar encharcar)


🌟 Curiosidades

  • A. vera chamada “planta da imortalidade” desde o Egito antigo (“plant of immortality”) .

  • Também conhecida como “wand of heavens” em estudos terapêuticos modernos 

  • A. arborecens floresce no inverno africano (“aloe-de-Natal”) e atraí fauna mesmo em temperaturas baixas 

  • A Aloe vera L. foi motivo de grande polêmica e modismos em anos passados, obrigando até mesmo a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) a se manifestar alertandando para “[...] a importância de os pacientes seguirem os tratamentos convencionais, recomendados por médicos oncologistas clínicos, que possuem protocolos de pesquisa e controles sistemáticos de seus efeitos”[...]. Cechinel Filho & Zanchett, 2020.


📚 Citações confirmadas

  1. Maharjan & Laxmipriya (2014), J Tradit Complement Med. – revisão sistemática do uso medicinal de A. vera pmc.ncbi.nlm.nih.gov+3pmc.ncbi.nlm.nih.gov+3scie5⁵ncedirect.com+3.

  2. da Cunha et al. (2014), J Food Composition and Analysis – composição nutritiva e antioxidante do gel .

  3. Jia et al. (mencionado em MDPI 2019) – cicatrização superior com A. arborescens em modelos animais mdpi.com+1pt.wikipedia.org+1.

  4. Cechinel Filho, Valdir; Zanchett, Camile Cecconi Cechinel; Fitoterapia avançada : uma abordagem química, biológica e  nutricional [recurso eletrônico] / – Porto Alegre : Artmed, 2020. E-pub.



Imagem comparativa entre as duas espécies de babosa. Aloe vera e Aloe Arborecens. Foto e edição: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG


Aloe vera L. - aspecto da planta - Planta estudada foto ‎10‎ de ‎abril‎ de ‎2005, Bueno Brandão-MG. Autor: José Carlos Bueno

Aloe vera L. - Detalhe da inflorescência - Planta estudada foto ‎10‎ de ‎abril‎ de ‎2005 - Autor: Degmar Ferro

Aloe vera L. - aspecto da inflorescência- Planta estudada foto ‎10‎ de ‎abril‎ de ‎2005 - Autor: Degmar Ferro
Aloe vera L. - Folha - Planta estudada foto ‎10‎ de ‎abril‎ de ‎2005, Bueno Brandão-MG. Autor: José Carlos Bueno


Aloe arborecens Mill. - aspecto da planta - Planta estudada foto de 27 de Abril de 2019.
 Bueno Brandão-MG. Autor: José Carlos Bueno



terça-feira, 24 de junho de 2025

HIbisco

 



🌺 Descubra os segredos do Hibisco: sabor, saúde e tradição em uma única planta!

Muito além de um chá famoso, o Hibiscus sabdariffa — também conhecido como vinagreira ou rosela — é uma planta comestível, medicinal e rica em história. Nesta postagem, você vai conhecer seus usos como PANC, suas propriedades fitoterápicas comprovadas, receitas deliciosas e dicas para cultivar em casa.

👉 Leia agora e surpreenda-se com a versatilidade dessa flor (cálices florais) vibrante que conquista paladares e cuida da saúde!

🌿 Ficha Técnica – Hibiscus sabdariffa L.

🔬 Nome científico | Classificador

  • Hibiscus sabdariffa L.

  • Descrita por Carl Linnaeus em 1753.

🧬 Classificação mais recente | Família botânica

  • Pertence à família Malvaceae.

  • Mantém sua classificação acadêmica conforme sistemas filogenéticos modernos (APG IV).

🏷️ Nomes populares

  • Vinagreira, hibisco-vermelho, caruru-de-beiju, caruru-rosa, rosela (em inglês: roselle, jamaica).


🌿 Descrição botânica

Hibiscus sabdariffa é uma planta herbácea anual ou bianual pertencente à família Malvaceae, que pode atingir de 1 a 2 metros de altura, com caule ereto, ramificado e avermelhado. Suas folhas são simples, alternas, com pecíolo longo, variando de inteiras a lobadas (geralmente com 3 a 5 lóbulos), de coloração verde a arroxeada, e com margens serrilhadas. As flores são grandes, solitárias ou dispostas nas axilas das folhas, com coloração amarela pálida e centro avermelhado, cálice persistente e carnoso, que se torna vermelho-escuro na maturação — sendo essa parte a mais utilizada na alimentação e na fitoterapia. O cálice forma uma estrutura suculenta em forma de cápsula envolta por brácteas (epicálix), responsável pelo “fruto” comestível. As raízes são pivotantes, bem desenvolvidas, e contribuem para a rusticidade da planta. A inflorescência é do tipo axilar, com uma a três flores por nó, e a fenologia da espécie caracteriza-se por florescimento no verão e frutificação no início do outono.

🌍 Região de origem e ocorrência no Brasil

  • Originária do Sudeste Asiático; espalhou-se pela África e América Tropical.

  • No Brasil, cultivada em regiões tropicais e subtropicais, especialmente no Norte, Nordeste e Sul.


🍽️ Usos alimentares (PANC)

  • Cálice suculento (rosela): usado em chás, sucos, geléias, vinhos, xaropes e saladas.

  • Folhas jovens: consumidas refogadas como verdura.
    – Considerada Planta Alimentícia Não Convencional (PANC).

🍛 Receita (PANC):

Chá Gelado de Hibisco com Hortelã

  • 5 cálices de hibisco + 1 litro de água fervente → infusão por 10 min

  • Coar, amassar levemente, adicionar hortelã, adoçar a gosto, servir gelado



Acesse a postagem com a receita utilizando as folhas de hibisco no link a seguir: Arroz de cuxá com carne seca

Veja, também, no final da postagem uma receita de Geléia de Hibisco

Clique aqui para ir para Geléia de Hibisco

💊 Usos medicinais e indicações fitoterápicas

  • Propriedades: antioxidante, anti-hipertensiva, diurética, digestiva, anti-inflamatória, hepatoprotetora.

  • Indicações: hipertensão, retenção hídrica, problemas digestivos, controle lipídios.

🍵 Receita extemporânea medicinal:

  • Chá: 1 colher (chá) de cálice seco + 200 ml água fervente, infusão 10 min, coar. Tomar 2x/dia por até 14 dias.


🔬 Bromatologia (cálices secos por 100 g)

  • Calorias: ~37 kcal

  • Carboidratos: ~9 g

  • Fibra alimentar: ~0,7 g

  • Minerais: cálcio, ferro, magnésio

  • Fitoquímicos: antocianinas, ácido cítrico, flavonoides, taninos.
    Fonte: da Cunha et al., Journal of Food Composition and Analysis, 2014.


🌱 Dicas de cultivo

  • Clima: quente (23–30 °C), sensível a geadas

  • Solo: bem drenado, fértil, pH 5,5–7,0

  • Plantio: sementes ou mudas, espaçamento de 1 m

  • Irrigação: regular na fase de crescimento, moderada na floração

  • Poda: retirar ramos secos, incentivar ramificação


🌟 Curiosidades

  • Na Jamaica e México, conhecido como “agua de jamaica”

  • Rico em antocianinas, usado como corante natural

  • O nome “rosela” vem do latim rosella (“pequena rosa”)


📚 Citações confirmadas

  1. da Cunha, R.L. et al. (2014), Journal of Food Composition and Analysis:
    Hibiscus sabdariffa é rico em antocianinas e possui elevada atividade antioxidante.”

  2. Mojica, L.A.T. et al. (2011), Phytotherapy Research:
    “O chá de hibisco revelou redução significativa da pressão arterial em estudo clínico [...]”.

  3. Lorenzi, H.; Matos, F.J.A. (2002), ‘Plantas Medicinais no Brasil – nativas & exóticas’ (Instituto Plantarum):
    “Utilizada como diurética, tônica cardiovascular e antioxidante.”


Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - Foto: José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - Foto: José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - Foto: José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - Foto: José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - Foto: José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - cálices florais frescos - Foto: José Carlos Bueno - 12/2019 - Bueno Brandão-MG


Geléia de Hibisco



Ingredientes:

500 g  hibisco frescos (separados os cálices e limpos)
200 g de açúcar
250 ml de água
Suco de meio limão (opcional)

Preparo:
Em uma panela, de preferência de inóx com o fundo triplo, junte a água e os hibiscos já preparados. Deixe ferver e abaixe o fogo, mantenha a panela semi-tampada, para que o hibisco cozinhe bem. Quando o hibisco estiver bem amolecido, não muito fibroso, adicione o açúcar, se optar pelo limão pode coloca-lo também. Mexa sempre até dar o ponto de geleia. 



Cálices de hibisco separados - Foto: José Carlos Bueno - 12/2019



Geléia de hibisco sendo preparada - Foto: José Carlos Bueno - 12/2019
    


Geléia de hibisco pronta - Foto: José Carlos Bueno - 12/2019

domingo, 22 de junho de 2025

Bertalha ou espinafre-indiando

 


🌱 Descubra o Poder da Bertalha ou Espinafre-indiano (Basella alba): Nutrição, Saúde e Sabor na Sua Mesa!

Você conhece o espinafre-tropical? Também chamada de Basella alba, essa incrível planta é uma verdadeira joia escondida entre as hortaliças brasileiras. Rica em nutrientes, fácil de cultivar e repleta de benefícios medicinais, ela ainda oferece um corante natural extraído de seus frutos.

👉 Saiba como utilizá-la na cozinha, seus usos medicinais comprovados, dicas de cultivo e uma receita prática para incluir essa PANC poderosa no seu dia a dia.
Não deixe de conferir!


📘 Ficha Técnica – Basella alba L.

Nome científico e Classificação

  • Nome científico: Basella alba L.

  • Classificador: Carl Linnaeus

  • Família botânica: Basellaceae

  • Classificação mais recente (APG IV):

    • Ordem: Caryophyllales

    • Família: Basellaceae

    • Gênero: Basella

    • Espécie: Basella alba L.

🌱 Nomes populares

  • Espinafre-indiano

  • Espinafre-de-malabar

  • Espinafre-tropical

  • Espinafre-cabeludo

  • Guanco

  • Sambaíto (em algumas regiões do Brasil)

🌿 Descrição Botânica

  • Tipo de folha: Simples, alternas ou subopostas, carnosas, ovais ou cordiformes, com textura suculenta e brilhante, de cor verde-escura ou arroxeada (variedade rubra).

  • Inflorescência: Racemos terminais ou axilares, densos, com pequenas flores róseas a brancas.

  • Tipo e forma da inflorescência: Racemo axilar ou terminal cilíndrico.

  • Fenologia (floração/frutificação): Floresce principalmente no verão e início do outono. Frutifica logo após a floração.

  • Frutos: Drupas pequenas, de coloração arroxeada a negra.

  • Raízes: Fasciculadas, superficiais, de crescimento rápido.

  • Porte: Planta herbácea ou trepadeira, suculenta, podendo atingir até 2 a 5 metros quando tutorada.

  • Caule: Carnoso, suculento, verde ou arroxeado.

🌍 Distribuição geográfica

  • Origem: Sul da Ásia e Sudeste Asiático.

  • No Brasil: Cultivada e espontânea em regiões tropicais e subtropicais, especialmente Norte, Nordeste e Sudeste.

🍽️ Usos alimentares (PANC)

  • Todas as partes aéreas são comestíveis.

  • Folhas e brotos: Utilizados como espinafre — refogados, cozidos, em sopas, omeletes e saladas.

  • Frutos: Usados como corante alimentar (roxo) em pratos, sucos e sobremesas.

📌 Receita culinária simples

Refogado de Basella alba:

  • Ingredientes: Folhas frescas, alho, azeite, sal a gosto.

  • Modo de preparo: Refogue o alho no azeite até dourar. Acrescente as folhas de Basella alba lavadas e escorridas. Refogue rapidamente até murcharem. Tempere com sal e sirva.

Para uma receita mais elaborada veja neste blog a (clique =>) receita de quiche de bertalha.

⚗️ Usos medicinais e fitoterápicos

  • Partes utilizadas: Folhas, talos e frutos.

  • Indicações tradicionais:

    • Laxativa suave

    • Demulcente (protetora das mucosas)

    • Anti-inflamatória

    • Refrescante (uso tópico em queimaduras e irritações)

    • Usada em cataplasmas para abscessos e furúnculos

  • Modo de uso: Infusão ou decocto das folhas; cataplasmas das folhas frescas amassadas.

💊 Indicações fitoterápicas registradas

CondiçãoForma de uso
Prisão de ventre leveInfusão das folhas frescas
Irritações cutâneasCataplasmas ou suco tópico
Queimaduras levesFolhas frescas esmagadas

⚗️ Constituintes químicos

  • Folhas e talos: Mucilagens, carotenoides (incluindo beta-caroteno), vitamina C, ferro, cálcio, magnésio.

  • Frutos: Betacianinas (corantes naturais roxos), antocianinas.

  • Corante dos frutos: Usado para tingir tecidos de forma artesanal e como corante natural em alimentos.

🧪 Bromatologia

  • Composição nutricional (100g de folhas cruas):

    • Energia: ~19 kcal

    • Proteínas: ~2.0 g

    • Carboidratos: ~3.4 g

    • Fibras: ~1.8 g

    • Vitamina C: ~102 mg

    • Cálcio: ~109 mg

    • Ferro: ~1.2 mg

    • Rico em mucilagem (excelente para o trato digestivo)

🎨 Uso dos frutos de Basella alba como corante natural

Parte utilizada: Frutos maduros (drupas de coloração arroxeada a negra)

🎯 Composição responsável pela coloração:

  • Betacianinas (principal)

  • Antocianinas (em menor quantidade)
    Esses pigmentos conferem tons que variam do rosa ao roxo intenso, dependendo da concentração e do pH do meio em que são usados.

🍴 Usos culinários como corante:

  • Bebidas: Sucos, xaropes, drinks naturais

  • Doces: Gelatinas, balas, geleias, coberturas para bolos

  • Massas: Pães, massas artesanais coloridas

  • Arroz: Pode ser cozido junto para dar coloração roxa ao arroz ou risotos.

  • Iogurtes e sorvetes: Acrescenta cor de maneira suave e natural.

📌 Exemplo prático:

  • Corante natural para suco: Amasse os frutos maduros e coe o suco. Misture à água ou suco de limão para realçar a tonalidade arroxeada.


🧵 Usos artesanais:

  • Tingimento de tecidos artesanais (algodão, linho) para obter tons arroxeados ou violáceos.

  • Usado tradicionalmente em comunidades rurais para tinturas caseiras e pintura de objetos artesanais.


⚠️ Observações importantes:

  • Estabilidade: Por serem pigmentos naturais, as betacianinas são sensíveis ao calor, à luz e a variações de pH, podendo desbotar com o tempo.

  • Acidez: A presença de ácidos (ex.: limão ou vinagre) ajuda a manter a cor vibrante por mais tempo.

  • Não tóxico: É seguro para consumo alimentar.

🌾 Dicas de cultivo

  • Solo: Rico em matéria orgânica, bem drenado.

  • Luz: Sol pleno ou meia-sombra.

  • Propagação: Por sementes ou estacas de ramos.

  • Irrigação: Regular, mantendo o solo levemente úmido.

  • Observação: Crescimento rápido, ideal para cultivo em cercas, pergolados ou vasos pendentes.

💡 Curiosidades

  • Considerada uma excelente planta para hortas urbanas e hortas escolares por seu cultivo simples e valor nutritivo.

  • A variedade arroxeada (Basella alba var. rubra) é ornamental e comestível.

  • Muito cultivada em países asiáticos, especialmente Índia, Filipinas e Malásia.

📚 Referências confirmadas

  1. KINUPP, V.F.; LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. Instituto Plantarum, 2014.

    • 📖 Confirmação como PANC e planta medicinal.

  2. SOUZA, V.C.; LORENZI, H. Botânica Sistemática – Guia ilustrado para identificação das famílias de Angiospermas da flora brasileira. 5ª ed. Instituto Plantarum, 2012.

    • 📖 Identificação botânica e distribuição.

  3. RUBERT, R. M. et al. “Composição química e propriedades funcionais de Basella alba.” Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 2013.

    • 📖 Confirmação de propriedades nutricionais e fitoquímicas.

  4. PROENÇA, C.E.B. et al. Plantas úteis do Cerrado. Editora UnB, 2015.

    • 📖 Citações sobre usos medicinais tradicionais no Cerrado brasileiro.

Bertalha - Basella alba L. - Foto José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Bertalha - Basella alba L. - Foto José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Bertalha - Basella alba L. - Foto José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Bertalha - Basella alba L. - Foto José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Bertalha - Basella alba L. - Foto José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Bertalha - Basella alba L. - Foto José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG


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