domingo, 27 de julho de 2025

Salsa

 

Descubra os segredos da Salsa (Petroselinum crispum), uma planta poderosa que vai da cozinha ao cuidado com a saúde. Rica em nutrientes, fácil de cultivar e cheia de usos medicinais, a salsa é um verdadeiro tesouro verde. Aprenda a identificar, preparar e aproveitar tudo o que essa planta versátil tem a oferecer!

🌿 Ficha Técnica: Petroselinum crispum (Salsa)

🔬 Nome científico: Petroselinum crispum (Mill.) Fuss
📚 Classificador: Philip Miller
📖 Classificação mais recente: Planta da ordem Apiales, pertencente à família Apiaceae.
🌱 Família botânica: Apiaceae


🌍 Nomes Populares:

  • Salsa

  • Cheiro-verde

  • Salsinha

  • Perejil (espanhol)


🌿 Descrição Botânica:

Planta herbácea bienal, com folhas compostas pinadas, recortadas e de coloração verde intensa, geralmente agrupadas em rosetas basais. Possui inflorescência do tipo umbela composta, com flores pequenas, brancas ou amareladas. As raízes são pivotantes, finas e brancas. O porte atinge cerca de 30 a 60 cm. A inflorescência surge no segundo ano, formando um caule floral ereto. A fenologia indica floração principalmente entre a primavera e o verão, com produção de frutos (aquenios) logo em seguida.


🌎 Região de Origem e Presença no Brasil:

Originária do Mediterrâneo Central e Oriental. No Brasil, é amplamente cultivada em hortas caseiras, viveiros e produções comerciais em todas as regiões, principalmente em clima ameno.


🍴 Usos Alimentares:

  • Parte comestível: folhas, talos e sementes (em menor escala).

  • Usada amplamente como tempero fresco em saladas, sopas, refogados, molhos e carnes.

  • As sementes possuem sabor mais forte e são utilizadas em conservas e marinadas.

🍽 Receita Alimentar – Molho Verde de Salsa:

  • Ingredientes: 1 maço de salsa fresca, 1 dente de alho, 3 colheres de azeite, 1 colher de vinagre, sal e pimenta a gosto.

  • Preparo: Bater todos os ingredientes no liquidificador até formar um molho homogêneo. Servir com saladas, carnes ou pão.


🌿 Usos Medicinais:

A salsa é rica em compostos bioativos como flavonoides (apiína), miristicina e óleos essenciais. Tem ação antioxidante, anti-inflamatória, diurética e digestiva.

💧 Modo de Usar e Preparação:

  • Chá das folhas: 1 colher de sopa para 1 xícara de água quente. Infundir por 10 minutos.

  • Uso externo: cataplasmas das folhas amassadas podem ser usadas sobre picadas de inseto e feridas leves.

🩺 Indicações Fitoterápicas:

  • Auxílio na digestão

  • Alívio de cólicas menstruais

  • Diurético suave

  • Combate à halitose (bochechos)

🌿 Receita Medicinal Extemporânea:

  • Chá diurético: misturar salsa com cavalinha e cabelo de milho em infusão leve, para uso moderado em retenção de líquidos.


🍃 Bromatologia:

  • Rica em vitamina C, A, K, ferro, potássio, ácido fólico e flavonoides.

  • Alto teor de clorofila e antioxidantes.

  • Baixo valor calórico e ótima fonte de fibras.


⚠️ Possível Toxicidade e Interações:

  • Em grandes doses, pode ser abortiva (principalmente o óleo essencial).

  • Pessoas com distúrbios renais devem evitar o uso contínuo.

  • Interações possíveis com medicamentos diuréticos e anticoagulantes (pela vitamina K).


🌾 Dicas de Cultivo:

  • Cultivar em solo fértil, bem drenado e rico em matéria orgânica.

  • Prefere sol pleno, mas tolera meia-sombra.

  • Regar regularmente sem encharcar.

  • A colheita pode ser feita a partir de 60 dias após o plantio.

  • Pode ser cultivada em vasos e jardineiras.


🌟 Curiosidades:

  • Foi usada como coroa pelos gregos antigos em celebrações e cultos funerários.

  • Na Idade Média, era associada à fertilidade.

  • Tem presença marcante na culinária mediterrânea e brasileira (cheiro-verde).


📚 Citações Confirmadas:

  • LORENZI, Harri et al. (2006). Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa: Instituto Plantarum. – Salsa listada como medicinal e amplamente cultivada.

  • ALONSO, Jorge (2004). Plantas medicinais: guia de bolso. São Paulo: Editora Madras. – Relata uso terapêutico da salsa como diurética e digestiva.

Salsa - Petroselinum crispum (Mill.) Fuss - Inflorescência tipo umbela -Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - Julho/2025 

Salsa - Petroselinum crispum (Mill.) Fuss - Inflorescência tipo umbela -Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - Julho/2025

Salsa - Petroselinum crispum (Mill.) Fuss - Aspecto da planta -Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - Julho/2025

Salsa - Petroselinum crispum (Mill.) Fuss - Aspecto da planta -Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - Julho/2025


sexta-feira, 18 de julho de 2025

Dente-de-leão

 

🌼 Descubra os segredos do Dente-de-Leão!
Conheça a planta que é ao mesmo tempo medicinal, alimentícia e cheia de história! O Taraxacum officinale surpreende com suas propriedades digestivas, diuréticas e seu valor nutricional como PANC. Aprenda a identificar, cultivar e utilizar essa planta versátil com receitas simples e dicas fitoterápicas. 🌿✨

📖 Acesse agora a ficha completa abaixo!


🌼 Ficha Técnica: Taraxacum officinale – Dente-de-leão

🌿 Nome científico

Taraxacum officinale F.H. Wigg.

👤 Classificador

Descrita por Friedrich Heinrich Wiggers em 1780.

🧬 Classificação botânica

  • Família: Asteraceae

  • Ordem: Asterales

🏷️ Nomes populares

  • Dente-de-leão

  • Amargosa

  • Taraxaco

  • Cama-de-galinha

🌱 Descrição botânica

Planta herbácea perene com folhas dispostas em roseta basal, profundamente lobadas, lembrando dentes (daí o nome "dente-de-leão"). As flores são reunidas em capítulos solitários amarelos, sustentados por pedúnculos ocos e eretos. O fruto é um aquênio com um papilho (estrutura em forma de “peninha”) que favorece sua dispersão pelo vento. A raiz é axial, robusta e de coloração marrom. A inflorescência é do tipo capítulo homogêneo (todas as flores liguladas). A planta possui um ciclo perene com florescimento em geral entre o outono e a primavera.

🌍 Região de origem e ocorrência no Brasil

Originária da Europa e Ásia temperadas, encontra-se naturalizada em diversas regiões do Brasil, especialmente em áreas de clima mais ameno, pastagens, hortas e margens de estradas.


🍽️ Usos alimentares como PANC

O dente-de-leão é uma Planta Alimentícia Não Convencional (PANC). Todas as partes são comestíveis:

  • Folhas jovens: usadas cruas em saladas ou refogadas;

  • Flores: podem ser utilizadas em chás e decoração de pratos;

  • Raízes: torradas, servem como substituto do café.

🥗 Receita alimentar simples: Salada amarga de dente-de-leão

Ingredientes:

  • Folhas jovens de dente-de-leão

  • Tomate cereja

  • Azeite extravirgem

  • Limão e sal a gosto

Preparo: Higienize bem as folhas. Misture com tomates fatiados, tempere e sirva fresca.


💊 Usos medicinais e indicações fitoterápicas

  • Diurética

  • Estimulante hepática e digestiva

  • Laxante suave

  • Redução de ácido úrico (gota)

  • Estimulante biliar (colerético e colagogo)

  • Anti-inflamatória leve

🧪 Modo de usar e preparação

  • Infusão das folhas: 1 colher de chá em 150 mL de água quente. Tomar 2x ao dia.

  • Decocção da raiz: usada principalmente como tônico hepático.

🌿 Receita medicinal extemporânea

Chá digestivo de dente-de-leão:

  • 1 colher de sopa de folhas secas ou frescas

  • 200 mL de água
    Ferver por 3 minutos. Coar e beber após as refeições.


🍽️ Bromatologia

As folhas são ricas em:

  • Vitamina A, C, K

  • Cálcio, ferro e potássio

  • Fibras alimentares

  • Compostos fenólicos e flavonoides antioxidantes


⚠️ Toxicidade e interações medicamentosas

  • Pode causar alergia em pessoas sensíveis ao látex.

  • Contraindicada em caso de obstrução biliar grave.

  • Pode interagir com diuréticos e hipoglicemiantes.


🌱 Dicas de cultivo

  • Ambiente: pleno sol ou meia sombra

  • Solo: fértil, bem drenado

  • Propagação: por sementes ou divisão de touceiras

  • Manutenção: fácil cultivo, controlar para não tornar-se invasiva


🔎 Curiosidades

  • O nome "Taraxacum" vem do grego taraxis, que significa inflamação, referindo-se ao uso tradicional contra doenças inflamatórias.

  • Sua capacidade de se espalhar rapidamente o torna uma planta espontânea amplamente distribuída.

  • Em alguns países, o dente-de-leão é cultivado como verdura de primavera.


📚 Citações confirmadas

  • Lorenzi, H.; Matos, F.J.A. (2008)Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas, Instituto Plantarum.

    "Taraxacum officinale é conhecido por seu uso como diurético e depurativo, além de ser consumido como hortaliça."

  • Kinupp, V.F.; Lorenzi, H. (2014)Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil, Instituto Plantarum.

    "É uma PANC de grande valor nutricional e funcional, com potencial de inserção na alimentação humana."

     

Dente-de-leão - Taraxacum officinale F.H. Wigg. - Influtescência característica - Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 07/2025

Dente-de-leão - Taraxacum officinale F.H. Wigg. - Folhas e flores - Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 07/2025

Dente-de-leão - Taraxacum officinale F.H. Wigg. -Inflorescência tipo capítulo - Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 07/2025

Dente-de-leão - Taraxacum officinale F.H. Wigg. - Aspecto da planta - Foto: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG - 07/2025


sexta-feira, 11 de julho de 2025

Flor-de-são-joão

🌺 Flor-de-São-João: beleza vibrante e poder medicinal no seu jardim!

Muito além de sua exuberante floração alaranjada que colore os muros no inverno, a Pyrostegia venusta é uma planta nativa brasileira com usos medicinais populares e potenciais comprovados pela ciência. Nesta postagem, descubra como identificá-la, cultivá-la, preparar receitas caseiras com segurança e entender suas propriedades fitoterápicas.

👉 Conheça os segredos da flor que encanta e cura!


 

🌺 Ficha Técnica – Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers


📌 Nome científico e Classificação

  • Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers — descrita por John Miers em 1863 

  • Família: Bignoniaceae


🏷️ Nomes populares

  • Cipó-de‑São‑João, flor‑de‑São‑João, marquesa‑de‑belas, cipó-pé-de‑lagartixa, cipó‑de‑lagarto 


🌿 Descrição botânica (em texto contínuo)

Pyrostegia venusta é uma trepadeira semi-lenhosa capaz de atingir entre 5 a 12 m de comprimento, crescendo vigorosamente sobre muros, cercas e caramanchões. Suas folhas são opostas, compostas por 2 a 3 folíolos coriáceos, com aproximadamente de 4 a 8 cm de comprimento. O folíolo central frequentemente se transforma em gavinhas que auxiliam na fixação da planta. As inflorescências são panículas densas e pendentes de flores tubulares alaranjadas (5‑9 cm), com pétalas recurvadas e estames emergentes — atraentes para beija-flores. O fruto é uma cápsula linear e seca, de até cerca de 30 cm, com sementes aladas para dispersão pelo vento. Floresce abundantemente entre maio e setembro, embora em algumas regiões possa também florescer em outras épocas do ano .


🍃 Região de origem e distribuição no Brasil

Originária da Costa Atlântica do Sul do Brasil, norte da Argentina e sul do Paraguai, a espécie hoje ocorre em quase todo o território brasileiro, desde áreas da Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga até formações rupestres 


🌼 Fenologia

  • Floração: principal entre os meses de maio e setembro, destacando-se no inverno no Sudeste e Sul .

  • Frutificação: logo após a florada, com sementes dispersas pelo vento nas estações seguintes.


💊 Usos medicinais e indicações fitoterápicas

Na medicina popular brasileira, seus extratos de flores e hastes são usados como tônico geral, antidiarreico, e para tratar afecções respiratórias (gripe, tosse, bronquite), além de vitiligo e icterícia em bebês. Estudos demonstram que o extrato hidroalcoólico das flores possui atividade anti-inflamatória, antinociceptiva (analgésica), atuando também como antioxidante capaz de reduzir danos celulares

https://www.scielo.br/j/rbfar/a/8JzmbC7v9MbY34BnXyKf4Jt/?lang=en



🧪 Modo de usar e preparação

  • Infusão/decoção das flores ou hastes: usada como tônico e para aliviar diarreias ou sintomas de resfriados, conforme uso tradicional.

  • Extrato hidroalcoólico (doses de 30‑300 mg/kg em estudos com modelos animais) demonstrou efeitos antiinflamatórios e antinociceptivos 


💡 Receita medicinal extemporânea

Chá tônico de flor-de-São‑João para alívio de sintomas respiratórios e digestivos

  1. Secar flores em local ventilado e sombrio.

  2. Preparar infusão com 1 colher de sopa rasa em 200 ml de água fervente, abafar por 10 minutos.

  3. Coar e consumir morno, até 3 vezes ao dia por até 7 dias.


🔬 Bromatologia

Extratos das flores contêm compostos bioativos como acacetina-7-O-β-glucopiranosídeo, hesperidina, fitoesteróis (sitosterol), meso-inositol, aminoácidos e allantoinas, conferindo atividade antioxidante significativa e potencial terapêutico 

☠️ Toxicidade e Interações

Um estudo toxicológico avaliou a segurança reprodutiva e genotóxica do extrato etanólico das flores: não apresentaram toxicidade reprodutiva nem genotoxidade em testes com camundongos, mostrando potencial antimutagênico e antioxidante. No entanto, deve-se considerar precaução em uso oral prolongado e evitar na gravidez sem orientação médica 


🌿✨ Propriedades ornamentais da flor-de-são-joão (Pyrostegia venusta)

A Pyrostegia venusta é amplamente reconhecida como uma das trepadeiras mais vistosas da flora brasileira, especialmente valorizada no paisagismo pela sua floração intensa e prolongada, que ocorre nos meses mais secos e frios do ano. Suas flores alaranjadas em forma de trombeta, reunidas em cachos pendentes, criam um espetáculo visual que transforma muros, cercas, pérgolas e caramanchões em verdadeiros tapetes floridos.

Além do impacto visual, essa planta se destaca por:

  • Rápido crescimento e cobertura eficiente de estruturas verticais e fachadas;

  • Atratividade para polinizadores, como beija-flores e abelhas;

  • Baixa exigência de manutenção, sendo resistente à seca e a pragas comuns;

  • Capacidade de valorizar projetos de reflorestamento urbano e recuperação de áreas degradadas, especialmente quando usada em conjunto com outras espécies nativas.

Seu uso é recomendado tanto em jardins particulares quanto em praças, escolas e espaços públicos, promovendo educação ambiental e conservação da biodiversidade nativa.

💡 Dica: podas regulares após a floração ajudam a manter o formato e estimulam novas florações ao longo do ano.

🌱 Dicas de cultivo

  • Requer local ensolarado (pleno sol), solo fértil e bem drenado; tolera solos pobres e secos.

  • Propagação por estacas semilenhosas ou sementes.

  • É uma planta rústica, sem grande incidência de pragas ou doenças, ideal para cercas vivas e paisagismo floral 

  • Pode tornar-se invasora em regiões tropicais — deve ser controlada em vasos ou com poda periódica.


🌟 Curiosidades

  • Com flores vibrantes nos meses secos ou frios, é associada às festas de São João, nome que já reflete sua floração festiva.

  • Sua introdução em paisagismo fora do Brasil visa colorir muros e fachadas no inverno, inclusive em países como Austrália e EUA, onde pode se tornar invasiva 

  • Sua fragrância suave e coloração intensa atraem beija-flores e abelhas, sendo útil em projetos pró-fauna


📚 Citações confirmadas

  • Fernanda Emmanuel et al. (2010): uso popular como tônico, antidiarreico e respiratório — relatado em Scielo Brasil.

  • da Cunha et al. (2011): extração, composição química e atividade antioxidante do extrato de flores e raízes, apontando presença de hesperidina e dérivados bioativos — BMC Complementary Medicine and Therapies 

  • Viel et al. (2019): estudo toxicológico e genotóxico, sem evidência de efeitos negativos reprodutivos, com ação antimutagênica — Bioscience Journal 




Flor-de-São-João - Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers - Foto: José Carlos Bueno - 07/2025


Flor-de-São-João - Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers - Foto: José Carlos Bueno - 07/2025


Flor-de-São-João - Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers - Foto: José Carlos Bueno - 07/2025


Flor-de-São-João - Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers - Foto: José Carlos Bueno - 07/2025


 

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Babosa

🌱 Babosa - Aloe vera ou Aloe arborescens? Descubra as diferenças, usos e segredos dessas plantas medicinais!
Você sabia que existem diferentes tipos de babosa e que cada um tem propriedades e usos específicos? Nesta postagem, vamos comparar o Aloe vera e o Aloe arborescens, duas plantas poderosas no cuidado com a saúde e a pele. Aprenda a identificar corretamente cada espécie, descubra como cultivá-las em casa, e conheça receitas medicinais e alimentares seguras com comprovação científica.

👉 Leia agora e nunca mais confunda suas babosas! Seu bem-estar começa com o conhecimento certo.                                                                                                                     

🌵 Ficha Técnica – Aloe arborecens & Aloe vera


🔹 Nomes científicos e classificação

  • Aloe arborecens Mill. – descrita por Philip Miller, pertence à família Asphodelaceae 

  • Aloe vera (L.) Burm. f. – descrita por Linnaeus como Aloe perfoliata var. vera; atualmente reconhecida como a verdadeira Aloe. Pertence à mesma família 


📛 Nomes populares

  • Aloe arborecens: aloe-de-Natal, maciço de aloe .

  • Aloe vera: babosa, aloe-chinês, aloe-de-Barbados, aloe-de-queimadura 


🌿 Descrição botânica (texto contínuo)

Aloe arborecens é um suculento arbustivo, formando touceiras de 2–3 m de altura, com folhas carnudas, verdes azuis, dispostas em rosetas, contendo bordas espinhosas. Suas inflorescências surgem como racemos não ramificados de flores cilíndricas vermelho‑alaranjadas, como um “copo de fogo” no inverno .

Aloe vera apresenta porte menor (60–100 cm), sem caule evidente, com folhas espessas dispostas em rosetas. As folhas são verde‑cinzentas, geralmente pontuadas, com margem serrilhada. Produz inflorescências em espiga ereta no verão, com flores tubulares amareladas, crescendo acima das folhas .

Ambas possuem raízes superficiais fibrosas, geram brotamento por mudas laterais (offsets) e florescem em resposta às estações quentes (A. barn. no inverno e A. vera no verão).


🌍 Origem e ocorrência no Brasil

  • A. arborecens: originária do sul da África, adaptada ao cultivo tropical e ornamental em climas amenos

  • A. vera: nativa da Península Arábica, está naturalizada nas Américas (incluindo o Brasil), Ásia e áreas temperadas.



💊 Usos medicinais & indicações fitoterápicas

Ambas são ricas em polissacarídeos (acemannan), antraquinonas (aloin, aloe emodin), ligninas, hormônios vegetais, com atividade cicatrizante, anti-inflamatória, antibacteriana, hepatoprotetora, imunomoduladora e antioxidante 

  • Aloe vera: usada em queimaduras, feridas, dermatites, uso oral para constipação, dispepsia, controles metabólicos e lipídios .

  • Aloe arborecens: tradicionalmente aplicada em uso externo para cicatrização, com estudos mostrando eficácia eficaz contra infecções em modelos animais .


🧪 Modo de uso / preparações

  • Uso externo: aplicar diretamente o gel fresco das folhas sobre a pele limpa por 15–30 min, 2–3x/dia.

  • Uso interno: para Aloe vera, 1 a 2 colheres de sopa de gel homogêneo em suco ou água, preferencialmente sem látex. Uso de até 2 semanas. 

  • Chá leve com gel medicinal: infusão quente breve no gel e água, coado e consumido em casos de queimadura digestiva leve.

Obs.: O uso interno, se for feito, deverá ser com muito critério e cuidado, além de acompanhado por um profissional qualificado, visto que, são plantas tóxicas com possibilidade de causar até mesmo crises de nefrite. Lorenzi e Mattos, 2002.

🏥 Receita medicinal extemporânea

Compressa gelada para queimadura

  • Gel fresco da folha + 2 gotas de óleo essencial de lavanda + frasco esterilizado.

  • Conservar na geladeira por até 7 dias. Aplicar em caso de queimaduras leves ou frieiras.


🔬 Bromatologia – composição do gel (A. vera)

  • Acemannan (polissacarídeos): cicatrizante, imunomodulador 

  • Anthraquinonas (aloin, aloe-emodin): laxante, antimicrobiano, anti-inflamatório 

  • Vitaminas (A, C, E, do complexo B), minerais (Ca, Mg, Zn), aminoácidos, enzimas (bradykinase…) .


🌾 Dicas de cultivo

  • Solo: arenoso, bem drenado

  • Clima: quente, sem geadas

  • Luz: pleno sol a meia-sombra

  • Irrigação: moderada; solo úmido, mas sem encharcar

  • Propagação: por rebentos laterais em primavera/verão

  • Pragas: cuidado com ácaros, pulgões e podridões (evitar encharcar)


🌟 Curiosidades

  • A. vera chamada “planta da imortalidade” desde o Egito antigo (“plant of immortality”) .

  • Também conhecida como “wand of heavens” em estudos terapêuticos modernos 

  • A. arborecens floresce no inverno africano (“aloe-de-Natal”) e atraí fauna mesmo em temperaturas baixas 

  • A Aloe vera L. foi motivo de grande polêmica e modismos em anos passados, obrigando até mesmo a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) a se manifestar alertandando para “[...] a importância de os pacientes seguirem os tratamentos convencionais, recomendados por médicos oncologistas clínicos, que possuem protocolos de pesquisa e controles sistemáticos de seus efeitos”[...]. Cechinel Filho & Zanchett, 2020.


📚 Citações confirmadas

  1. Maharjan & Laxmipriya (2014), J Tradit Complement Med. – revisão sistemática do uso medicinal de A. vera pmc.ncbi.nlm.nih.gov+3pmc.ncbi.nlm.nih.gov+3scie5⁵ncedirect.com+3.

  2. da Cunha et al. (2014), J Food Composition and Analysis – composição nutritiva e antioxidante do gel .

  3. Jia et al. (mencionado em MDPI 2019) – cicatrização superior com A. arborescens em modelos animais mdpi.com+1pt.wikipedia.org+1.

  4. Cechinel Filho, Valdir; Zanchett, Camile Cecconi Cechinel; Fitoterapia avançada : uma abordagem química, biológica e  nutricional [recurso eletrônico] / – Porto Alegre : Artmed, 2020. E-pub.



Imagem comparativa entre as duas espécies de babosa. Aloe vera e Aloe Arborecens. Foto e edição: José Carlos Bueno - Bueno Brandão-MG


Aloe vera L. - aspecto da planta - Planta estudada foto ‎10‎ de ‎abril‎ de ‎2005, Bueno Brandão-MG. Autor: José Carlos Bueno

Aloe vera L. - Detalhe da inflorescência - Planta estudada foto ‎10‎ de ‎abril‎ de ‎2005 - Autor: Degmar Ferro

Aloe vera L. - aspecto da inflorescência- Planta estudada foto ‎10‎ de ‎abril‎ de ‎2005 - Autor: Degmar Ferro
Aloe vera L. - Folha - Planta estudada foto ‎10‎ de ‎abril‎ de ‎2005, Bueno Brandão-MG. Autor: José Carlos Bueno


Aloe arborecens Mill. - aspecto da planta - Planta estudada foto de 27 de Abril de 2019.
 Bueno Brandão-MG. Autor: José Carlos Bueno



terça-feira, 24 de junho de 2025

HIbisco

 



🌺 Descubra os segredos do Hibisco: sabor, saúde e tradição em uma única planta!

Muito além de um chá famoso, o Hibiscus sabdariffa — também conhecido como vinagreira ou rosela — é uma planta comestível, medicinal e rica em história. Nesta postagem, você vai conhecer seus usos como PANC, suas propriedades fitoterápicas comprovadas, receitas deliciosas e dicas para cultivar em casa.

👉 Leia agora e surpreenda-se com a versatilidade dessa flor (cálices florais) vibrante que conquista paladares e cuida da saúde!

🌿 Ficha Técnica – Hibiscus sabdariffa L.

🔬 Nome científico | Classificador

  • Hibiscus sabdariffa L.

  • Descrita por Carl Linnaeus em 1753.

🧬 Classificação mais recente | Família botânica

  • Pertence à família Malvaceae.

  • Mantém sua classificação acadêmica conforme sistemas filogenéticos modernos (APG IV).

🏷️ Nomes populares

  • Vinagreira, hibisco-vermelho, caruru-de-beiju, caruru-rosa, rosela (em inglês: roselle, jamaica).


🌿 Descrição botânica

Hibiscus sabdariffa é uma planta herbácea anual ou bianual pertencente à família Malvaceae, que pode atingir de 1 a 2 metros de altura, com caule ereto, ramificado e avermelhado. Suas folhas são simples, alternas, com pecíolo longo, variando de inteiras a lobadas (geralmente com 3 a 5 lóbulos), de coloração verde a arroxeada, e com margens serrilhadas. As flores são grandes, solitárias ou dispostas nas axilas das folhas, com coloração amarela pálida e centro avermelhado, cálice persistente e carnoso, que se torna vermelho-escuro na maturação — sendo essa parte a mais utilizada na alimentação e na fitoterapia. O cálice forma uma estrutura suculenta em forma de cápsula envolta por brácteas (epicálix), responsável pelo “fruto” comestível. As raízes são pivotantes, bem desenvolvidas, e contribuem para a rusticidade da planta. A inflorescência é do tipo axilar, com uma a três flores por nó, e a fenologia da espécie caracteriza-se por florescimento no verão e frutificação no início do outono.

🌍 Região de origem e ocorrência no Brasil

  • Originária do Sudeste Asiático; espalhou-se pela África e América Tropical.

  • No Brasil, cultivada em regiões tropicais e subtropicais, especialmente no Norte, Nordeste e Sul.


🍽️ Usos alimentares (PANC)

  • Cálice suculento (rosela): usado em chás, sucos, geléias, vinhos, xaropes e saladas.

  • Folhas jovens: consumidas refogadas como verdura.
    – Considerada Planta Alimentícia Não Convencional (PANC).

🍛 Receita (PANC):

Chá Gelado de Hibisco com Hortelã

  • 5 cálices de hibisco + 1 litro de água fervente → infusão por 10 min

  • Coar, amassar levemente, adicionar hortelã, adoçar a gosto, servir gelado



Acesse a postagem com a receita utilizando as folhas de hibisco no link a seguir: Arroz de cuxá com carne seca

Veja, também, no final da postagem uma receita de Geléia de Hibisco

Clique aqui para ir para Geléia de Hibisco

💊 Usos medicinais e indicações fitoterápicas

  • Propriedades: antioxidante, anti-hipertensiva, diurética, digestiva, anti-inflamatória, hepatoprotetora.

  • Indicações: hipertensão, retenção hídrica, problemas digestivos, controle lipídios.

🍵 Receita extemporânea medicinal:

  • Chá: 1 colher (chá) de cálice seco + 200 ml água fervente, infusão 10 min, coar. Tomar 2x/dia por até 14 dias.


🔬 Bromatologia (cálices secos por 100 g)

  • Calorias: ~37 kcal

  • Carboidratos: ~9 g

  • Fibra alimentar: ~0,7 g

  • Minerais: cálcio, ferro, magnésio

  • Fitoquímicos: antocianinas, ácido cítrico, flavonoides, taninos.
    Fonte: da Cunha et al., Journal of Food Composition and Analysis, 2014.


🌱 Dicas de cultivo

  • Clima: quente (23–30 °C), sensível a geadas

  • Solo: bem drenado, fértil, pH 5,5–7,0

  • Plantio: sementes ou mudas, espaçamento de 1 m

  • Irrigação: regular na fase de crescimento, moderada na floração

  • Poda: retirar ramos secos, incentivar ramificação


🌟 Curiosidades

  • Na Jamaica e México, conhecido como “agua de jamaica”

  • Rico em antocianinas, usado como corante natural

  • O nome “rosela” vem do latim rosella (“pequena rosa”)


📚 Citações confirmadas

  1. da Cunha, R.L. et al. (2014), Journal of Food Composition and Analysis:
    Hibiscus sabdariffa é rico em antocianinas e possui elevada atividade antioxidante.”

  2. Mojica, L.A.T. et al. (2011), Phytotherapy Research:
    “O chá de hibisco revelou redução significativa da pressão arterial em estudo clínico [...]”.

  3. Lorenzi, H.; Matos, F.J.A. (2002), ‘Plantas Medicinais no Brasil – nativas & exóticas’ (Instituto Plantarum):
    “Utilizada como diurética, tônica cardiovascular e antioxidante.”


Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - Foto: José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - Foto: José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - Foto: José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - Foto: José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - Foto: José Carlos Bueno - 12/2023 - Bueno Brandão-MG

Hibisco - Hibiscus sabdariffa L. - cálices florais frescos - Foto: José Carlos Bueno - 12/2019 - Bueno Brandão-MG


Geléia de Hibisco



Ingredientes:

500 g  hibisco frescos (separados os cálices e limpos)
200 g de açúcar
250 ml de água
Suco de meio limão (opcional)

Preparo:
Em uma panela, de preferência de inóx com o fundo triplo, junte a água e os hibiscos já preparados. Deixe ferver e abaixe o fogo, mantenha a panela semi-tampada, para que o hibisco cozinhe bem. Quando o hibisco estiver bem amolecido, não muito fibroso, adicione o açúcar, se optar pelo limão pode coloca-lo também. Mexa sempre até dar o ponto de geleia. 



Cálices de hibisco separados - Foto: José Carlos Bueno - 12/2019



Geléia de hibisco sendo preparada - Foto: José Carlos Bueno - 12/2019
    


Geléia de hibisco pronta - Foto: José Carlos Bueno - 12/2019

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